Páginas

conhecendo os livros bíblicos


Judas

Autor: Judas
Data: Cerca de 65—80 dC
Autor
O autor se identifica como Judas, “irmão de Tiago”, provavelmente o Tiago que era irmão de nosso Senhor e Líder da igreja de Jerusalém (At 15.13; 21.18; Gl 1.19; 2.12). Mc 6.3 menciona Judas como um irmão do Senhor.

Data
As considerações estabelecendo a data desta carta incluem se Judas é dependente de 2Pe, ou se 2Pe é dependente de Judas, ou se ambas as cartas foram tiradas de um terceiro documento, que circulou como uma advertência contra os falsos mestres. Como a maior parte de Judas tem paralelos com 2Pe, é provável que tenha sido antes de 65 dC. Se foi escrita depois de 2Pe, como muitos estudiosos acreditam, pode ter sido em 80 dC.

Antecedentes
Judas mostrou urgência em seu propósito de advertir uma comunidade desconhecida de cristão contra os falso mestres. Como em 2Pe, esse falsos líderes são sensuais (vs 4,16,18), pervertem a verdade (4), e são destinados ao julgamento divino (14,15). Eles são chamados “adormecidos” no v.8 e são expostos por não ter o Espírito no v.19. A última referência insinua que os falsos mestres representavam a eles mesmos como aqueles que tinha o Espírito (Mt 7.22-23). Eles também podem ser os precursores dos heréticos gnósticos que reivindicavam espiritualidade no séc. II.

Objetivo
A carta começa e termina com uma afirmação de ação graciosa de Deus em nome dos crentes, ressaltando a preservação divina (vs 1,24).
Entretanto, os próprios cristãos devem “batalhar pela fé” (3). As responsabilidades dos cristão são mais desenvolvidas nos vs. 20-23 por uma série de exortações práticas. O balanço da carta expõe, especialmente levando em conta as analogias do AT, a presença secreta de falsos mestres dentro da comunidade, os quais buscam destruir a fé do povo de Deus.

Cristo Revelado
A atual atividade do Cristo Vivo é assumida. Judas é servo de Cristo, que conserva o seu povo (1), embora os falsos mestres o neguem (4). Os crentes aguardam a bênção futura da “misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna”(21).

O Espírito Santo em Ação
O ES faz com que a doutrina bíblica tome vida, de modo que a comunidade cristã seja edificada em sua “santíssima fé”, isto é, na doutrina apostólica (20). Isso se realiza através da oração “no ES” (20). Assim sendo, o Espírito é importante como aquele através do qual Deus preserva os seus do erro mundano (1,14). Em contrates, os falso mestre são desprovidos do Espírito (19), apesar de quaisquer reivindicações que possam fazer.

Esboço de Judas

Saudação 1-2
I. Advertência contra os falsos mestres dentro da comunidade 3-19

Motivo para a advertência 3-4
Lembrete do antigo povo ímpio 5-7
Caráter do julgamento dos falsos mestres 8-19

II. Exortações por perseverança 20-23

Manter a fé 20-21
Resgatar os enganados 22-23

Doxologia 24-25

Apocalipse

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 79—95 dC

Autor

O autor se refere a si mesmo quatro vezes como João (1.1,4,9; 22.8). Ele era tão bem conhecido por seus leitores e sua autoridade espiritual era tão amplamente reconhecida que ele não precisou estabelecer suas credenciais. A Antiga tradição eclesiásticas atribui unanimemente este livro ao apóstolo João.

Antecedentes e Data

As evidências em Ap indicam que foi escrito durante um período de extrema perseguição aos cristãos, que possivelmente tenha começado com Nero depois do grande fogo que quase destruiu Roma, em Julho de 64 dC, e continuou até seu suicídio, em junho de 68 dC. Segundo esta visão, portanto, o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém em setembro de 70 dC, e é um profecia autêntica sobre o sofrimento continuo e a perseguição dos cristãos, que tornou-se bem mais intensa e severa nos anos seguintes. Com base em declarações isoladas pelos patriarca da igreja primitiva, alguns intérprete datam o livro perto do final do reino de Domiciano (81-96 dC), depois de João ter fugido para Éfeso.

Ocasião e Objetivo

 Sob a inspiração do Espírito e do AT, João sem dúvida vinha refletindo os acontecimento horripilantes que ocorriam em Roma e em Jerusalém quando ele recebeu a “profecia” do que estava para acontecer— a intensificação do conflito espiritual confrontando a igreja (1.3), perpetrada pelo estado anticristão e numerosas religiões anti-cristãs. O objetivo desta mensagem era fornecer estímulo pastoral aos cristãos perseguidos, confortando, desafiando e proclamando a esperança cristão garantida e certa, junto com a garantia de que, em Cristo, eles estavam compartilhando o método soberano de Deus de superar totalmente as forças do mal em todas suas manifestações. O Ap também é um apelo evangelístico a todos aqueles que estão atualmente vivendo no reino das trevas para entrar no Reino da Luz (22.17)

Conteúdo

A mensagem central do Ap é que “Deus Todo-poderoso reina” (19.6). Este tema foi validado na história devido à vitória do cordeiro, que é “o Senhor dos senhores e Reis dos reis” (17.14).
Entretanto, aqueles que seguem o Cordeiro estão envolvidos em um conflito espiritual contínuo e, sendo assim, o Ap fornece um maior discernimento quanto à natureza e tática do inimigo (Ef 6.10-12). O dragão, frustrado por sua derrota na cruz e pelas conseqüentes restrições imposta sobre sua atividade, e desesperado para frustrar os propósito de Deus perante seus destino inevitável, desenvolver uma trindade forjada a “fazer guerra” com os santos (12.17). A primeira “besta” ou monstro simboliza a realidade do governo anticristão e poder político (13.1-10,13). A segunda, a religião anticristã, a filosofia, a ideologia (13.11-17). Juntos, eles forma a sociedade, comercio e cultura secular cristã definitivamente enganosa e sedutora, a prostituta Babilônia (caps 17-18), composta daqueles que “habitam a terra”. Eles, portanto, possuem a “marca” do monstro, e seus nomes não estão registrado no “Livro da Vida do Cordeiro”. O dragão delega continuamente seu poder restrito e autoridade aos monstros e seus seguidores a fim de enganar e desanimar qualquer pessoa do propósito criativo-redentor de Deus.

Forma Literária

Depois do prefácio, o Ap começa (1.4-7) e termina em (22.21) como uma carta típica do NT. Embora contenha sete cartas para sete igrejas, está claro que cada membro deve “ouvir” a mensagem a cada uma das igrejas (2.7,11,17,29; 3.6,13,22), bem como a mensagem do livro inteiro (1.3; 22.16), a fim de que possam obedecer-lhe (1.3; 22.9). Dentro desta carta está “a profecia” (1.3; 10.11; 19.10; 22.6-7,10,18-19). De acordo com Paulo, “o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação(estímulo) e consolação” (1Co 14.3). O profeta fala a Palavra e Deus como um chamamento à obediência na situação presente e na situação futura imediata, tendo em vista o futuro definitivo. Essa profecia não deveria ser selada (22.10) por ser relevante aos cristão de todas as gerações.

Método de Comunicação

João recebeu essas profecias de uma série de visões vívidas contendo imagens simbólicas e números que ecoam aqueles encontrados nos livros proféticos do AT. João registra essas visões na ordem cronológica na qual as recebeu, muitas das quais retratam os mesmos acontecimentos através de diferentes perspectivas. Entretanto, ele não fornece uma ordem cronológica na qual determinados acontecimentos históricos devem acontecer. Por exemplo, Jesus nasceu no cap.12, é exaltado no cap.5 e está caminhando em meio às suas igreja no cap.1. A besta que ataca as duas testemunhas no cap.12 não é trazida à existência até o cap.13. João registra uma série de visões sucessivas, e não uma série de acontecimentos consecutivos.
o Ap é um quadro cósmico— uma série de quadros vivos coloridos, elaborados, acompanhados e interpretados por oradores cantores celestiais. A palavra fala é prosa elevada, mais poética do que nossas traduções indicam. A música é semelhante a uma cantata. Repetidamente são introduzidos temas, mais tarde reintroduzidos, combinados com outros temas desenvolvidos.
Toda a mensagem é “notificada” (1.1). Há um segredo para a compreensão das visões, todas as quais contém linguagem figurativa que aponta para realidades espirituais em e por trás da experiência histórica. Os sinais e símbolos são essenciais porque a verdade espiritual e a realidade invisível deve sempre ser comunicada a seres humanos através de seus sentidos. Os símbolos apontam para o que é definitivamente indescritível. Por exemplo, o relato de gafanhotos demoníacos do abismo (9.1-12) cria uma impressão vívida e horripilante, mesmo que os mínimos detalhes não tenham a intenção de ser interpretados.

Cristo Revelado

Quase todos os títulos usados em várias partes do NT para descrever a natureza divino– humana e ao obra redentora de Jesus são mencionados pelo menos uma vez no Ap, que junto com uma série de títulos adicionais, nos fornece uma revelação multidimensional da posição presente, do ministério contínuo e da vitória definitiva do Cristo exaltado.
Embora o ministério terreno de Jesus seja condensado entre sua encarnação e ascensão em 12.5, o Ap afirma que o Filho de Deus, como Cordeiro, terminou completamente sua obra de redenção (1.5-6). Através de seu sangue, os pecadores foram perdoados, purificados (5.6,9; 7.14; 12.11) liberados (1.5) e fizeram reis e sacerdotes (1.6; 5.10). Todas as manifestações resultantes de sua vitória aplicada baseiam-se em sua obra terminada na cruz; portanto, satanás foi derrotado (12.7-12) e preso (20.1-3). Jesus ressuscitou dos mortos e foi entronado como Soberano absoluto sobre toda a criação (1.5; 2.27). Ele é o “Reis dos reis e o Senhor dos senhores” (17.14; 19.16) e deve receber a mesma adoração que recebe de Deus, o Criador ( 5.12-14).
O único que é “digno” para executar o propósito eterno de Deus é o “Leão de Judá”, que não é um Messias político, mas um Cordeiro morto (5.5,6). “O Cordeiro” é seu título primário, utilizado vinte e oito vezes em Ap. Como aquele que conquistou, ele tem a legítima autoridade e poder de controlar todas as forças do mal e suas conseqüências para seus propósitos de julgamento e salvação (6.1-7.17). O Cordeiro está no trono (4.1-5.14; 22.3).
O Cordeiro, como “um semelhante ao Filho do Homem”, está sempre no meio de seu povo (1.9-3.22; 14.1), cujos nomes estão registrados em seu livro da vida (3.5; 21.27). Ele os conhece intimamente, e com um amor incomensuravelmente sagrado, ele cuida, protege, disciplina e os desafia. Eles compartilham totalmente sua vitória presente e futura (17.14; 19.11-16; 21.1-22.5), bem como a “ceia das bodas” (19.7-9; 21.2) presente e futura. Ele habita neles (1.13), e eles habitam nele (21.22).
Como “um semelhante ao Filho do Homem”, ele também é o Senhor da colheita final (14.14-20). Ele derrama sua ira em julgamento sobre satanás (20.10), seus aliados (19.20; 20.14) e sobre os espiritualmente “mortos” (20.12,15) - todos aqueles que escolheram “habitar na terra” (3.10).
O cordeiro é o Deus que está chegando (1.7-8; 11.17; 22.7,20) para consumar seu plano eterno, para completar a criação da nova comunidade de seu povo em “um novo céu e uma nova terra” (21.1) e restaurar as bênçãos do paraíso de Deus (22.2-5). O Cordeiro é a meta de toda a história (22.13)

O Espírito Santo em Ação

A descrição do ES como “os sete Espíritos” de Deus (1.4; 3.1; 4.5; 5.6) é distinta no NT. O número sete é um número simbólico, qualitativo, comunicando a idéia de perfeição. Portanto, o ES é manifestado em termos de perfeição de sua atividade dinâmica, complexa. As “sete lâmpadas de fogo” (4.5) sugerem seu ministério iluminador, purificador e energizador. O fato de os sete espíritos estarem diante do trono (1.4; 4.5) e serem simultaneamente os olhos do Cordeiro (5.6) significa a trindade una essencial de Deus que se revelou como Pai, Filho e ES. Trata-se de um “habitar “ mútuo de Pessoas sem dissolver as distinções de ser e funções essenciais.
Cada uma das mensagens para as sete igreja é do Senhor exaltado, mas o membros individuais são incitados a ouvir “o que o Espírito diz” (caps.2-3). O Espírito diz somente o que o Senhor Jesus diz.
Portanto , o Espírito é o Espírito da profecia. Cada profecia genuína é inspirada pelo ES e presta testemunho a Jesus (19.10). As visões proféticas são comunicadas e João somente quando ele está “no Espírito” (1.10; 4.2; 21.10). O conteúdo dessas visões não é nada menos qo que a “Revelação de Jesus Cristo” (1.1).
Toda profecia genuína exige uma resposta. “O Espírito e a esposa dizem: Vem!” (22.17). Todos ouvem ou se recusam a ouvir esse apelo. O Espírito está operando continuamente em e através da igreja para convidar a entrar aqueles que permanecem fora da Cidade de Deus. Apenas mediante a habilitação do Espírito é permitido que a esposa testemunhe e “suporte pacientemente”. Portanto, o Espírito penetra na experiência atual daqueles que ouvem com antegozo do cumprimento futuro do Reino.

Esboço de Apocalipse

Prólogo 1.1
I. As cartas às sete igrejas 1.9-3.22

O cenário: um semelhante ao Filho do Homem 1.9-20
As cartas 2.1-3.22

II. Os sete selos 4.1-5.14

O cenário 4.1-5.14
Os selos 6.1-8.1

III. As sete trombetas 8.2-11.18

O cenário: O altar dourado 8.2-6
As trombetas 8.7-11.18

IV. Os sete sinais 11.19-15.4

O cenário: A arca do concerto 11.19
Os sinais 12.1-15.4

V. As sete taças 15.5-16.21

O cenário: O templo do testemunho 15.5-16.1
As sete taças 16.2-21

VI. Os sete espetáculos 17.1-20.3

O cenário: Um deserto 17.1-3
Os espetáculos 17.3-20.3

VII. As sete visões da consumação 20.4 –22.5

O Cenário: 20.4-10
As cenas 20.11-22.5

Epílogo 22.6-21

Sete testemunhas de confirmação 22.6-17
Advertências final e garantia 22.18-20
Bênção 22.21

1º João

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 90 dC
Autor e Receptores
Embora esta carta seja anônima, seu estilo e vocabulário indicam claramente que foi escrita pelo autor do Evangelho de Jo. Evidências internas também apontam João como o autor, e o antigo testemunho atribui, com unanimidade, a carta a ele.
A falta de especial dedicação e saudação indicam que a carta foi circular, provavelmente enviada à igrejas perto e Éfeso, onde João passou seus últimos dias.

Data
O peso de uma tradição antiga e forte sobre João ter passado seus últimos anos em Éfeso, junto com o fato do tom dos escritos sugerirem que se trata de um produto de um homem madura que passou por experiência espiritual profunda, apontam uma data próxima ao final do séc. I. Além disso, o caráter da heresia combatida na carta aponta para a mesma época, cerca de 90 dC.

Ocasião e Objetivo
João declara ter escrito para dar garantia da vida eterna àqueles que Crêem “no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus leitores sobre sua condição espiritual foi causada por um conflito desordenado com os mestre de uma falsa doutrina. João refere-se ao ensinamento como enganosos (2.26; 3.7) e aos mestre como “falsos profetas” (4.1), mentirosos (2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3). Eles um dia tinha estado com a igreja, mas tinha se afastado (2.19) e tinha se “levantado no mundo” (4.1) para propagar sua perigosa heresia.
Heresia era um precursor do gnosticismo do séc. II, que ensinava que a matéria era essencialmente ruim e o espírito era essencialmente bom. O ponto de vista dualista fez com que os falsos mestres negasse a encarnação de Cristo e, portanto, a ressurreição. O verdadeiro Deus, ensinavam eles, nunca poderia habitar um corpo material de carne e sangue. Portanto, o corpo humano que Jesus supostamente possuiu não era real, mas apenas aparente. João escreveu vigorosamente contra esse erro (2.22-23; 4.3).
Eles também ensinavam que, como o corpo humano era um simples invólucro para o espírito interior, e como nada que o copo fizesse poderia afetar o espírito interno, as distinções éticas pararam de ser relevantes. Portanto, eles não tinham pecado, João responde esse erro com indignação (2.4,6,15-17; 3.3,7,9-10; 5.18).
“Gnosticismo” é uma palavra derivada do grego gnosis, que significa “conhecimento”. Mais tarde, os gnósticos ensinavam a salvação através de esclarecimento mental, que acontecia somente para iniciados da elite espiritual, e não aos cristãos comuns. Em virtude disso, eles substituíram a fé pelas buscas espirituais e exaltaram a especulação mais do que os dogmas básicos do evangelho. Mais uma vez João reagiu energicamente (2.20,27), declarando que nãohá revelação particular reservada para alguns poucos intelectuais, e que todo o corpo de crentes possui a doutrina apostólica.
O objetivo de João ao escrever, então, era expor a heresia dos falsos mestres e confirmar a fé dos verdadeiros crentes.

Características
Existem grandes semelhanças entre eo Evangelho de Jo e 1Jo. O tom da epístola é amigável e paterna, refletindo a autoridade que a idade e o apostolado trazem. O estilo é informal e pessoal, revelando o relacionamento íntimo do apostolo com Deus e com o povo de Deus.

Conteúdo
Em primeiro lugar, João ressalta os temas do amor, luz, conhecimento e vida em suas advertências contra a heresia. Esses elementos repetem-se por toda a carta, sendo o amor a nota dominante. Possuir amor é evidência clara de que uma pessoa é cristã, e a falta de amor indica que a pessoa está nas trevas (2.9-11; 3.10-23; 4.7-21).
João afirma que Deus é a luz, e a comunhão com ele faz com que as pessoas caminhe em verdadeira comunhão com outros crentes. A comunhão com Deus e os irmãos permite que as pessoas reconheçam através da unção de Deus, a falsa doutrina e o espírito do anticristo.
A comunhão com Deus exige que se caminhe na luz e se obedeça aos mandamentos de Deus (1.6-7; 2.3,5). Aquele que “pratica justiça é justo, assim como ele é justo” (3.7), enquanto “qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (3.10). O amor ao Pai e o amor ao mundo são totalmente incompatíveis (2.15-17), e nenhuma pessoa nascida de Cristo tem o hábito de praticar o pecado (3.9; 5.18). Cristo é antítese do pecado, e ele se manifestou para tirar os nossos pecados (3.5).
O cap. 4 continua com o tema da identificação dos espíritos rivais - falsos profetas que saíram para o mundo (v.1). A fim de testar os espíritos, nos devemos encontrar quem eles reconhecem como salvador e senhor. Todos os espíritos que não reconhecem que Jesus é Deus em carne não é de Deus (v.3).
A epístola termina com o testemunho de Jesus, o Filho de Deus. Jesus é aquele que veio. O título técnico do Messias é “aquele que havia de vir” ou “aquele que veio” (Mt 11.3; 1Jo 5.6). João o identifica como aquele que veio pela água e pelo sangue, o Deus que veio e habitou entre nós, a palavra que tornou-se carne.

Cristo Revelado
João enfatiza tanto a divindade quanto a humanidade de Jesus, declarando que Deus entrou completamente na vida humana através dele. Um teste do Cristianismo é a crença correta sobre a encarnação (4.2,15; 5.1).
Jesus é nosso advogado junto ao Pai (2.1). O pecado não combina com a vida de um cristão; mas, se ele pecar, Jesus defende seu caso.
Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (2.2; 4.10).
Jesus também é o nosso Salvador, enviado por Deus para nos resgatar do pecado (1.7; 3.5; 4.14). Apenas através dele podemos alcançar a vida eterna (5.11,12).
João apresenta a segunda vinda de Jesus como um incentivo para que permaneçamos firmes na fé (2.28), e ele oferece a garantia de que nossa completa transformação à semelhança de Cristo acontecerá no momento de sua volta.

O Espírito Santo em Ação
João descreve um ministério triplo do ES nesta carta. Em primeiro lugar, o dom do Espírito que nos assegura que em nosso relacionamento com Cristo, tanto ele é fiel a nós (3.24) como nós somos fiéis a ele (4.13). Em segundo lugar, o ES testemunha a realidade da encarnação (4.2;5.6-8). Em terceiro, o Espírito guia os verdadeiros crentes a uma completa realização da verdade em relação a Jesus, que eles podem se opor com sucesso aos heréticos que negaram esta verdade (2.20; 4.4).

Esboço de 1º João

I. A encarnação 1.1-10

Deus tornou-se carne na forma humana 1.1-4
Deus é luz 1.5-10

II. A vida de Justiça 2.1-29

Caminhada na luz 2.1-7
Advertindo contra o espírito do anticristo 2.18-29

III. A vida dos filhos de Deus 3.1-4.6

Justiça 3.1-12
Amor 3.13-24
Crença 4.1-6

IV. A fonte do amor 4.7-21
V. O triunfo da Justiça 5.1-5
VI. A garantia da vida eterna 5.6-12
VII. Certeza cristãs 5.13-21

2º João

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 90 dC

Autor e Receptores
João dirige esta segunda epístola para a “senhora eleita e seus filhos”, indicando que a receptora era uma mulher cristã cujos filhos perseveravam na fé (v.4). Ele até inclui saudações de suas sobrinhas e sobrinhos (13). A partir da designação que João lher dá no verso 1 (gr eklekt Kyria), muitos comentarista especularam sobre seu nome pessoa, sugerindo títulos como “a Kyria eleita”, “a senhora Elcta” e “Electa Kyria”. Outros sugerem que a designação não denota uma pessoa em si, mas trata-se da personificação de uma igreja local. “Seus filhos” sãos os membros da igreja, e os “filhos” da “irmã eleita” são membros da igreja do lugar onde João está escrevendo. Uma conclusão definitiva parece inatingível, e a pergunta continua em aberto.

Data
O peso da evidência de João ter escrito as três cartas levando seu nome aponta para cerca de 90 dC.

Ocasião e Objetivo
2Jo se preocupa com a relação da verdade cristã com a hospitalidade estendida àqueles mestres que viajam de igreja para igreja. Normalmente se abusava de tal hospitalidade. Os falsos mestres, provavelmente do mesmo grupo que é tratado em 1Jo, estavam confundindo a comunhão dos crentes. Portanto, João deu instruções sobre quais mestres itinerantes acolher e quais recusar. Os verdadeiros Cristãos, que podiam ser reconhecidos pela ortodoxia de sua mensagem (v.10), são dignos de ajuda; mas os mestres heréticos, especialmente aqueles que negavam a encarnação (v.7) devem ser rejeitados.

Conteúdo
João estimula a “senhora eleita” a continuar mostrando hospitalidade, mas também adverte a previne contra o abuso da comunhão cristã. Por toda a epístola, ele ressalta a verdade como a base e prova da comunhão . Em especial, ele insiste em uma crença correta levando em consideração a encarnação de Cristo, e acusa aqueles que rejeitam essa realidade de terem ido além da doutrina de Cristo (v.9). Ele incita os leitores a ficarem perto de Cristo, mantendo-se fiéis na verdade.

Cristo Revelado
João apresenta tanto a divindade de Cristo (v.3) quanto sua humanidade (v.7). Qualquer pessoa que negue a verdade fundamental relacionada à Pessoa divino– humana de Cristo não tem a Deus (v.9). João encara a comunhão como uma característica distintiva da vida cristã, mas não deixa dúvidas de que a comunhão cristã é impossível onde a doutrina apostólica da Pessoa e obra de Cristo seja negada ou comprometida.

O Espírito Santo em Ação
Embora a epístola não mencione especificamente o ES, seu ministério é evidente, especialmente ao prestar testemunho à verdade relacionada à Pessoa de Cristo. O Espírito permite que o verdadeiro crente saiba distinguir os falsos mestres e “perseverar na doutrina de Cristo.”

Esboço de 2º João

Introdução 1-3
I. Elogio pela lealdade passada 4
II. Exortações 5-11

Para amar o próximo 5-6
Para rejeitar o erro 7-11

Conclusão 12-13

3º João

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 90 dC

Autor e Receptores
Tanto em 2Jo quanto em 3Jo, o escritor se autodenomina “o ancião”, sugerindo que era mais velho do que os outros cristãos e que seu conhecimento pessoal da fé foi muito além do deles. A evidência mais forte é que todas as três epístolas de João foram escritas por um mesmo autor.
Não se sabe nada sobre o “amado Gaio” ale´m do caloroso tributo que João presta a ele no início desta carta. Gaio era um nome comum no mundo romano, e o NT menciona um Gaio em Corinto ( Rm 16.23; 1Co 1.14), na Macedônia (At 19.29) e em Derbe (At 20.4). Não há nenhuma evidência para associar Gaio de 3Jo com qualquer desses homens. Evidentemente, ele era líder de alguma igreja na Ásia.

Data
João era madura tanto em anos quanto em experiências quando escreveu esta carta junto com 2 Jo perto do fim de sua vida por volta de 90 dC.

Ocasião e Objetivo
Enquanto em 2 Jo os heréticos itinerantes estavam perturbando a fé dos cristãos, nesta carta os genuínos mestres da verdade estão fazendo um circuito de igrejas. Na carta anterior, João proibiu a hospitalidade para os falsos mestres; aqui ele estimula a hospitalidade. Entretanto, Diótrefes, uma pessoa dominante em uma das igrejas, se opôs-se à autoridade de João. Além disso, ele recusou hospitalidade aos missionários viajantes e proibiu os outros de recebê-los, excomungando-os quando eles o faziam. João escreveu para estimular Gaio em sua generosidade para repreender Diótrefes por sua conduta nada caridosa.

Conteúdo
Ao cumprir se objetivo, João descreve três personalidades. A primeira é Gaio, que demonstrou sua fé cristã através de sua generosa hospitalidade, mesmo a estranhos. Segunda é Diótrefes, cujo orgulho egoísta estava rompendo a harmonia da comunhão. Terceira é Demétrio, cuja vida exemplificava a fidelidade cristã e era digna de imitação. Esses três homens possuem testemunhos positivos e negativos para relacionamentos adequados entre os irmãos.

Cristo Revelado
João apresenta Jesus como a verdade na qual devemos caminhar. A devoção a ele motiva verdadeiros mestres em seu serviço itinerante (v.7). As vidas de Gaio e Demétrio harmonizavam exatamente com a doutrina de Cristo e forneceram forte testemunho ao poder de seu amor. Por outro lado, o comportamento de Diótrefes mostra um acentuado contraste com a verdadeira vida em que Cristo deve ser o primeiro em todas as coisas.

O Espírito Santo em Ação
Esta carta não se refere diretamente ao ES, mas seu ministério é aparente por toda a mensagem, especialmente ao permitir que os crentes “caminhem na verdade” e autorizando os missionários itinerantes em seu ministério. O fruto do Espírito é evidente nas vidas de Gaio e Demétrio.

Esboço de 3º João

Saudação 1
I. Mensagem a Gaio 2-8

Oração por sua Saúde 2
Recomendação para a adesão à verdade 3-4
Recomendação para sua hospitalidade 5-8

II. Condenação à arrogância de Diótrefes 9-11
III. Elogio a Demétrio 12
Conclusão 13-14

1º Pedro

Autor: Pedro
Data: Cerca de 60 dC
Autor
A carta parece ser do apóstolo Pedro, e não há evidências de que a autoria de Pedro tenha alguma vez sido desafiada na igreja primitiva. Silvano, que acompanho Paulo em segunda viagem missionária provavelmente tenha sido secretário de Pedro na composição de 1 Pe (5.12), o que talvez explique o estilo polido do grego da carta.

Ocasião e Data
Pedro se dirige aos cristãos que vivem em várias partes da Ásia Menor, os quais estão sofrendo rejeição no mundo devido à sua obediência a Cristo (4.1-4, 12-16). Ele, portanto, relembra-os de que têm uma herança celeste (1.3-5)
Pedro soube das tentações deles e, portanto, refere-se a eles como “estrangeiros dispersos” (1.1), uma frase que lembra o exílio de Israel no AT, mas também apropriada para estes cristãos (1.17; 2.11). Eles são, em sua maioria gentios convertidos. Em um momento eles não eram povo (2.10). Sua antiga vida era de obscenidades, bebedeira e idolatria (4.3), que descrevia mais os pagãos gentios do que os judeus do Séc. I . Os compatriotas deles estão surpresos por eles agora viverem de maneira diferente (4.4). Embora sofrer seja a “ardente prova” (4.12), aparentemente não há a vinculação do martírio. Além do mais, a perseguição é normalmente a exceção (3.13,14; 4.16).
A tradição antiga sugere que Pedro foi martirizado em Roma junto com a severa perseguição de Nero aos cristãos depois do incêndio de Roma em 64 dC. Esta carta foi escrita provavelmente perto do fim da vida de Pedro, mas enquanto ele ainda poderia dizer: “honrai ao rei” (2.17). O início dos anos 60 é uma boa estimativa para a composição de 1 Pedro.

Conteúdo
Acompanhando as várias exortações para a vida fiel em meio a uma sociedade ímpia, a salvação prometida no evangelho também está bastante em vista. A salvação futura que aguarda os crentes na revelação de Jesus é especialmente proeminente no princípio da carta (1.3-13). Esta é a “esperança” do cristão mencionada em 1.3, 13, 21; 3.15. Mesmo tendo cristo sofrido e depois sido glorificado, os cristãos deveriam antever a glória porvir, embora pudessem ser perseguidos pela fé nessa vida (1.6-7; 4.12-13). A paciência em meio ao sofrimento injusto é “agradável a Deus” (2.20).
Também há um referência ao importante objetivo dos crentes de levar os outros a Deus por meio de seus estilos de vida piedosos. Eles, portanto, proclamam os louvores de Deus (2.9), silenciam os homens loucos realizando boas obras (2.15); ganham esposas para Cristo por seus exemplos (3.1); envergonham os críticos ímpios (3.15-16) e confundem antigos companheiros (4.4). Os cristãos devem ser uma força de redenção no mundo, apesar do sofrimento.

Cristo Revelado
Em quatro passagens separadas. Pedro liga os sofrimentos do sacrifício de Cristo com a glória que surgiu em sua morte (1.11; 3.18; 4.13; 5.1). A carta detalha os frutos do sofrimento e da vitória de Cristo, incluindo provisões para uma nova vida e esperança para o futuro (1.3,18-19; 3.18). A expectativa da volta de Cristo na glória faz com que os crentes regozijem (1.4-7). De outras maneiras, Cristo agora também faz uma profunda diferença na vida dos cristãos; eles o amam (1.8); eles vêm até ele (2.4); eles oferecem “sacrifícios espirituais” através dele (2.5); eles são censurados por causa dele (4.14); eles devem esperar se recompensados quando ele voltar (5.4).

O Espírito Santo em Ação
O ES é ativo em todo o processo de salvação: o “Espírito de Cristo” nos profetas no AT testificam a respeito da cruz e da glória subseqüente (1.11); Cristo foi ressuscitado dos mortos “pelo Espírito” (3.18); os evangelistas pregaram o evangelho pelo Espírito; os crentes responderam em obediência através “do Espírito” (1.2,22); um antegozo da glória porvir veio através do Espírito (comparar: 4.14 com o v. 13 e 5.1).

Esboço de 1º Pedro

Introdução 1.1-2
I. A fé e esperança dos crentes no mundo 1.3-2.10

regozijando na esperança da volta de Cristo 1.3-12
Vida Justa devido à esperança 1.13-2.3
Renovação para o povo de Deus 2.4-10

II. A conduta do crente nas circunstâncias diárias 2.11-5.11

Submissão e respeito pelos outros 2.11-3.12
Sofrimento em nome de Cristo 3.13-4.19
Servindo humildemente enquanto sofre 5.1-11

Conclusão 5.12-14

Silvano, co-autor desta carta 5.12
Saudações 5.13
Exortações finais com bênção 5.14

2 Pedro

Autor: Pedro
Data: Cerca de 65—68 dC

Autor e Data
Esta carta fornece as instruções e exortação do apóstolo Pedro à medida q eu ele se aproxima do final de sua vida (1.1,12-15).De acordo com a antiga tradição da igreja, Pedro foi martirizado em Roma durante o governo de Nero. Se a tradição é confiável, então sua morte ocorreu antes de 68 dC, quando Nero morreu.
Os estudiosos conservadores normalmente sustentam que Pedro escreveu ambas as epístola que lhe são atribuídas. As referências em 2Pe indicam a autoria de Pedro: o autor se identifica como Simão Pedro (1.1); ele alega ter estado com Cristo no monte da transfiguração (1.16-18); ele tinha escrito uma carta anterior às pessoas a quem 2Pe é dirigida (3.1); e ele usa várias palavras e frases semelhantes às encontradas em 1Pe. Esses fatores apontam Pedro como o autor genuíno de 2 Pedro

Antecedentes
Enquanto 1Pe estimula os cristãos a encararem a oposição do mundo, 2Pe adverte os cristão contra os falsos mestre dentro de sua comunhão que os levaria a apostasia. A fidelidade à doutrina apostólica é a principal preocupação (1.12-16; 3.1-2,15-16). Os mestres heréticos aparecerão (2.1-2) e, na verdade, já estão em cena (2.12-22). Eles negam o senhor, exibem um estilo de vida sensual e estão destinados à destruição. Eles ridicularizam a idéia da volta do Senhor. Essas características se enquadram na heresia gnóstica, que se desenvolveu mais completamente no séc. II, mas cujas raízes foram fixadas no séc. I.
Pedro evidentemente tem um comunidade especifica em mente (3.15), e se essa comunidade for a mesma referida em 1Pe 3.1, então esta carta era direcionada aos cristão em algum lugar da Ásia Menor.

Conteúdo
A resposta ao erro é a firmeza através do crescimento no conhecimento do Senhor, A carta começa com o tema de cultivar a maturidade cristã (1.2-11; 3.14-18). O “conhecimento” em 2Pe é mais do que percepção intelectual. È um experiência de Deus e vê Cristo que resulta em transformação moral (1.2-3; 2.20). Esse é o verdadeiro conhecimento (gnosis) que combate a influência gnóstica herética. A base para tal conhecimento são as Escrituras, chamadas de “profecia” (1.19-21), e a doutrina apostólica (3.1-2,15-16).
O cap. 2 fornece uma descrição mais longa a respeito da advertência contra os falsos mestres. Aparentemente, em algum momento eles tinha “escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2.20).
O último capítulo enfatiza a segunda vinda de Cristo, objeto de ataque de zombadores, e explica porque essa esperança ainda não foi realizada. Também garante o cumprimento da promessa da volta do Senhor e ensina que sua expectativa deveria motivar os cristãos ao comportamento piedoso.

Cristo Revelado
A divindades de Cristo é evidente na maneira como Deus e Cristo estão aproximados ligados em 1.1-2. Deus reconhece Cristo como seu “Filho” (1.17). O propósito e atividade divinos estão centralizados em Jesus, à medida que sua graça e poder são concedidos aos crentes (1.2-3,8; 2.9,20; 3.18), que devem aguardar por sua volta (1.16) e pela chegada de seu Reino eterno (1.1).
São as Escrituras que garantem ao crente um destino com Jesus Cristo (1.16-21; 3.1-2).

O Espírito Santo em Ação
A única referência direta ao ES está em 1.21, que descreve a obra do Espírito em “inspirar” os autores humanos das Escrituras proféticas, o que, por sua vez, desqualifica qualquer “interpretação privada” . Entretanto, o Espírito está obviamente operando ao fornecer o “poder divino” que torna possível o crescimento na graça e conhecimento de Cristo (1.2-8; 3.18)

Esboço de 2º Pedro

I. Saudação 1.1-2
II. A verdade doutrina contra a falsa 1.3-2.3

Busca de virtudes morais 1.3-11
Testamento de Pedro 1.12-15
Escrituras proféticas contra os falsos mestres 1.16-2.3

III. Exposição e julgamento dos falsos mestres 2.4-22

Destruição dos falsos mestres 2.4-10
Descrição dos falsos mestres 2.10-22

IV. Advertências contra os traidores do final dos tempos 3.1-18

Escarnecedores nos últimos dias 3.1-7
Crentes e o Dia do Senhor 3.8-18

Tiago

Autor: Tiago, irmão de Jesus
Data: Cerca de 48-62 dC

Autor
O autor identifica-se somente como Tiago. O nome era bastante comum; e o NT enumera pelo menos cinco homens com este nome, dois dos quais eram discípulos de Jesus e um era seu irmão. A tradição atribui o livro ao irmão do Senhor, e não há motivos para questionamentos. Evidentemente, o escritor era bastante conhecido, e Tiago, o irmão de Jesus, logo tornou-se líder da igreja em Jerusalém (At 12.17; 15.13-21; 21.18; Gl 1.19; 2.9,12). A linguagem da carta é semelhante à da fala de Jesus em At 15. Aparentemente, Tiago era um descrente durante o ministério de Jesus (Jo 7.3-5). Uma aparição de Cristo a ele após sua ressurreição (1Co 15.7) provavelmente o tenha levado a essa conversão; pois ele é enumerado com os crentes de At 1.14.

Data
O historiador Judeu Josefo indica que Tiago foi apedrejado até a morte por volta de 62 dC; então, se ele é o autor, a carta foi escrita antes dessa data. O conteúdo do livro sugere que pode ter sido escrita um pouco antes do concílio da Igreja relatado em At 15, que se reunião por volta de 49 dC. Não podemos se dogmáticos, e só se pode concluir que a carta provavelmente tenha sido escrita entre 48 e 62 dC.

Conteúdo
Ao invés de especular ou debater sobre teorias religiosas, Tiago direciona seus leitores para uma vida piedosa. Do Início ao fim, o tom desta carta é imperativo. Em 108 versos, são dados 54 mandamentos evidentes, e 7 vezes Tiago chama a atenção para suas declarações usando termos de natureza imperativa. Esse “servo de Deus” (v.1) escreve como alguém supervisionando outros escravos. O resultado é uma declaração da ética cristã, que se iguala a ensinamentos semelhantes no NT.

Cristo Revelado
Começando no primeiro verso e continuando por toda a carta, Tiago reconhece a autoridade de Jesus, referindo-se como “servo”, ou escravo, do Senhor. O termo é aplicável a todos os cristãos, pois todos os verdadeiros discípulos de Cristo reconhecem sua soberania sobre suas vidas e se comprometem espontaneamente a seus serviço. Cristo é o objeto de nossa fé (2.1), aquele que cujo nome e em cujo poder realizamos nosso ministério (5.14,15), o recompensador de todos aqueles que se mantém firmes em meio a julgamentos (1.12), e aquele que virá, por quem pacientemente esperamos (5.7-9). Tiago identifica Cristo como a “glória” (2.1), referindo-se ao Shekinah, a gloriosa manifestação da presença de Deus em meio a seu povo. Não somente glorioso por si mesmo, ele é a glória divina, a presença de Deus na terra (Lc 2.30-32; Jo 1.14; Hb 1.3).
De considerável interesse é o paralelo próximo entre o conteúdo dessa carta e a doutrina de Jesus, especialmente o Sermão da Montanha. Embora Tiago não cite exatamente nenhuma declaração de Jesus, há mais reminiscências verbais da doutrina do Senhor nesta carta do que em todo o resto das epístolas combinadas no NT. Essas alusões indicam uma associação próxima entre Tiago e Jesus e evidenciam a forte influência do Senhor na vida do autor.

O Espírito Santo em Ação
A carta menciona especificamente o ES somente em 4.5, onde se declara que o Espírito que habita em nós deseja a nossa lealdade completa, não suportando rivalidade.
A Atividade do ES pode ser vista no ministério aos doentes descritos em 5.14-16. À luz de outra terminologia bíblica que liga unção com o Espírito ( Is 61.1; Lc 4.18; 1Jo 2.20-27), o ungir com o óleo é melhor compreendido como símbolo do ES. Além do mais, no grego, o artigo definido usado com a palavra “fé” em 5.15 particulariza essa fé, sugerindo que Tiago está se referindo à manifestação do dom da fé (1Co 12.9).

Esboço de Tiago

I. Saudação 1.1
II. Religião prática e julgamentos 1.2-18

Adversidades externas 1.2-12
Tentações internas 1.13-18

III. Religião prática e a palavra de Deus 1.19-27

Escutar a Palavra 1.19-20
Receber a Palavra 1.21
Obedecer à Palavra 1.22-27

IV. Religião prática e relacionamentos humanos 2.1-26
Parcialidade negativa 2.1-13
Compaixão positiva 2.14-26

V. Religião prática e discurso 3.1-18
VI. Religião prática é mundanismo 4.1-12
VII. Religião prática e negócios 4.13-5.6
VIII. Apelos finais 5.7-11

Por paciência 5.7-11
Por um falar puro 5.12
Por oração 5.13-18
Por compaixão 5.19-20

Hebreus

Autor: desconhecido
Data: Cerca de 70 dC

Autor
Hebreus não designa seu autor, e não existe unanimidade de tradição em relação à sua identidade. Alguns sábios destacam algumas evidências que podem indicar uma autoria paulina, enquanto outros sugerem que um dos colaboradores de Paulo, como Barnabé ou Apolo, podem ter escrito o livro. A especulação provou-se infrutífera, e a melhor conclusão pode ser a de Orígenes, no séc. III, que declarava que só Deus sabe ao certo quem o escreveu.

Data e Localização
O conteúdo de Hb indica que foi escrito antes da destruição do Templo em 70 dC (10.11; 13.11). A única evidência em relação ao local em que o livro foi escrito é a saudação enviada pelos “da Itália” (13.24), indicando talvez que o autor estivessem em Roma ou escrevendo para os cristãos de Roma.

Conteúdo
Uma palavra importante da epístola é “melhor”, usada para descrever a Cristo e os benefícios do evangelho (1.4; 7.19,22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.16,35,40).
A maioria das bênçãos do judaísmo relacionava-se com as coisas terrenas: um tabernáculo ou templo terreno, sacerdotes terrenos, sacrifícios terrenos, um acordo que prometia a prosperidade terrena. Em contraste, Cristo está “à destra da Majestade, nas alturas” (1.3), onde distribui as bênçãos celestes (3.1; 6.4; 8.5; 11.16; 12.22-23).
Um ponto importante desta epístola é a apresentação do ministério sumo sacerdotal do Senhor. Cristo é o sumo Sacerdote, não segundo a ordem de Aarão, mas sim de Melquisedeque, que não tinha antecessores nem sucessores no sacerdócio. Sendo assim, Melquisedeque era um tipo perfeito para Cristo, que recebeu o cargo do sumo sacerdote por invocação direta de Deus, e não por herança (5.5-6). Enquanto o sacerdote arônico tinha que oferecer sacrifícios continuamente por seus próprios pecados, bem como pelos pecados de outras pessoas, Cristo ofereceu de uma vez por todas sua própria pessoas sem pecados como o sacrifício perfeito. Ele experimentou na carne a provação que todos os crentes conhecem, e por isso ele é capaz de interceder compassivamente em nome deles.
O cap. 11 enumera alguns dos grandes heróis da fé no AT. Os vs 4-35 registram bênçãos maravilhosas e notáveis vitórias alcançadas através da fé, enquanto os vs. 36-38 registram aqueles que resistiram a grandes provas, sofrimento e perseguição através da fé. Significativamente, não há menção dos pecados e defeitos daqueles enumerados. O motivo óbvio é que o sangue de Jesus tinha riscado os pecados e fracassos, de modo que suas iniqüidades não são mais lembradas contra eles.

Cristo Revelado
Falar de Cristo em Hb é descrever o livro inteiro. Ao tentar manter seus leitores distantes da apostasia, o escritor enfatiza a superioridade de Cristo perante tudo que o aconteceu antes no período do AT. Como nenhum outro livro da Bíblia, Hb salienta a importância e o ministério do Cristo pré-encarnado.

O Espírito Santo em Ação
O ministério do ES é visto de diversas maneiras, aplicando-se tanto ao período do AT quanto do NT: Os dons do ES para o ministério (2.4); testemunho à inspiração do AT (3.7; 10.15); descrição da experiência dos crentes (6.4); interpretação da verdade espiritual (9.8); assistência no ministério de Jesus (9.14); insultado pela apostasia (10.29).

Esboço de Hebreus

I. A superioridade da pessoa de Jesus 1.1-4.13

Jesus: Melhor do que os profetas 1.1-3
Jesus: Melhor do que os anjos 1.4-2.18
Jesus: Melhor do que Moisés 3.1-19
Jesus: Melhor do que Josué 4.1-13

II. A Superioridade do Ministério de Jesus 4.4-10.8

Jesus: Melhor do que Arão 4.14-5.10
O Sacerdócio de Melquisedeque, portanto Jesus, melhor do que o de Arão 7.1-8.5
Jesus é mediador de uma melhor aliança 8.6-10.18

III. A superioridade da caminhada da fé 10.19-13.35

Um chamado à segurança total da fé 10.19-11.40
A persistência da fé 12.1-29
Admoestações sobre o amor 13.1-17
Conclusão 13.18-25

Filemom

Autor: Paulo
Data: Cerca de 60-61 dC
Antecedentes
Esta carta é o apelo pessoal de Paulo a Filemom, um cristão rico e dono de escravos. Parece que Filemom tinha se convertido sob o ministério de Paulo (v.10), que morava em Colossos, e que a igreja colosense se reunião em sua casa (v.2). Onésimo, um de seus escravos tinha fugido para Roma, aparentemente depois de danificar ou roubar a propriedade do mestre (vs. 11,18). Em Roma, Onésimo entrou em contato com o preso Paulo, que o levou a Cristo (10).
Paulo escreveu para a igreja em Colossos e evidentemente incluiu esta carta a favor de Onésimo. Tíquico e Onésimo aparentemente entregaram as duas cartas (Cl 4.7-9; Fm 12). O relacionamento próximo de Paulo e Filemom é evidenciado através de suas orações mútuas (vs 4 e 22) e de uma hospitalidade de “portas abertas” (v.22). Amor, confiança e respeito caracterizavam a amizade deles (vs. 1, 14,21)
A escravidão era uma realidade econômica e social aceita no mundo romano. Um escravo era propriedade de seu mestre, e não tinha direitos. De acordo com a lei romana, os escravos fugitivos poderiam ser severamente punidos e mesmo condenados à morte. Às revoltas dos escravos no séc. I resultaram em proprietários temerosos e suspeitos. Mesmo a igreja Primitiva não tendo atacado diretamente a instituição da escravidão, ela reorganizou o relacionamento entre o mestre e o escravo. Ambos eram iguais perante Deus (Gl 3.28), e ambos eram responsáveis por seu comportamento (Ef 6.5-9).

Ocasião e Data
Paulo escreveu esta carta durante sua prisão romana por volta de 61 dC. Ele desejava uma verdadeira reconciliação cristã entre o proprietário de escravos lesado e o escravo perdoado. Paulo, com delicadeza, mas com urgência, intercedeu por Onésimo e expressou total confiança de que a fé e amor de Filemom resultariam na restauração (vs 5,21)

Características
Mesmo sendo a mais curta das epístola de Paulo, Fm é uma profunda revelação de Cristo operando na vida de Paulo e daqueles à sua volta. O tom é de amizade calorosa e pessoal ao invés de autoridade apostólica. Ela revela como Paulo endereçou com educação porém firmeza o assunto central da vida cristã, isto é, o amor através do perdão, em uma situação muito sensível. Apresenta a persuasão de Paulo em ação.

Conteúdo
A epístola é uma expressão autêntica dos verdadeiros relacionamentos cristãos. Depois de agradecer pessoalmente a Filemom e seus companheiros crentes, Paulo expressa ação de graças por seu amor e fé em relação a Cristo e a seus companheiros crentes.
O amor fraternal normalmente exige graça e misericórdia práticas, e Paulo logo chega a esse tópico. Ele explica a conversão de Onésimo e o novo valor do escravo no ministério e família de Jesus Cristo (12-16). Essa transformação, junto com a profunda amizade de Paulo com os dois homens, é a base de um novo começo.
Não se trata de um apelo superficial de Paulo, pois ele preenche um “cheque em branco” em nome de Onésimo para quaisquer dívidas a pagar (vs 17-19). Ele faz a petição já sabendo que o amor e caráter de Filemom prevalecerão. Como ele conclui, as pessoas podem ver a unidade do Espírito entre todos os santos envolvidos.

Cristo Revelado
Essa epístola aplica poderosamente a mensagem do evangelho. Antes um escravo alienado, Onésimo agora também é um “querido Irmão” em Cristo (v.16). Filemom é desafiado a mostrar o mesmo perdão incondicional que ele recebeu através da graça e amor de Jesus. A oferta de Paulo em pagar uma dúvida que não era sua em nome de um escravo arrependido é um quadro claro da obra do Calvário. A intercessão de Paulo é, além disso, análoga à intercessão contínua de Cristo junto ao Pai em nosso nome.

O Espírito Santo em Ação
Mesmo não mencionando especificamente o ES, foi ativo no ministério de Paulo e na vida da igreja. È o ES que batiza todos os crentes, seja escravo ou livre, no corpo de Cristo (1Co 12.13); e Paulo aplica essa verdade à vida de Filemom e de Onésimo. O amor, fruto do Espírito, é evidente por toda a carta.

Esboço de Filemom

I. Saudação 1-3
II. Ação de graças em relação a Filemom 4-7

Louvor pessoal 4
Características dignas de louvor 5-7

III. Petição de Paulo por Onésimo 8-21

Um pedido de aceitação 8-16
Um garantia de reembolso 17.19
Uma confiança na obediência 20-21

IV. Preocupações pessoais 22-25

Esperança de libertação 22
Saudações 23-24
Bênção 25

Tito

Autor: Paulo
Data: Cerca de 64 dC

Antecedentes
É estranho que uma pessoa cujo nome esteja listado entre os livros do NT seja tão pouco conhecida. Mesmo que Tito fosse companheiro e um valioso colaborador de Paulo, não existe nenhuma menção a seu respeito em Atos.
Tito era grego e evidentemente um convertido de Paulo. O fato de Tito não ser circuncidado (Gl 2.3) indica que ele não foi criado no judaísmo, nem tornou-se um prosélito. Paulo tinha muita estima por Tito e o apostolo se inquietava quando havia pouco ou nenhuma notícia sobre as atividades e o paradeiro do jovem.

Ocasião e Data
Embora o NT não registre um ministério de Paulo em Creta, passagens como 1.5 indicam claramente que ele e Tito conduziram uma missão lá. Ess campanha provavelmente tenha acontecido em alguns momentos durante 63-64 dC, após a libertação de Paulo de sua primeira prisão em Roma. Como tinha pouco tempo, Paulo deixou Tito em Creta para cuidar de novas igrejas. Então o apóstolo partiu para outras´áreas de trabalho. Em algum momento a caminho de Nicópolis, na Grécia (3.12), ele escreveu para Tito. A carta dá indicações de ter sido escrita durante o outono, provavelmente por volta de 64 dC (3.12).

Conteúdo
A carta a Tito tem uma afinidade com 1Tm. Ambas as epistolas são endereçadas a jovens homens aos quais tinham sido designados de liderança responsável em sua respectivas igrejas durante a ausência de Paulo. Ambas as epístolas ocupam-se com as qualificações daqueles que devem liderar a ensinar as igrejas. Tito tinha três grandes temas– a organização da igreja, a doutrina correta e a vida santa. Tito tinha de ordenar os presbíteros em cada cidade onde existia o núcleo de uma congregação. Eles devia ser homens de alto caráter moral, e deveriam ser inflexíveis em questões de princípio, mantendo a verdadeira doutrina apostólica e sendo capazes de reprovar os opositores.

Cristo Revelado
Fundamentando as instruções de Paulo está o tema de que Cristo está construindo sua igreja, escolhendo cuidadosamente as pedras que formam essa habitação para Deus. Paulo também enfatiza Cristo como nosso redentor (2.14; 3.4-7) e apresenta sua segunda vinda como um incentivo à vida sagrada (2.12,13).

O Espírito Santo em Ação
O ministério do ES é compreendido por toda a epístola. Os cretenses não podem mudar a si mesmo (1.12-13), e a regeneração só pode ser obra do ES (3.5). A pessoa que experimenta um novo nascimento recebe o ES a fim de manter um estilo de vida vitorioso seguindo os moldes do de Cristo (3.6-8).

Esboço de Tito

I. Introdução 1.1-5

Declaração do ofício, esperança e funções de Paulo 1.1-3
Saudação 1.4
Encargo de Tito 1.5

II. Instruções em relação aos presbíteros 1.6-16

Sua qualificações 1.6-9
A necessidade de administração adequada 1.10—16

III. Instruções em relação à conduta cristã 2.1-3-7

Entre eles mesmos 2.1-15
Em relação ao mundo todo 3.1-7

IV. Instruções finais 3.8-11

Para ensinar verdades espirituais 3.9-11
Pra evitar dissensões 3.9-11

V. Instruções e saudações 3.12-15

1º Timóteo

Autor: Paulo
Data: Cerca de 64 dC
Antecedentes
Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé pregaram em Listra, uma cidade da Licaônica, e obtiveram em meios às perseguições sucesso. É provável que uma judia chamada Lóide, e sua filha Eunice, tenha se convertido a Cristo durante esse ministério. Eunice era casada com um gentio, com quem ele teve Timóteo, provavelmente seu único filho. Era evidente que Timóteo tinha recebido os ensinamentos da religião judaica, mas seu pais recusou-se a permitir que o filho fosse circuncidado. Desde o início desenvolveu-se um relacionamento bastante próximo entre Paulo e Timóteo.
Quando Paulo retornou a Listra, ele encontrou Timóteo como membro da igreja local, altamente recomendado por seus líderes ali e em Icônio. Sob a sugestão do ES, Paulo adicionou Timóteo a seu grupo apostólico. Como eles iam ministrar entre os judeus, Paulo advertiu Timóteo a ser circuncidado, não por causa da justiça, mas para evitar ofender os judeus, uma vez que sua mãe era judia.

Autor
Todas as Epístolas Pastorais (1Tm, 2Tm, Tt) nomeiam o apóstolo Paulo como seu autor. Além disso, a antiga tradição insiste unanimemente que Paulo as escreveu.

Data
Paulo visitou Éfeso por volta de 63 dC, após ser libertado de usa primeira prisão romana. Logo em seguida, ele partiu, deixando Timóteo responsável pela igreja de lá. Ele provavelmente tenha escrito a carta em 64 dC.

Conteúdo
O trabalho para o qual Paulo nomeou Timóteo envolveu sérias dificuldades, e ele achou necessário escrever uma carta de instrução a seu jovem colaborador que enfrentava problemas. Na carta, ele ensinou Timóteo como combater os falsos mestres, como ordenar o culto da igreja, como escolher os líderes da igreja e como lidar prudentemente com as diferentes classe na igreja e como lidar prudentemente com as diferentes classes na igreja. Timóteo deveria ensinar a fé apostólica e levar uma vida exemplar o tempo todo.

Cristo Revelado
A divindade de Jesus é evidente, pois Paulo o iguala a Deus, o Pai (1.1-2; 3.16) e proclama sua soberania universal e natureza eterna (6.15-16). Jesus é a fonte da graça, misericórdia e paz (1.12,14), que comandou o apostolado de Paulo (1.1) e o capacitou para o ministério (1.12). Cristo é tanto Senhor (1.2,12,14; 5.21; 6.3,14,15) quando salvador (1.1,15), que “se deu a si mesmo em preço de redenção por todos” (2.6). Em virtude de seu trabalho de redenção, ele é o único “mediador entre Deus e os homens” (2.5), a maneira de acessar a Deus. Ele, que se faz carne, ascendeu ao céu (3.16). Por enquanto, ele é nossa esperança (1.1), e a promessa de sua volta é um incentivo à fidelidade no ministério e à pureza na vida (6.14).

O Espírito Santo em Ação
As referências diretas ao ES em 1Tm são raras, mas ele estava operando desde o começo da igreja em Éfeso (At 19.1-7). As “intercessões” (2.1) são orações que envolvem a assistência do ES (Rm 8.26,27). A declaração “o Espírito expressamente diz” (4.1) ressalta a atividade contínua do ES e a sensibilidade de Paulo a suas sugestões. Em 4.14, Paulo relembra Timóteo do “dom” que lhe foi dado através da “profecia”, uma capacidade especial de ministrar concedida como um carisma do Espírito quando colocaram as mãos nele. Além disso, um “bom testemunho” (3.7) também incluiria o líder ser “cheio do ES”, tal como exigido na nomeação de líderes (At 6.3).

Esboço de 1º Timóteo

Introdução 1.1-20
I. Instruções relacionadas à igreja 2.1-3.16

Seu culto 2.1-15
Seus líderes 3.1-13
Sua função em relação à verdade 3.14-16

II. Instrução relacionada aos deveres pastorais 4.1-6.10

Em relação à igreja como um todo 4.1-16
Em relação às várias classes na igreja 5.1-6.10

III. Exortações finais 6.11-21

Para manter a fé e militar na fé 6.11-21
Para apresentar as reivindicações de Cristo aos ricos 6.17-19
Para guardar a verdade 6.20-21

2 Timóteo

Autor: Paulo
Data: Cerca de 66 - 67 dC

Antecedentes
Até podemos determinar, Paulo foi libertado da prisão romana pouco depois de At ter sido escrito e empenhou-se em viagens missionárias, viajando até a Espanha. Durante a era das perseguições iniciadas por Nero em 64 dC, Paulo foi preso de novo, provavelmente em Trôade (4.13), e levado pra Roma. As circunstâncias de sua segunda prisão foram bastantes diferentes daqueles de seu primeiro encarceramento. Anteriormente, ele estava em sua própria casa alugada e podia receber visitantes livremente, mas agora estava confinado a um masmorra e os amigos quase não conseguiam vê-lo. Antes, ele esperava ser solto, mas agora ele esperava a morte (4.6-8). Ao escrever esta carta, somente Lucas estava com Paulo (4.11), tendo todos os outros partidos por vários motivos.

Ocasião e Data
A carta originou-se devido à preocupação de Paulo com as necessidade de Timóteo, bem como suas próprias. Ele lembrou Timóteo de suas responsabilidade e o advertiu a se entregar de corpo e alma à sua tarefa. Em relação a si mesmo, Paulo necessitava de algumas coisas pessoais (4.13) e, em sua solidão, desejava ver Timóteo e Marcos (4.9-11). Há pouca dúvida sobre Paulo ter escrito esta carta pouco antes de sua morte. Portanto, como é provável que ele tenha sido executado antes da morte de Nero em 68 dC, a carta deve ser datada de 66/67.

Característica
Embora Paulo seja conciso e direto, ele também é meigo, caloroso e carinhoso. 2Tm revela emoções de Paulo mais do que seu intelecto, pois seu coração estava falando. Conseqüentemente, a carta não era um produção literária ordenada bem planejada, mas sim uma nota pessoal contendo a última vontade e o testamento do apóstolo.

Cristo Revelado
Para Paulo, o evangelho contém mais do que declarações e proposições: é Cristo (1.8). As bênçãos espirituais, como a graça, a misericórdia, a paz e mesmo a vida em si, residem nele e derivam dele (1.1-2,9-10,13,16,18; 2.1). Jesus veio para a terra como homem (2.8) para ser nosso Salvador (1.10; 2.10; 3.15) e foi ressuscitado (2.8) logo após sua morte. Ele é fiel àqueles que o seguem (1.12; 2.11-12; 4.17-18,22) e coerente com seu propósito (2.12,13). Ele também concede a compreensão espiritual (2.7). Cristo aparecerá em sua segunda vinda como o juiz justo (4.1,8; 4.14,16).

O Espírito Santo em Ação
O ES deu a Timóteo um dom e Paulo o exortou a usá-lo ativamente (1.6). Além disso, o ES concede poder, amor e moderação (1.7). O ES que em nós habita nos permite ser fiéis ao evangelho confiado a nós e garantir sua pureza (1.13,14).

Esboço de 2º Timóteo

I. Introdução 1.1-5

Saudação 1.1-2
Ação de graças 1.3-5

II. Fidelidade face às dificuldades 1.6-14

Devido à natureza da experiência cristã 1.6-8
Devido à grandeza do evangelho 1.9-11
Devido ao exemplo de Paulo 1.12-14

III. Fidelidade face à deserções 1.15-2.13

O exemplo de Onesíforo 1.15-18
O caráter da obra de Timóteo 2.1-7
A obra redentora de Cristo 2.8-13

IV. Fidelidade face ao erro 2.14-4.8

Erro doutrinário 2.14-26
Erro prático 3.1-4.8

V. Conclusão 4.9-22

Instrução 4.9-13
Advertência 4.14-15
Explicação 4.16-18
Saudações 4.19-21
Bênção 4.22

1º Tessalonicenses

Autor: Paulo
Data: Cerca de 50 dC
Origem da Igreja em Tessalônica
O evangelho chegou à Europa pela primeira vez em 49 dC. Isso aconteceu quando em sua segunda viagem missionária, Paulo e seu grupo responderam à visão noturna do homem macedônio e navegaram de Trôade para a ilha egéia de Samotrácia e, depois para Neápolis (At 16.8-12) Aqui, o apóstolo encontrou a negociante Lídia, exorcizou o espírito de adivinhação de uma jovem escrava e foi publicamente espancado e erroneamente preso. Ao saber que Paulo e Silas eram cidadãos romanos, as autoridade imperiais se desculparam, libertaram os apóstolos e os incitaram a deixar a cidade (At 16.13-40).
Viajando cerca de 150 km em direção a sudeste, Paulo e Silas chegaram a Tessalônica. “Como tinha por costume”, relata Lucas, Paulo foi para a sinagoga do local e pregou durante várias semanas, argumentando que Jesus, o filho do carpinteiro de Nazaré, era de fato o Ungido— o Messias— prometido há muito pelas escrituras (At 17.1-3). Aqui, Paulo estabelece a segunda maior igreja do continente europeu.
Tendo recebido o nome da irmã de um rei macedônio no final do séc. IV aC, a cidade de tessalônica era a capital do distrito da província romana da Macedônia e possuía um excelente porto natural . Localizava-se na famosa via Egnatia, uma grande estrada militar romana que ia desde a costa balcânica ocidental até a atual Istambul. E era governada por politarcas - uma classe de oficiais peculiar à região. (At 17.6 “magistrados da cidade).
Os líderes Judeus não estavam contentes com a mudança dos seguidores da sinagoga . Eles então fizeram acusações de que Paulo e seu grupo tinham “virado o mundo de cabeça para baixo” - Uma acusação muito séria, muito próxima da rebelião civil do que o dano público sugerido pelo longo uso de palavras familiares. Chamar Jesus de “Senhor” era empregar um título de outra forma aplicado ao imperador: “Todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus” (At 17.7) Muito possivelmente, as autoridades romanas que revisaram o caso tenha incluído os maridos das “mulheres distintas” persuadidas por Paulo. A ira deles pode ter piorado as hostilidades judaicas.
Como não conseguiram encontrar Paulo, seu anfitrião Jasom foi preso, de modo que Paulo ter de pagar fiança. À noite, Paulo e Silas partiram secretamente para Beréia—100 km a sudeste. “Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Beréia, foram lá e excitaram as multidões” (At 171.3). Portanto em três cidades sucessivamente— Filipos, Tessalônica e Beréia— Paulo e seu grupo partiram em meio à inquietação civil e tiveram seu trabalho interrompido no meio. Foi essa a recepção inicial do evangelho no continente europeu.

Data
Dos cálculos baseados na inscrição de Gálio— uma cópia pública de uma carta do imperador romano ao procônsul de Acaia— Pode-se afirma que 1 Ts foi escrito em 50 ou 51 dC

Características e Conteúdo
Escrita primeiro em um tom de alívio e gratidão, o livro é marcado pelo agradecimento em relação ao crescimento da igreja na ausência forçada de Paulo. A carta não contém um teologia elaborada como Rm, nenhuma repreensão ou heresia ameaçadora como Gl, nem conselhos pastorais extensivos como em 1Co.
Os caps. 1-3 ensaiam as lembranças de Paulo sobre seu ministério entre eles, sua preocupação com o estado da fé que eles tinham, a comissão de Timóteo para voltar a igreja, seu deleite notável em saber da fé inabalável deles
Os caps. 4-5 contêm as exortações características sobre assuntos como pureza sexual (4.1-8; 5.23), caridade responsável ( 4.9-12), estima e apoio aos líderes (5.12-13), paciência e prestabilidade em relação à várias necessidades humanas (5.14-15).
A resposta de Paulo encheu de esperança e, portanto, de consolo, aqueles que choravam pela perda de pessoas queridas. Os mortos em Cristo, na verdade, seriam os primeiros a serem ressuscitados. Os cristãos vivos se uniriam a eles e seriam arrebatados para encontrar o Senhor no ar este estar para sempre com ele, Um grande Consolo!.
A linguagem de Paulo descrevendo a vinda de Jesus dista dois milênios do vocabulário da tecnologia urbana. O povo mediterrâneo do séc. I estava bastante acostumado a chegada (“vinda”) esplendorosa, alegre e antecipada de um visitante ral. No dia indicado, os cidadãos sairiam da cidade para encontra o visitante real— que vinha com um amplo cortejo. Grito de aclamação e boas-vindas surgiriam à medida que ele passasse, e aqueles que rodeassem a estrada então se uniriam ao monarca que iria a um determinado. Ali seriam feitos reconhecimentos e premiações especiais (2.19). Havia alegria e admiração com a chegada esplendorosa do rei. Assim há de ser quando os vivos e os mortos forem para cima, para encontrar o rei que vem do céu.
O tema da volta de Cristo, embora concentrado em 4.13-18, também é abordado em 5.1-11. Na verdade, a vinda de Cristo acontece de um final de carta (1.10) ao outro (5.23). Cada capítulo em 1 Ts refere-se a esse acontecimento futuro decisivo.

Deus Pai Revelado
Deus, o Pai (1.1,3; 3.11,13), é a fonte da ira e do desagrado (2.15-16) àqueles que se opõem a ele, mas para aqueles que o servem, ele é o receptor de agradecimentos (1.2; 2.13; 3.9) e origem da salvação (5.9), coragem (2.2), paz (5.23) e aprovação (2.4). Deus ressuscitou Jesus e ressuscitará os mortos que confiaram nele (1.10; 4.14). Ele é o Deus vivo e genuíno (1.9), oposto de ídolos (1.9), a testemunha incontestável (2.5). A vontade de Deus se relaciona com a pureza moral (4.3,7), mas também com a ação de graças contínuas (5.18). Sua palavra, o “evangelho de Deus”(2.2,8-9) notadamente chega através de palavras humanas (2.13; 4.8). Em 1Ts, como em vários lugares da Bíblia, Deus é a fonte e o fim de tudo o que se relaciona com a vida natural e espiritual.

Cristo Revelado
Jesus é o Filho de Deus (1.10), cuja morte e ressurreição (1.10; 2.14-15) fornecem um exemplo aos crentes que sofrem agora (1.6; 2.14-15) mas que, como ele mesmo, serão ressuscitados no futuro (1.10; 4.14,16). Os crentes de antes e de agora têm uma posição espiritual mística “no Senhor” (1.1,3; 4.1; 5.18), que, todavia, é pratica o suficiente para ser a base do respeito pra governar os anciãos (5.12). A graça vem de Cristo (5.28).
Mas, acima de tudo, em 1Ts Cristo surge como o Rei que volta, o conquistador dos mortos, cuja volta esperada co céu (1.10) dá conforto aos aflitos (4.17-18; 5.11) e alegria aos que o esperam (2.19-20). Esse será seu dia, o “Dia do Senhor” (5.2; 2Ts 2.2, “Dia de Cristo”).

O Espírito Santo em Ação
Todos os cristãos podem afirmar que foi Deus quem “nos deu também o seu ES” (4.8). O Espírito inspira alegria mesmo quando em meio à aflição (1.6). Quando o evangelho chegou em Tessalônica , ele não veio somente em palavras, “mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza” (1.5), sugerindo uma mistura balanceada de discussão intelectual, o poder do Espírito (provavelmente com “sinais” e maravilhas”) e profunda resposta pessoal. 1Ts 5.19-21 releva um caráter vivamente carismático do louvor em Tessalônica— a atividade profética que alguns estavam inclinados a conquistar, mas para o que Paulo pede aceitação verificada: suas palavras deveriam ser lidas “a todos os santos irmãos” (5.27).

Esboço de 1º Tessalonicenses

I. Começo típico da carta 1.1
II. Lembrança do Ministério de Paulo 1.2-3.13

Agradecimentos à fé, esperança e caridade dos tessalonicenses 1.2-10
Como Paulo ministrou lá 2.1-12
Agradecimentos pela resistência dos tessalonicenses 2.13-16
Ansiedade de Paulo pelos tessalonicenses 2.17-20
Missão de Timóteo e Alívio de Paulo 3.1-10
Esperança contínua de Paulo de ver os tessalonicenses 3.11-13

III. A espera da volta de Cristo 4.1-5.11

Para o presente: qualidades de estilo de vida 4.1-12
Para o futuro: a volta de Cristo 4.13-5.11

IV. Conselhos finais 5.12-28

Respeito pelos líderes 5.12-13
Paz na comunidade 5.13
Ajuda aos necessitados 5.14
Vivência cristã 5.15-22

2º Tessalonicenses

Autor: Paulo
Data: Cerca de 50 dC

Autor e Data
1 e 2Ts são bastante semelhantes em linguagem, sugerindo que Paulo escreveu a segunda carta algumas semanas após a primeira. A volta do Senhor é de importância central em ambas as cartas. 1Ts revela que alguns tessalonicenses estavam perplexos com a morte de pessoas amadas e temendo perder a volta do Senhor Jesus. Em 2Ts, surge um problema diferente, relacionado à volta do Senhor.
Tanto em 1Ts como em 2Ts (1.4-7), está claro que os crentes sofreram algumas perseguições e opressão— da mesma forma que Paulo e Silas. A preocupação de Paulo cm a estabilidade espiritual da igreja o levou a enviar Timóteo e a expressar, escrevendo a primeira carta, uma alegre satisfação por conhecer sua saúde espiritual (1Ts 2.17-3.10). A estabilidade e persistência e paciência em meio as adversidades, atraíam o louvor e a gratidão freqüentes do apóstolo (1Ts 1.3; 2Ts 1.4). Ainda assim, havia preocupações evidentes sobre as atitudes desequilibradas relacionadas com a volta do Senhor.
“Ouvimos”, diz Paulo (2.11), “que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando...” Pelo visto, parar de trabalhar era instigado por uma doutrina errônea de que alguém, desarmado, tinha trazido para Tessalônica uma doutrina que anunciava que “o Dia de Cristo estivesse perto” (2.2). Tal doutrina pode ter uma origem falsamente reivindicada pelos carismáticos (“por espírito” 2.2). Ou pode ter surgido em uma carta falsamente atribuída a Paulo.
Qualquer que seja a fonte da doutrina errônea, Paulo rapidamente escreveu 2Ts para ressaltar a maneira correta de compreender a volta do Senhor. Esse dia, esclarece ele, não acontecerá até que determinados acontecimentos ocorram. Em primeiro lugar, haverá uma apostasia e, mais importante, o homem do pecado será revelado—”O filho da perdição” (2.3). Essa figura, chamada de “anticristo” nas cartas de João, se autodenominará Deus(2.4). Ele enganará muitos, pois terá grandes poderes, incluindo a capacidade de realizar prodígios (2.9). O espírito de tal figura, “o ministério da injustiça” (2.7) já operava nos dias de Paulo. Mas um poder— não identificado claramente pelo apóstolo– resiste e controla o homem do pecado de forma a impedi-lo de interferir na consumação do curso dos acontecimentos humanos por Deus através da volta de Cristo na segunda vinda.
Duas vezes em 2Ts (2.15; 3.16). O apóstolo apela para a “tradição” - crenças fixas dentro das igrejas— como uma verificação sobre a doutrina carismática. Freqüentemente nas cartas tessalonicenses, ele relembra seus leitores a continuar com as coisas que ele ensinou antes (1Ts 2.11-12; 3.4; 2Ts 2.5,15; 3.4,6,10,14). Já nessas cartas, provavelmente os mais antigos livros do NT a serem escritos, está se desenvolvendo um corpo de crenças cristãs definidas.
2Ts, se escrito apenas algumas semanas depois de 1Ts, também teria sido escrita por volta de 50 dC.

Deus Pai Revelado
Como em outros lugares do NT, Deus é visto como Pai (1.1; 2.16) a fonte de graça (1.12) e amor (3.5) e objeto de agradecimento (1.3; 2.13). Ele escolheu (2.13) aqueles em seu Reino (1.5) e os torna dignos de seu chamamento de salvação (1.11), mas também restituiu os malfeitores (1.6) e permite a ilusão àqueles que desprezam a verdade (2.11) e que não conhecem (1.8). As igrejas são dele (1.4) elas descansam nele (1.1).

Cristo Revelado
A coigualdade de Cristo com Deus recebe atenção especial neste livro. Pai e Filho juntos são a fonte da graça e da paz (1.2,12; 3.16,18), consolo e estabilidade (2.16,17), amor e paciência (3.5). Embora a igreja seja geograficamente localizada em tessalônica, sua posição espiritual encontra-se em “Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus” (1.1; 3.12). Como em 1Ts, o Senhor Jesus virá de novo (1.7,10; 2.1); e ele, com “o assopro de sua boca” (2.8), derrotará o homem do pecado no momento de sua volta (2.8) e tomará vingança daqueles que não conhecem a Deus (1.8).

O Espírito Santo em Ação
Na única referência direta ao ES, em 2TS Paulo engrandece a Deus pelos tessalonicenses, cuja seleção para a salvação por Deus “desde o início” o apóstolo descreve pormenorizadamente como “santificação do Espírito e fé da verdade “ (2.13). A obra de santificação do ES pode ser vista como uma maneira de encarar a intenção de Deus de salvar seu Povo.
A declaração profética do Espírito, ou assim afirmada (2.2), sempre deve ser testada (1 Ts 5.20,21; 1Co 14.29)

Esboço de 2º Tessalonicenses

I. Começo típico da carta 1.1-4

autores 1.1
Endereços 1.1
Saudações 1.2
Ação da Igreja 1.3-4

II. Doutrina 1.5– 2.12

Conseqüência da vinda 1.5-12
Indicações da vinda 2.1-12

III. Exortação 2.13-3.16

À estabilidade 2.13-17
À oração 3.1-5
Contra ociosidade 3.6-13
À disciplina 3.14-15
À paz 3.16

IV. Comentários finais 3.17-18

Uma assinatura de crédito 3.17
Um desejo de graça 3.18

Colossenses

Autor: Paulo
Data: Cerca de 61 dC

Antecedentes
Paulo nunca tinha visitado Colossos, uma pequena cidade na província da Ásia, cerca de 160 km de Éfeso. A igreja foi uma conseqüência de seu ministério de três anos em Éfeso, por volta de 52 –55 dC (At 19.10; 20.31). Epafras, um nativo da cidade e provavelmente convertido pelo apóstolo, talvez tenha sido o fundador e líder da igreja ( 1.7-8; 4.12-13). A igreja aparentemente se reunia na casa de Filemom (Fm 2).

Ocasião e Data
Estudiosos conservadores acreditam que esta carta foi escrita em sua primeira prisão romana, por volta de 61 dC.
Em algum momento da prisão de Paulo, Epafras solicitou sua ajuda para lidar com a falsa doutrina que ameaçaca a igreja em Colossos (2.8-9). Aparentemente, essa heresia era um mistura de paganismo e ocultismo, legalismo judaico e Cristianismo. O erro parece com uma antiga forma de gnosticismo, que ensinava que Jesus não era nem completamente Deus e nem completamente homem, mas apenas um dos seres semidivinos que ligavam o abismo entre Deus e o mundo.

Características
Nenhum outro livro do NT apresenta mais completamente autoridade universal de Cristo ou a defende tanto cuidado. Combativo em tom e abrupto em estilo, Colossenses tem uma semelhança próxima com Ef em linguagem e assunto. Mais de setenta dos 155 versos de Ef contêm expressões que ecoam em Cl. Por outro lado, Cl tem vinte e oito palavras que não se encontram em mais nenhum outro lugar escrito de Paulo, e trinta e quatro que não se encontra em lugar nenhum do NT.

Conteúdo
Os falsos mestres em Colossos tinha rebatido algumas das principais doutrinas do Cristianismo, nada menos que a divindade, a autoridade absoluta e suficiência de Cristo. Cl apresenta Cristo como o Senhor supremo cuja suficiência o crente encontra perfeição (1.15-20). Os primeiros dois capítulos apresentam e defendem essa verdade; os últimos dois desvendam as implicações práticas.
A supremacia de Jesus Cristo depende da unicidade dele com o eterno e amado Filho e Herdeiro de Deus (1.13,15). Nele habita a totalidade dos atributos, essência e poder divinos (1.19; 2.9). Ele é a revelação e representação exata do Pai, e tem prioridade em tempo e primazia em categoria sobre toda a criação (1.5). Sua suficiência depende de sua superioridade. A convicção da soberania absoluta de Cristo impulsionou a atividade missionária de Paulo (1.27-29).
Paulo declara a autoridade de Cristo de Três formas primarias, proclamando, ao mesmo tempo, sua adequação. Primeiro, Cristo é o Senhor de toda a criação. Sua autoridade criativa abrange todo o universo material e espiritual (1.16). Como isso inclui os anjos e planetas (1.16; 2.10), Cristo merece ser louvado ao invés dos anjos (2.18). Além disso, não há motivo para temer os poderes espirituais demoníacos ou buscar supersticiosamente a proteção deles, pois Cristo neutralizou o poder deles na cruz (2.15), e os colossenses compartilhavam de seu triunfante poder de ressurreição (2.20). Como soberano e potestade suficiente, Cristo não é apenas o Criador do universos, mas também o preserva (1.17), é seu princípio de união e meta (1.16).
Em segundo lugar, Jesus é o superior na igreja como seu Criador e Salvador (1.18). Ele é a vida e líder dela, e a igreja só deve submeter-se a ele. Os colossenses dever permanecer arraigados a ele ( 2.6-7) ao invés de se encantarem com especulações e tradições vazias (2.8,16-18)
Em terceiro lugar, Jesus é supremo na salvação (3.11). Nele somem todas as distinções criadas pelo homem e caem as barreiras. Ele transformou os cristãos em uma única família onde os membros são iguais em perdão e adoção; é ele quem importa, em primeiro e em último lugar. Portanto, contrário à heresia, não há qualificações ou exigências especiais para vivenciar o privilégio de Deus (2.8-20).
Os caps. 3-4 lidam com as implicações práticas de Cristo na vida diária dos colossenses. Paulo usa a palavra “Senhor” nove vezes em 3.1-4.18, o que indica que a supremacia de Cristo invade cada aspecto de seus relacionamentos e atividades.

Cristo Revelado
Paulo eleva Cristo como o centro e circunferência de tudo que existe. O encarnado Filho de Deus, ele é a revelação e representação exata do Pai (1.5), bem como a encarnação da total divindade (1.19; 2.9). Ele, que é Senhor da criação (1.16), da igreja (1.18), e da salvação (3.11), habita os crentes e é sua “esperança e glória” (1.27). O supremo criador e mantenedor de todas as coisas (1.16-17) também é um salvador suficiente para seu povo (2.10)

O Espírito Santo em Ação
Cl tem uma única referência explícita ao ES, usada em associação com o amor (1.8). Alguns sábio também entendem “sabedoria e inteligência espiritual” em 1.9 em termos de dons do Espírito. Para Paulo, a autoridade de Cristo na vida do crente é a evidência mais crucial da presença do Espírito

Esboço de Colossenses

I. Introdução 1.1-14

Salvação 1.1-2
Oração de louvor pela fé dos colossenses 1.3-8
Oração de petição pelo crescimento deles em Cristo 1.9-14

II. Apresentação da supremacia de Cristo 1.15-2.7

Na criação 1.15-17
Na igreja 1.18
Na reconciliação 1.19-23
No ministério de Paulo 1.24 –2.7

III. Defesa da supremacia e suficiência de Cristo 2.8-23

Contra a falsa filosofia 2.8-15
Contra o legalismo 2.16-17
Contra o louvor aos anjos 2.18-19
Contra o ascetismo 2.20-23

IV. Supremacia de Cristo exigida na vida Cristã 3.1-4.6

Em relação a Cristo 3.1-8
Em relação à igreja local 3. 9-17
Em relação à família 3.18-21
Em relação ao trabalho 3.22-4-1
Em relação à sociedade não cristã 4.2-6

V. Conclusão 4.7-18

Companheiros de Paulo 4.7-9
Saudações finais 4.10-15
Exortações e bênçãos finais 4.16-18

Filipenses

Autor: Paulo
Data: Cerca de 61 dC
Antecedentes
At 16.12-40 registra a fundação da igreja de Filipo. Paulo estabeleceu a igreja durante sua segunda viagem, por volta de 51 dC. Desde o começo, a igreja apresentava um forte zelo missionário e era constante em seu apoio ao ministério de Paulo (4.15-16; 2Co 11.8-9). Paulo desfrutou de uma amizade mais próxima com os filipenses do que com qualquer outra igreja.

Ocasião e Data
É mas provável que Paulo tenha escrito esta carta durante sua primeira prisão romana, por volta de 61 dC, para agradecê-los pela contribuição que tinha recebido deles. Ele também elogiou calorosamente Epafrodito, que tinha trazido a doação de Filipos e quem Paulo estava enviando de volta.

Características
Em muitos aspectos, esta é a mais bela cara de Paulo, cheia de ternura, calor e afeição. Seu estilo é espontâneo, pessoal e informal, apresenta-nos um diário íntimo das próprias experiências espirituais de Paulo.
A nota dominante por toda a cara é a alegria triunfante. Paulo, embora prisioneiro, era muito feliz, e invocava seus leitores para sempre regozijarem em Cristo. É uma carta ética e prática em sua ênfase e está centralizada em Jesus. Para Paulo, Cristo era mais do que um exemplo; ele era a própria vida do apóstolo.

Conteúdo
A mensagem permanente dos filipenses diz respeito à natureza e base de alegria cristã. Para Paulo, a verdadeira alegria não é uma emoção superficial que dependeu de circunstâncias favoráveis do momento. A alegria cristã é independente de condições externas, e é possível mesmo em meio a circunstâncias adversas, como sofrimento e perseguição.
A Alegria definitiva surge da comunhão com Cristo ressuscitado e glorificado. Por toda a carta, Paulo fala da alegria do Senhor, enfatizando que somente através de Cristo se alcança a alegria, como ocorre com todas as outras graças cristãs. Essencial para essa alegria é a convicção confiante de autoridade de Cristo, baseada na experiência do poder de sua ressurreição. Devido essa convicção, a vida de Paulo ganhou sentido. Mesmo a morte tornou-se uma amiga, pois o levaria a uma maior experiência da presença de Cristo (1.21-23)
A alegria apresentada em filipenses envolve uma expectativa ávida da volta eminente de Cristo. O fato de essa expectativa ser dominante no pensamento de Paulo é vista em suas cinco referências à volta de Cristo. No contexto de cada referência há uma nota de alegria (1.6,10; 2.16; 3.20; 4.5).
Paulo também descreve uma alegria que surge da comunhão na propagação do evangelho. Ele começa a carta agradecendo aos filipenses pro sua parceria na propagação do evangelhos através de suas ofertas monetárias. As ofertas, entretanto, são apenas uma expressão de seu espírito de comunhão, ou como ele coloca em 4.17, “o fruto que aumente nossa conta”. Sendo assim, a alegria cristã é uma conseqüência de estar em comunhão ativa com o corpo de Cristo.

Cristo Revelado
Para Paulo, cristo é a soma e a substancia da vida. Pregar Cristo era sua grande paixão; conhece-lo era sua maior aspiração; sofrer por ele era um privilégio. Seu principal desejo para seus leitores era de que eles pudessem ter a mente de Cristo. Para sustentar sua exortação de humildade, o apóstolo descreve a atitude de Cristo, que renuncia à glória dos céus para sofrer e morrer por nossa salvação (2.5-11). Ao fazê-lo, ele apresenta a declaração mais concisa do NT em relação à pré-existência, à encarnação e à exaltação de Cristo. São realçadas tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo.

O Espírito Santo em Ação
A obra do Espírito em três áreas é mencionada na carta. Primeiro, Paulo declara que o Espírito de Jesus direcionará a realização do propósito de Deus em sus própria experiência (1.19). O Espírito Santo também promove unidade comunicação com o corpo de Cristo (2.1). A participação comum nele cria uma unidade de propósito e mantém uma comunidade de amor. Então, em contraste com a observância ritual inerte dos formalistas, o Espírito Santo inspira e direciona o louvor dos verdadeiros crente (3.3)

Esboço de Filipenses

Introdução 1.1-11

Salvação 1.1-2
Ação de graças 1.3-8
Oração 1.9-11

I. Circunstância da prisão de Paulo 1.12-26

Avançaram o evangelho 1.12-18
Garantiram a bênçãos 1.19-21
Criaram um dilema para Paulo 1.22-26

II. Exortações 1.27-2.18

Vida digna do evangelho 1.27-2.4
Reproduzir a mente de Cristo 2.5-11
Cultivar a vida espiritual 2.12-13
Cessar com murmúrios e questionamentos 2.14-18

III. Recomendações e planos pra os companheiros de Paulo 2.19-30

Timóteo 2.19-24
Epafrodito 2.25-30

IV. Advertências contra o erro 3.1-21

Contra os judaizantes 3.1-6
Contra o sensualismo 3.17-21

Conclusão 4.1-23

Apelos finais 4.1-9
Reconhecimento das dádivas dos filipenses 4.10-20
Saudações 4.21-22
Bênção 4.23

Efésios

Autor: Paulo
Data: Cerca de 60—61 dC

Antecedentes
Éfeso era um importante porto da Ásia Menor, localizado perto da atual Izmir. Tratava-se de uma das sete igrejas a quem Jesus endereçou suas cartas em Ap 2-3, um fato relevante para estudar esta epístola, uma vez que ela circulou originalmente para quase o mesmo grupo de igrejas.
Embora Paulo já tivesse estado em Éfeso antes (At 18.21), ele foi ministrar lá pela primeira vez no inverno de 55 dC. Lá ele ministrou por dois anos inteiros (At 19.8-10), desenvolvendo um relacionamento tão profundo com os efésios que sua mensagem de despedida a eles é uma das passagens mais emocionantes da Bíblia (At 20.17-38).

Ocasião e Data
Enquanto estava preso em Roma, Paulo escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Confinado e aguardando julgamento (3.1; 4.1; 6.20), o apóstolo escreve esta carta encíclica— para se lida por várias congregações. Efésios e, provavelmente, a mesma carta mencionada em Cl 4.16 como estando presente em Laodicéia ao mesmo tempo em que circulava.

Conteúdo
A mensagem pulsante de Efésios é “para louvor de sua (Cristo) glória” (1.6,12,14). A palavra glória ocorre oito vezes e refere-se à grande excelência de Deus, sua sabedoria e seu poder. O objetivo magnífico está na publicação do compromisso de Jesus de construir uma igreja gloriosa, madura e de um ministério “sem mácula, nem ruga” (5.27).
Efésios revela o processo pelo qual Deus está trazendo a igreja para seu objetivo destinado em Cristo. Os passos básicos de amadurecimento são dados na direção do compromisso da igreja de lutar conta os poderes do mal: 1) antes da igreja ir para a guerra, ela deve andar; e 2) antes de andar, a igreja aprende onde ela está.
a carta divide-se em duas seções: 1) a oposição do crente, caps 1-3 e 2) a prática do crente caps. 4-6.

Cristo Revelado
Ef foi chamado de “Os Alpes do NT”, “O grande Cânon da Escritura” e “O ápice real das Epístolas”, não somente por seu grande tema, mas devido à majestade do Cristo revelado aqui. Cap. 1: Ele é o redentor (1.7), aquele em quem e por quem a história será definitivamente consumida (1.10); e ele é o Senhor ressuscitado que não apenas ressuscitou dos mortos e do inferno, mas que reina como Rei, derramando sua vida através de seu corpo, a igreja— a expressão atual dele mesmo na Terra (1.15-23). Cap. 2: Ele é o pacificador que reconciliou o homem com Deus e que também torna possível a reconciliação entre os homens (2.11-18); e ele é a “principal pedra da esquina” do novo templo, que consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo próprio Deus (2.19-22). Cap. 3: Ele é o tesouro em que são encontradas as riquezas inescrutáveis da vida (3.8); e ele é o que habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor de Deus (3.17-19); e ele é o vencedor que acabou com a capacidade do inferno de manter a humanidade cativa (4.8-19). Cap. 5: Ele é o marido modelo, dando-se sem egoísmo para realçar sua noiva— sua igreja (5.25-27, 32). Cap.6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o recurso de força para seu povo enquanto eles se armam para a batalha espiritual (6.10).

O Espírito Santo em Ação
Como com Cristo, o ES é revelado em um ministério bastante amplo e através do crente. Em 1.13, ele é o selador, autorizando o crente a representar Cristo; em 1.17 e 3.5, ele é o revelador, iluminando o coração para aprender o propósito de Deus; em 3.16, ele é o doador, a quem Cristo dá força; em 4.3, ele é o Espírito da unidade, desejando sustentar a ligação de paz no corpo de Cristo; em 4.30, ele é o Espírito de santidade, que pode se entristecer por insistência de ocupações carnais; em 5.18, ele é a fonte através da qual todos deve ser continuamente cheios; em 6.17-18. Ele é que dá a Palavra como espada para uma batalha e o assistente celeste que nos foi concedido para nos ajudar a orar e a intervir até que obtenhamos a vitória.

Esboço de Efésios

Saudação de abertura 1.1-2
I. A posição do crente em Cristo 1.3-14

Bênçãos de total redenção 1.3-8
Parceria no propósito de Deus 1.9-14

II. A oração do apóstolo por discernimento 1.15-23

Para corações que vêem com esperança 1.15-23
Para a experiência que compartilha da vitória de Cristo 1.19-21
A igreja: o copo de Cristo 1.22-23

III. O passado, presente e futuro do crente 2.1-22

A ordem passada dos mortos que vivem 2.1-3
A nova ordem da vida amorosa de Deus 2.4-10
A antiga separação e falta de esperança 2.11-12
A nova união e paz atual 2.13-18
A Igreja: Edifício de Cristo 2.19-22

IV. O ministério e mensagem do apóstolo 3.1-13

O ministério concedido a Paulo 3.1-7
O ministério que é dado a cada crente 3.8-13

V. A oração de poder do Apóstolo 3.14-21

Por força através do ES 3.14-16
Por fé e amor através da habitação de Cristo 3.17-19
A igreja e glória de Deus 3.20-21

VI. A responsabilidade do crente 4.1-16

Para alcançar a unidade com diligência 4.1-6
Para aceitar a graça e dons com humildade 4.7-11
Para crescer no ministério como parte do corpo 4.12-16

VII. O chamado do crente para a pureza 4.17-5.14

Ao recusar a falta de inclinação mundana 4.17-19
Ao tirar o velho e colocar o novo 4.20-32
Ao Brilhar como filhos da luz 5.8-14

VIII. A vocação do crente para a vida cheia do Espírito 5.15-6.9

Buscar a vontade e sabedoria de Deus 5.15-17
Manter a plenitude do Espírito através de louvor e humildade 5.18-21
Conduzir todos os relacionamentos de acordo com a ordem de Deus 5.22-6.9

IX. A vocação do crente para a batalha espiritual 6.10-20

A realidade da batalha invisível 6.10-12
Armadura para o guerreiro 6.13-17
A Ação envolvida na batalha 6.18-20

Observações finais 6.21-24

Gálatas

Autor: Paulo
Data: Cerca de 55 - 56 dC
Destinatários
Gálatas é a única cara que Paulo endereçou especialmente a uma grupo de Igrejas. A Galácia não era uma cidade, mas uma região da Ásia Menor, que incluía várias cidades. Seu nome originou-se no Séc. III aC, quando uma tribo de pessoas da Gália migrou para o local. No séc. I dC, o termo “Galácia” era usado geograficamente pra indicar a região centro-norte da Ásia Menor, onde os gálios tinha se estabelecido; politicamente, designava a província romana na parte centro-sul da Ásia Menor. Paulo enviou esta carta para as igrejas na província da Galácia, uma área que incluía as cidades de Antioquia, Icônia, Listra e Derbe.

Data
A questão da data de Gálatas depende principalmente da correlação de 2.1-10 com a visitas de Paulo a Jerusalém registradas em At. Embora o cap. 2 posse ser identificado com a chegada da fome em At 11.30, são encontradas poucas dificuldades para relacionar a carta com os acontecimentos de At 15. Paulo provavelmente tenha escrito a carta por volta de 55 ou 56 dC, quando estava na Macedônia ou em Corinto, em sua terceira viagem missionária.

Conteúdo
Gálatas contém divisões biográficas, doutrinárias e práticas de dois capítulos cada.
Na primeira seção (caps. 1-2), Paulo defende sua autoridade apostólica.
Na segunda seção, doutrinária, (caps 3-4), Paulo apresenta uma série de argumentos e ilustrações para provar a inferioridade da lei em relação ao evangelho e para estabelecer o verdadeiro propósito da Lei.
Na terceira, aplicação prática da doutrina ( caps. 5-6), Paulo exorta os gálatas pra usarem adequadamente sua habilidade cristão e para não abusarem da mesma. Ao invés de dar lugar ao pecado, o evangelho fornece meios para se obter a justiça que a Lei exige.

Cristo Revelado
Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que têm fé nele (1.16; 3.26) em uma posição de liberdade (2.4; 5.1), libertando-os da servidão ao legalismo e à libertinagem. A principal ênfase do apóstolo está na crucificação de Cristo como base para a libertação do crente da maldição do pecado (1.4; 6.14), do próprio eu (2.20) e da lei (3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união de fé com Cristo (2.20), visivelmente retratada no batismo (3.28). Em relação à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (1.1,3,16) quanto sua humanidade (3.16; 4.4), que ele próprio revelou a Paulo (1.12).

O Espírito Santo em Ação
Os judaizantes estavam errados sobre as formas de santificação, bem como a forma de justificação. Uma passagem importante é 3.2-3, em que Paulo pergunta aos Gálatas, que prontamente admitiram que tinham iniciado sua vida cristã através do Espírito, por que eles estavam buscando maturidade espiritual realizando obras da lei. O que ele quer dizer é que o mesmo espírito que os regenerou faz com que a nova vida deles cresça.
Em 3.5, Paulo faz um pergunta semelhante relacionada ao ES. A linguagem que ele usa indica uma experiência do Espírito que se estendeu além da recepção inicial dos gálatas. O verbo “dá” sugere um fornecimento contínuo com generosidade, enquanto “opera” indica que Deus continuava a fazer maravilhas através dos crentes cheios do Espírito que não tinha se entregado ao legalismo. A palavra “maravilhas” refere-se às manifestações carismáticas do Espírito evidenciadas por sinais externos, como os descritos em 1Co 12-14. A frase “a promessa do Espírito”, em 3.14, também foi usada por Pedro pra explicar o derramamento do ES no Pentecostes (At 2.33).
Estes versos ensinam que receberemos o Espírito através da fé e que Ele continua a se manifestar no poder à medida que caminhamos na fé.
Em 5.16-25, Paulo descreve um conflito feroz e constante entre a carne, a nossa natureza propensa ao pecado, e o Espírito que habita em nós. Somente o ES, quando nos submetemos passivamente ao seu controle e caminhamos ativamente nele, pode nos permitir morrer pela carne (vs. 16-17), nos libertar da tirania da lei (v.18) e fazer com que o fruto da santidade cresça em nossas vidas (vs.22-23).
Esta seção (5.16-25) faz parte da exortação de Paulo em relação ao uso adequado da liberdade cristã. Separada da obra do ES de controlar e santificar, a liberdade certamente acabará em libertinagem.

Esboço de Gálatas

I. Introdução 1.1-10

Saudação 1.1-5
Deserção dos gálatas 1.6-7
Denúncia contras os judaizantes 1.8-9
Declaração da integridade de Paulo 1.10

II. Biografia: Paulo defende sua autoridade 1.11-2.21

A fonte de sua autoridade 1.11-24
O reconhecimento de sua autoridade 2.1-10
A manifestação de sua autoridade 2.11-21

III. Doutrina: Paulo defende seu evangelho 3.1-4.31

Com discussão 3.1-4.11
Por apelo 4.12-20
Por alegoria 4.21-31

IV. Prática: Paulo exorta os gálatas 5.1-6.10

Para usar adequadamente sua liberdade cristã 5.1-15
Para caminhar através do Espírito 5.16-26
Para carregar os fardos dos outros 6.1-10

V. Conclusão 6.11-18

advertência contra os legalistas 6.11-13
Centralidade da cruz 6.14-16
Marcas de um apóstolo 6.17
Bênção 6.18

1º Coríntios

Autor: Paulo
Data: Cerca de 56 dC
Autor
A autenticidade de 1Co nunca foi seriamente desafiada. Em estilo e filosofia, a epístola pertence a Paulo

Data
Paulo estabeleceu a Igreja em Corinto pro volta de 50-51 dC, quando passou dezoito meses lá em sua segunda viagem missionária (At 17.1-17). Ele continuou a levar a correspondência adiante e a cuidar da igreja depois de sua partida (5.9; 2Co 12.14). Durante esse ministério de três anos em Efeso , em sua terceira viagem missionária (At 19), ele recebeu relatórios perturbadores sobre a complacência moral existente entre os crentes de Corinto. Para remediar a situação, ele enviou uma carta à igreja ( 5.9-11), que depois se perdeu. Pouco depois, uma delegação enviada por Cloe, membro da igreja em Corinto fez um relato a Paulo sobre a existência da facções divisórias na igreja. Antes que pudesse escrever uma carta corretiva, chegou outra delegação de Corinto com uma carta fazendo-lhe certas perguntas(7.1; 16.17). Paulo enviou imediatamente Timóteo a Corinto (4.17). Então, ele escreveu a carta que conhecemos como 1 Co, esperando que a mesma chegasse a Corinto antes de Timóteo (16.10). Visto que Paulo, aparentemente, escreveu a carta próximo ao fim do seu ministério em Éfeso (16.8) ela pode ser datada cerca de 56 dC.

Contexto Histórico
A carta revela alguns problemas culturais gregos típicos dos dias de Paulo, incluindo a grande imoralidade sexual da cidade de Corinto. Os gregos eram conhecidos por sua idolatria, filosofias divisórias, espírito de litígio e rejeição de uma ressurreição física. Corinto era uma das cidades comerciais mais importantes da época e controlava grande parte das navegações entre o Oriente e o Ocidente. Situava-se na parte da Grécia e a península de Peloponeso. A cidade era infame pela sua sensualidade e prostituição sagrada. Mesmo seu nome tornou-se um provérbio notório: “corintizar” significava praticar prostituição. A principal divindade da cidade era Afrodite (Vênus), deusa do amor licencioso, e milhares de prostitutas profissionais serviam no templo dedicado à sua adoração. O Espírito da cidade apareceu na igreja e explica o tipo de problemas que as pessoas enfrentavam.
Também revela alguns dos problemas que os antigos pagãos tinham em não transmitir experiências religiosas anteriores à experiência de ministério do ES. Eles podem ter associado algumas das extravagâncias frenéticas do paganismo com o exercito de dons espirituais (12.2).

Conteúdo
A carta consiste na resposta de Paulo a dez problemas separados:
Um espírito sectário, incesto, processos, fornicação, casamento e divórcio, ingestão de alimentos oferecidos a ídolos,uso do véu, a Ceia do Senhor, dons espirituais e a ressurreição do corpo.

Cristo Revelado
A epístola contém uma revelação inigualável sobre a cruz de Cristo como uma oposição a todas as jactâncias humanas (caps 1-4) Paulo cita Cristo como nosso exemplo em todo comportamento (1.11) e descreve a igreja como seu Corpo (cap 12). De especial importância são as poderosas conseqüências da ressurreição de cristo para toda a criação (cap 15).

O Espírito Santo em Ação
As manifestações ou dons do Espírito formam as passagens mais conhecidas sobre o ES (caps 12-14). Mas não devemos fazer vista grossa ao papel do ES em revelar as coisas de Deus ao espírito humano de uma maneira que impede todas as bases para o orgulho (2.1-13). Talvez o mais iluminador entre o debate atual da igreja em geral seja a maneira como o apóstolo direciona os coríntios a um equilibrado emprego de falar línguas, afirmando essa prática e recusando qualquer direito de proibi-la (cap 14)

Esboço de 1º Coríntios

Introdução com saudação e ação de graças 1.1-9
I. O problema de um espírito sectário que surgiu de uma preferência por lideres religiosos devido à sua suposta sabedoria superior 1.10-4.21

O contraste entre a sabedoria divina e a humana sobre a cruz mostra o erro de um espírito sectário que se origina da sabedoria humana 1.10-3.4
O papel dos líderes religiosos mostra que eles são importantes, mas nunca motivo para jactância 3.5-4.5
Uma repreensão aberta por comparação irônica do orgulho coríntio com a loucura de Paulo 4.6-21

II. O problema da disciplina da Igreja interna ocorrida devido a um caso de incesto 5.1-13
III. O problema de processos entre os cristãos perante cortes públicas 6.1-11
IV. O problema de abuso sexual do corpo oriundo de uma aplicação errônea do ensinamento ético de Paulo 6.12-20
V. O problema do relacionamento entre a esfera secular e a vida espiritual do crente, especialmente nas áreas de sexo, casamento e escravidão. 7.1-40
VI. O problema de diferença ética entre irmãos causado pela ingestão de alimento oferecido aos ídolos 8.1-11.1

O princípio básico do amor versus conhecimento 8.1-13
O exemplo pessoa de Paulo antecede a seus direitos. 9.1-27
A aplicação do principio em comportamento e ação 10.1-11.1

VII. O problema do papel dos sexos à luz da retirada do véu 11.2-16
VIII. O problema de profanar a Ceia do Senhor 11.17-34
IX. O problema de manifestações espirituais que se originaram de uma abuso do dom de línguas 12.1-14.40

A necessidade de diversidade 12.1-31
A necessidade de amor 13.1-13
A necessidade de controle 14. 1-40

X. O problema da ressurreição dos mortos 15.1-58
XI. Concluindo observações pessoais 16.1-24

2º Coríntios

Autor: Paulo
Data: Cerca de 55 - 56 dC

Contexto Histórico e Data
2Co reflete, de várias maneiras, o tratamento de Paulo com a Igreja de Corinto durante o período da fundação, por volta de 50 dC, até a redação desta epístola, em 55 ou 56 dC. Os vários episódios na interações entre Paulo e os coríntios podem ser resumidos conforme a seguir:

A visita de Fundação a Corinto durou cerca de dezoito meses. At 18
Paulo escreveu um epístola anterior a 1Co . (1Co 5.9)
Paulo escreveu 1Co em Éfeso por volta de 55 dC
Uma breve porém dolorosa visita a Corinto causou “tristeza” a Paulo e à igreja (2Co 2.1; 13.2)
Depois dessa dolorosa visita, Paulo escreveu um epístola severa, entregue por Tito (2Co 2.4; 7.6-8)
Paulo escreveu 2Co da Macedônia, durante seu caminho de volta a Corinto, em 55 ou 56 dC
A visita final de Paulo a Corinto (At 20), provavelmente, tenha ocorrido quando ele escreveu Rm, pouco antes de voltar a Jerusalém. A visita dolorosa, que At não registra, e a carta severa fornecem pano de fundo imediato para a redação de 2Co.

Não possuímos a epístola Severa, embora alguns estudiosos tenha sugerido que 2Co 10-13 possa ter sido parte dela. Entretanto, não há evidências manuscritas que fundamentos esse ponto de vista.

Características
2Co é a mais autobiográfica das epístola de Paulo, contendo inúmera referências às dificuldades que ele enfrentou no curso de seu ministério (11.23-33). Paulo as menciona para estabelecer a legitimidade de seu ministério e para ilustrar a natureza de verdadeira espiritualidade.
Ao defender seu ministério, Paulo abre seu coração, mostrando sua profunda emoção. Ele revela o seu forte amor pelos coríntios, seu zelo ardente pela glória de Deus, sua lealdade inflexível à verdade do evangelho e sua indignação implacável ao confrontar aqueles que rompem o companheirismo da igreja. Sua vida estava inseparavelmente leigada à de seus convertidos, e ele não era profissionalmente frio em seu ministério ( 1.6; 5.13; 7.3-7;11.2; 12.14-15).

Conteúdo
2Co consiste de três partes principais. Os primeiros sete capítulos contêm a defesa de Paulo sobre a sua conduta e o seu Ministério. A segunda parte, caps. 8-9, trata da oferta sendo levantada por Paulo para os santos pobres da Judéia e a Terceira parte, os caps 10-13, contêm uma mensagem de reprimenda aos caluniadores existentes na igreja.

Cristo Revelado
Jesus é o foco de nosso relacionamento com Deus. Todas as promessas de Deus para nós são sim em Jesus, e dizemos “amém” à estas promessas (1.9-20). Jesus é o Sim de Deus para nós e nosso Sim para Deus. Nós vemos a glória de Deus somente em Jesus e só nele somos transformados por essa glória (3.14,18), pois Cristo é a própria imagem de Deus (4.4-6). Deus veio até nós em Cristo, reconciliando o mundo consigo (5.19). Portanto, é “em Cristo” que nos tornamos novas criaturas (5.17). Essa mudança foi realizada através do maravilhoso ato de graça de Deus, no qual Cristo, “que não conheceu pecado”, tornou-se “pecado por nós, para que, nele, fossemos feitos justiça de Deus”(5.21).
Ele também é o foco de nosso serviço a Deus. Proclamamos a Jesus como Senhor e nós mesmo como servos por seu amor a ele (4.5). Nós compartilhamos não apenas a vida e a glória de Cristo, mas também sua morte (4.10-12), sua disposição de ser fraco de modo que os outros pudessem experimentar o pode de Deus (13.3-4,9), e a sua disposição de empobrecer, de modo que os outros pudessem enriquecer (8.9). Nós experimentamos sua fraqueza, mas também sua força, à medida que procuramos levar “cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (10.5)
Mais uma vez, Ele é o foco de nossa presente vida neste mundo, onde experimentamos simultaneamente em nosso corpo mortal “a mortificação do Senhor Jesus” tanto quanto sua vida (4.10-11).
Por fim, Jesus é o foco de nossa vida futura, pois seremos ressuscitados com Jesus (4.14), que é o “marido” da igreja (11.2) e o juiz de todos os homens (5.10).

O Espírito Santo em Ação
O ES é o poder do NT (3.6), pois ele torna real para nós as ~provisões presentes e futuras de nossa salvação em Cristo, através do dom do “penhor do Espírito em nossos corações”, nós asseguramos que todas as promessas de Deus são Sim em Cristo e que somos ungidos e “selados” como pertencendo a ele (1.20-22). A experiência presente do Espírito é especificamente um “penhor” do corpo glorificado que receberemos um dia (5.1-5).
Nós não apenas lemos a respeito da vontade de Deus na “letra” das Escrituras, pois “a letra (sozinha) mata”. O Espírito que vivifica (3.6) muda nossa maneira de viver abrindo nossos olhos à realidade viva que lemos. Portanto, experimentamos progressivamente e incorporamos a vontade de Deus e nós mesmo nos tornamos epístolas de Cristo, “conhecida e lida por todos os homens” (3.2).
Quando nos submetemos à obra do ES, experimentamos um milagre. Achamos que “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (3.17). Há liberdade pra contemplar a glória revelada do Senhor e para nos transformarmos mais e mais de acordo com a imagem que contemplamos. O ES nos dá liberdade para vermos e liberdade para sermos o que Deus quer que sejamos (3.16-18).
A obra do ES é evidente na renovação interna diária (4.16), no conflito espiritual (10.3-5) e nos “sinais, prodígios e maravilhas” do ministério de Paulo (12.12). Paulo terminou sua epístola com uma bênção, que incluía a “comunhão (companheirismo) do ES” (13.13). Isso poderia indicar um sentido da presença do Espírito ou, mais provavelmente, um deleite de companheirismo que o Espírito nos dá com Cristo e com todas as pessoas que amam a Cristo.

Esboço de 2º Coríntios

I. Saudação 1.1-2
II. Explicação do Ministério de Paulo 1.3-7.16

Consolação e sofrimento 1.3-11
Mudanças de Planos 1.12-2.4
Perdoando o ofensor 2.5-11
Perturbação em Trôade 2.12-13
Natureza do ministério cristão 2.14-7.4
Deleitando-se com o relatório de Corinto 7.5-16

III. Generosidade ao dar 8.1-9.15

Macedônios e Jesus como exemplos 8.1-9
Cumprindo as boas intenções 8.10-12
Compartilhando recursos 8.13-15
Uma delegação honrada 8.16-24
Preparação conveniente do dom 9.1-5
Bênção de dar 9.6-16

IV. Defesa e uso da autoridade apostólica 10.1-13.10

Repreensão por avaliação superficial 10.1-11
Repreensão por comparações tolas 10.12-18
Zelo de Deus pela Igreja 11.1-4
Comparação com falsos apóstolos 11.5-15
Tolerância mal orientada dos coríntios 11.16-21
Jactância relutante de Paulo 11.22-12.13
Anúncio da terceira visita 12.14-13.10

V. Saudações finais 13.11-14

Romanos

Autor: Paulo
Data: 56 dC

Contexto Histórico
Quando Paulo escreveu Rm, por volta de 56 dC, ele ainda não tinha estado em Roma, mas vinha pregando o evangelho desde sua conversão em 35 dC. Durante os dez anos anteriores, ele tinha fundado igreja através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Esta epístola é, portanto , uma declaração madura de sua compreensão do evangelho. Em Roma, a igreja havia sido fundada por outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu muito a respeito dos crentes de lá (16.3-15).

Ocasião e Data
É mais provável que Paulo tenha escrito Rm enquanto estava em Corinto, em 56 dC, fazendo uma coleta para ajudar os cristãos necessitados de Jerusalém (15.25-28,31; 2Co 8-9). Ele planejou ir a Jerusalém com essa coleta, depois visitar a igreja em Roma (1.10-11; 15.22-24). Depois de ser revigorado e apoiado pelos cristãos de Roma, planejou viajar para a Espanha para pregar o evangelho (15.24). Ele escreveu para dizer aos romanos sobre sua visita iminente. A carta, provavelmente tenha sido entregue por Febe (16.1-2)

Conteúdo
O tema doutrinal global que Paulo procura demonstrar é que Deus é Justo. Apesar de tudo que aconteceu neste mundo– mesmo que todos os seres humanos sejam pecadores (1.18-3.20); mesmo que Deus não puna, mas perdoe os pecadores culpados (3.21-5.21); mesmo que os crentes possam não viver completamente de uma maneira coerente com a justiça de Deus (6.1-8.17); mesmo que os crentes sofram e a redenção final retarde (8.18-39); mesmo que os muitos judeus não creiam (9.1-11.36) - ainda assim Deus é perfeitamente Justo e nos perdoou através de sua graça. Devido a essa grande misericórdia de um Deus tão justo, devemos seguir um modelo de vida coerente com a própria justiça de Deus (12.1-16.27).

Cristo Revelado
Rm é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e sua implicações para os cristãos (3.21-11.36) e a aplicação do evangelho à vida cotidiana (12.1-16.27).

O Espírito Santo em Ação
O ES confere poder na pregação do evangelho e na realização de milagres (15.19), habita em todos que pertencem a Cristo (8.9-11) e nos dá vida (8.11). Ele também nos torna, progressivamente, mais santo na vida diária, nos dando poder para obedecermos a Deus e superarmos o pecado (2.29; 7.6; 8.2,13; 15.13,16), fornecendo-nos um modelo de santidade a seguir(8.4), nos guiando nele (8.14) e purificando nossa consciência para prestar testemunho verdadeiro (9.1). O ES derrama o amor de Deus em nosso coração (5.5; 15.30), junto com alegria, paz e esperança através de seu poder (14.17; 15.13). Ele nos permite orar adequadamente (8.26) e a chamar Deus de nosso Pai, concedendo desse modo, uma segurança espiritual interior de que somos filhos de Deus (8.16). Devemos centrar a nossa mente nas coisas do Espírito, se desejamos agradar a Deus (8.5,6). Embora Paulo descreva brevemente os dons espirituais em RM (12.3-8), ele não faz menção explicita do ES em conexão com esses dons, exceto para referir-se a eles como espirituais em 1.11. A obra atual do ES em nós é apenas um antegozo de sua futura obra celeste em nós (8.23)

Esboço de Romanos

Introcução 1.1-17

Identificação de Paulo 1.1-7
Desejo de Paulo de visitar Roma 1.8-15
Resumo do evangelho 1.18-3.20

I. Todos pecaram 1.18-3.20
II. Justificação apenas pela fé 3.21-5.21
III. Praticando Justiça na vida Cristã 6.1-8.39
IV. Deus e Israel 9.1-11.36
V. Aplicações práticas 12.1-15.13
VI. A própria situação de Paulo 15.14-33
VII. Recomendações pessoais 16.1-24
VIII. Bênção 16.25-27

A CARREIRA DO APOSTOLO PAULO (1.5)

Origem:
Tarso, na Cilicia (At 22.3)
Tribo de Benjamim (Fp 3.5)
Treinamento:
Aprendeu a arte de fazer tenda (At 18.3
Estudou com Gamaliel (At 22.3)
Religião anterior:
Hebreu e fariseu (Fp 3.5)
Perseguidor dos cristãos ( At 8.1-3; Fp 3.6)
Salvação:
Encontrou o Cristo ressuscitado no caminho para Damasco (At 9.1-8)
Recebeu o derramamento do ES na rua chamada direita (At 9.17-18; 22.12-16)
Chamado para Missões:
A igreja de Antioquia foi instruída pelo ES a enviar Paulo ao trabalho (At 13.1-3)
Levou o evangelho paras os gentios (Gl 2.7-10)
Papéis:
Falou em nome da Igreja de Antioquia no concílio de Jerusalém (At 15.1-4,12)
Opô-se a Pedro (Gl 2.11-21)
Discutiu com Barnabé por causa de João Marcos (At 15.36-41)
Realizações:
Três viagens missionárias prolongadas (At 13-20)
Fundou inúmera igrejas na Asia Menor, na Grécia e , possivelmente, na Espanha (Rm 15.24,28)
Escreveu cartas para inúmeras igrejas e vários indivíduos que agora compõe um quarto do NT.
Fim da vida:
Depois da prisão em Jerusalém, foi enviado para Roma (At 21.27; 28.16-31)
De acordo com a tradição cristã, foi libertado da prisão, o que lhe permitiu mais obras missionárias; aprisionado novamente, permaneceu preso mais uma vez em Roma e foi decapitado fora da cidade.

Mateus

Autor: Mateus
Data: Cerca de 50—75 dC
Autor
Embora este evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui a Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, além de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após ressurreição de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em outras nações.

Data
Evidências externas, como citações na literatura cristã do Séc I, testemunham desde cedo a existência e o uso de Mt. Líderes da igreja do Séc. II e III geralmente concordavam que Mt foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações em sues escritos indicam uma data entre 60 e 65 dC.

Conteúdo
O objetivo de Mt é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judaísmo, pode revelar o objetivo de Mt em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada divisão termina com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes dircusos...” (7.28; 11.1; 13.53; 19.1; 26.1).
No prólogo (1.1-2.23), Mt mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às promessas feitas a Abraão e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importância dele para os gentios.
A primeira parte (caps. 3-7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas devem viver no Reino de Deus.
A Segunda parte (8.1-11.1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos quando ele os enviou para a viagem missionária.
A Terceira parte (11.2-13.52) registra várias controvérsias nas quais Jesus estava envolvido e sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus, em conexão com a resposta humana necessária.
A Quarta parte ( 13.53-18.35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade cristã (cap 18).
A quinta Parte (19.1-25.46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela seu conflito climático com o judaísmo. Os caps. 24-25 contêm os ensinamentos de Jesus relacionados à últimas coisas. O restante do Livro (26.1-28.20) detalha acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à comissão do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a disposição de Mt não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi planejada para mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças em Jesus.

Cristo Revelado
Este Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e esperanças messiânicas. Mt estrutura cuidadosamente suas narrativas para revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao AT, introduzindo muitas delas com a fórmula “para que se cumprisse”.
No Evangelho. Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem, uma referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13,14). O termo não somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos messiânicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de redenção (como em 17.12,22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glória (como em 13.41; 16.27; 19.28; 24.30,44; 26.64).
O uso do título “Filho de Deus” por Mt sublinha claramente a divindade de Jesus ( 1.23; 2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem mediação com o Pai (11.27).
Mt apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18; 18.15-20). O Evangelho de Mt pode ter servido como manual de ensino para a igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28.12-20), que é a garantia da presença viva de Jesus.

O Espírito Santo em Ação
A atividade do ES é evidente em cada fase e ministério de Jesus. Foi por meio do poder do Espírito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1.18-20).
Antes de Jesus começar seu ministério público, ele foi tomado pelo Espírito de Deus (3.16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparação adicional a seu papel messiânico (4.1). O poder do Espírito habilitou Jesus a curar (12.15-21 e a expulsar demônios (12.28).
Da mesma forma que João imergia seus seguidores na água, Jesus imergirá seus seguidores no ES (3.11). Em 7.21-23, encontramos uma advertência dirigida contra os falsos carismáticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam demônios e fazem milagres, mas não fazem a vontade do Pai. Presumivelmente, o mesmo ES que inspira atividades carismáticas também deve permitir que as pessoas da igreja façam a vontade de Deus (7.21)
Jesus declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de satanás estava sendo derrotado. Portanto, atribuir o ES ao diabo era cometer um pecado imperdoável (12.28-32).
Em 12.28, o ES está ligado ao exorcismo de Jesus e à presente realidade do Reino de Deus, não apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos fariseus (discípulos) também praticavam exorcismo (12.27). Mas precisamente, o ES está executando um novo acontecimento com o Messias—”é chegado a vós o Reino de Deus” (v.28).
Finalmente, o ES é encontrado na Grande Comissão (28.16-20). Os discípulos são ordenados a ir e a fazer discípulos de todas as nações, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do ES” (v.19). Isto é, eles deveriam batizá-los “no/com referência ao “ nome— ou autoridade– do Deus Triúno. Em sua obediência a esta missão, os discípulos de Jesus têm garantida sua constante presença com eles.

Esboço de Mateus

Prólogo: Genealogia e narrativa da infância 1.1-2.23

genealogia de Jesus 1.1-17
O nascimento 1.18-25
A adoração dos magos 2.1-12
Fuga para o Egito e matança nos inocentes, a volta para Israel 2.13-13

I. Parte um: Proclamação do Reino dos Céus 3.1-7.29

Narrativa: Início do Ministério de Jesus 3.1-7.29
Discurso: O Sermão da Montanha 5.1-7.29

II. Parte Dois: O ministério de Jesus na Galiléia 8.1-11.1

Narrativa: Histórias dos dez milagres 8.1-11.1
Discurso: Missão e martírio 9.35-11.1

III. Parte Três: Histórias e parábolas em meio a controvérsias 11.2-13.52

Narrativa: Controvérsia que se intensificam 11.2-12.50
Discurso: Parábolas do Reino 13.1-52

IV. Parte Quatro: Narrativa, controvérsia e discurso 13.53-17.27

Narrativa: Vários episódios precedentes à jornada final de Jesus em Jerusalém 13.53-17.27
Discurso: Ensino sobre a igreja 18.1-35

V. Parte Cinco: Jesus na Judéia e em Jerusalém 19.1-25.46

Narrativa: A jornada final de Jesus e a instauração do conflito 19.1-23.39
Discurso: Os ensinos escatológicos de Jesus 24.1-25.46

A narrativa da Paixão 26.1-27.66
A narrativa da ressurreição 28.1-20

Marcos

Autor: Marcos
Data: Cerca de 65—70 dC

Autor
Mesmo que o Evangelho de Mc seja anônimo, a antiga tradição é unânime em dizer que o autor foi João Marcos, seguidor próximo de Pedro ( 1Pe 5.13) e companheiro de Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária. O mais antigo testemunho da autoria de Mc tem origem em Papias, bispo da Igreja em Hierápolis (cerca de 135-140 dC), testemunho que é preservado na História Eclesiástica de Eusébio. Papias descreve marcos como “interprete de Pedro”. Embora a igreja antiga tenha tomado cuidado em manter a autoria apostólica direta dos Evangelhos, os pais da igreja atribuíram coerentemente este Evangelho a Marcos, que não era um apóstolo.

Data
Os fundadores da Igreja declaram que o Evangelho de Mc foi escrito depois da morte de Pedro, que aconteceu durante as perseguições do Imperador Nero por volta de 67 dC. O Evangelho em si, especialmente o cap. 13, indica ter sido escrito antes da destruição do Templo em 70 dC. A maior parte das evidências sustenta uma data entre 65 e 70 dC.

Contexto Histórico
Em 64 dC, Nero acusou a comunidade cristã de colocar fogo na cidade de Roma, e por esse motivo instigou uma temerosa perseguição na qual Paulo e Pedro morreram. Em meio a uma igreja perseguida, vivendo constantemente sob ameaça de morte, o evangelista Marcos escreveu suas “boas novas”. Está claro que ele quer que seus leitores tomem a vida e exemplo de Jesus como modelo de coragem e força. O que era verdade para Jesus deveria ser para os apóstolos e discípulos de todas as idades. No centro do Evangelho há pronunciamentos explícito de “que importava que o Filho do Homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, mas que, depois de três dias, ressuscitaria” (8.31) Esse pronunciamento de sofrimento e morte é repetido (9.31; 10.32-34), mas torna-se uma norma para o comprometimento do discipulado: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz e siga-me” (8.34). Marcos guia seus leitores à cruz de Jesus, onde eles podem descobrir o significado e esperança em seu sofrimento.

Conteúdo
Mc estrutura seu Evangelho em torno de vários movimentos geográficos de Jesus, que chega ao clímax com sua morte e ressurreição subseqüente. Após a introdução (1.1-13), Mc narra o ministério público de Jesus na Galiléia (1.14-9.50) e Judéia (caps 10-13), culminando na paixão e ressurreição (caps 14-16). O Evangelho pode ser visto como duas metades unidas pela confissão de Pedro de que Jesus era o Messias (8.17-30) e pelo primeiro anúncio de Jesus e sua crucificação (8.31).
Mc é o menor dos Evangelhos, e não contém nenhuma genealogia e explicação do nascimento e antigo ministério de Jesus na Judéia. É o evangelho da ação, movendo-se rapidamente de uma cena para outra. O Evangelho de João é um retrato estudado do Senhor, Mt e Lc apresentam o que poderia ser descrito como uma série de imagens coloridas, enquanto que Mc é como um filme da vida de Jesus. Ele destaca as atividades dos registros mediante o uso da palavra grega “euteos” que costuma ser traduzia por “imediatamente”. A palavra ocorre quarenta e duas vezes, mais do que em todo o resto do NT. O uso freqüente do imperfeito por Mc denotando ação contínua, também torna a narrativa rápida.
Mc também é o Evangelho da vivacidade. Frases gráficas e surpreendentes ocorrem com freqüência para permitir que o leitor reproduza mentalmente a cena descrita. Os olhares e gestos de Jesus recebem atenção fora do comum. Existem muitos latinismos no Evangelho (4.21; 12.14; 6.27; 15.39). Mc enfatiza pouco a lei e os costumes judaicos, e sempre os interpreta para o leitor quando os menciona. Essa característica tende a apoiar a tradição de que Mc escreveu para uma audiência romana e gentílica.
De muitas formas, ele enfatiza a Paixão de Jesus de modo que se torna a escala pela qual todo o ministério pode ser medido: “Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”(10.45). Todo o ministério de Jesus (milagres, comunhão com os pecadores, escolha de discípulos, ensinamentos sobre o reino de Deus, etc.) está inserido no contexto do amor oferecido pelo Filho de Deus, que tem seu clímax na cruz e ressurreição.

Cristo Revelado
Esse livro não é uma biografia, mas uma história concisa da redenção obtida mediante o trabalho expiatório de Cristo. Mc demonstra as reivindicações messiânicas de Jesus enfatizando sua autoridade com o Mestre (1.22) e sua autoridade sobre satanás e os espírito malignos (1.27; 3.19-30), o pecado (2.1-12), o sábado (2.27-28; 3.1-6), a natureza (4.35-41; 6.45-52), a doença (5.21-34), a morte (5.35-43), as tradições legalistas (7.1-13,14-20), e o templo (11.15-18).
Título de abertura do trabalho de Mc, “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1.1), fornece sua tese central em relação a identidade de Jesus como o filho de Deus. Tanto o batismo quanto a transfiguração testemunham sua qualidade de filho (1.11; 9.7). Em duas ocasiões, os espíritos imundos o reconhecem como Filho de Deus (3.11; 5.7). A parábola dos lavradores malvados (12.6) faz alusão à qualidade de filho divino de Jesus (12.6). Por fim, a narrativa da crucificação termina com a confissão do centurião: “Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.” (15.39)
O titulo que Jesus usava com mais freqüência para si próprio, num total de catorze vezes em Marcos, é “Filho do Homem”. Como designação para o Messias, este termo (ver Dn 7.13) não era tão popular entre os Judeus como o título “Filho do Homem” para revelar e para esconder seu messianismo e relacionar-se tanto com Deus quanto com o homem.
Mc, atentando para o discipulado, sugere que os discípulos de Jesus deveriam ter um discernimento amplo ao mistério de sua identidade. Mesmo apesar de muitas pessoas interpretarem mal sua pessoa e missão, enquanto os demônios confessam sua qualidade de filho de Deus, os discípulos de Jesus precisam ver além de sua missão, aceitar sua cruz e segui-lo. A segunda vinda do Filho do Homem revelará totalmente seu poder e glória.

O Espírito Santo em Ação
Junto com os outros escritores do Evangelho, Mc recorda a profecia de João Batista de que Jesus “vos batizará com o ES” (1.8), Os crentes seriam totalmente imersos no Espírito, como os seguidores de João o eram nas águas.
O ES desceu sobre Jesus em seu batismo (1.10), habilitando-o para seu trabalho messiânico de cumprimento da profecia de Isaías (Is 42.1; 48.16; 61.1-2). A narrativa do ministério subseqüente de Cristo testemunha o fato de que seus milagres e ensinamentos resultaram da unção do ES.
Mc declara graficamente que “o Espírito o impeliu para o deserto” (1.12) para que fosse tentado, sugerindo a urgência por encontrar e vencer as tentações de satanás, que queria corrompê-lo antes que le embarcasse em uma missão de destruir o poder do inimigo nos outros.
O pecado contra o ES é colocado em contraste com “todos os pecados” (3.28), pois esses pecados e blasfêmias podem ser perdoados. O contexto define o significado dessa verdade assustadora. Os escribas blasfemaram contra o ES ao atribuírem a satanás a expulsão dos demônios. Que Jesus realizava pela ação do ES (3.22). Sua visão prejudicada tornou-os incapazes do verdadeiro discernimento. A explicação de Mc confirma o motivo de Jesus ter feito essa grave declaração (3.30).
Jesus também refere à inspiração do AT pelo ES (12.36). Um grande estímulo aos cristãos que enfrentam a hostilidade de autoridades injustas é a garantia do Senhor de que o ES falará através deles quando testemunharem de Cristo (13.11).
Além das referências explícitas ao ES, Mc emprega palavras associadas com o dom do Espírito, como poder, autoridade, profeta, cura, imposição de mãos, Messias e Reino.

Esboço de Marcos

Introdução 1.1-13

Declaração sumária 1.1
Cumprimento da profecia do AT 1.2-3
O ministério de João Batista 1.4-8
O batismo de Jesus 1.9-11
A tentação de Jesus 1.12-13

I. O Ministério de Jesus na Galiléia 1.14-9.50

Princípio: Sucesso e conflito iniciais 1.14-3.6
Etapas posteriores: Aumento de popularidade e oposição 3.7-6.13
Ministério fora da Galiléia 6.14-8.26
Ministério no caminho para a Judéia 8.26-9.50

II. O Ministério de Jesus na Judéia 10.1-16.20

Ministério na Transjordânia 10.1-52
Ministério em Jerusalém 11.1-13.37
A Paixão 14.1-15.47
A ressurreição 16.1-20

Lucas

Autor: Lucas
Data: Cerca de 59—75 dC
Autor
Tanto o estilo quanto a linguagem oferecem evidências convincentes de que a mesma pessoa escreveu Lucas e Atos. “ O primeiro tratado” At 1.1 é, então provavelmente , uma referência ao terceiro evangelho, como o primeiro de uma série de dois volumes. E o fato de o escrito dedicar ambos os livros a Teófilo também demonstra solidamente uma autoria comum. Visto que a tradição de igreja atribui com unanimidade essas duas obras a Lucas, o médico, um companheiro próximo de Paulo (Cl 4.14; Fm 24; 2Tm 4.11), e, como as evidências internas sustentam esse ponto de vista, não há motivos para contestar a autoria de Lucas.

Data
Eruditos que admitem que Lucas usou o Evangelho de Marcos como fonte para escrever seu próprio relato datam Lc por volta do ano 70 dC. Outros, entretanto, salientam que Lucas o escreveu antes de At, que ele escreveu durante o primeiro encarceramento de Paulo pelos romanos, cerca de 63 dC. Como Lucas estava em Cesaréia de Filipe durante os dois anos em que Paulo ficou preso lá (At 27.1), ele teria uma grande oportunidade durante aquele tempo para conduzir investigações que ele menciona em 1.1-4. Se for este o caso, então o Evangelho de Lc pode ser datado por volta de 59-60 dC, mas no máximo até 75 dC.

Conteúdo
Uma característica distinta do Evangelho de Lc é sua ênfase na universalidade da mensagem cristã. Do cântico de Simeão, louvando Jesus como “luz... Para as nações” (2.32) ao comissionamento do Senhor ressuscitado para que se “pregasse em todas as nações” (24.47), Lc realça o fato de que Jesus não é apenas o Libertador dos judeus, mas também o Salvador de todo o mundo.
A fim de sustentar esse tema, Lc omite muito material que é estritamente de caráter judaico. Por exemplo, ele não inclui o pronunciamento de condenação de Jesus aos escribas e fariseus (Mt 23), nem a discussão sobre a tradição judaica (Mt 15.1-20; Mc 7.1-23). Lc também exclui os ensinamentos de Jesus no Sermão da Montanha que tratam diretamente do seu relacionamento com a lei (mt 5.21-48; 6.1-8, 16-18). Lc também omite as instruções de Jesus aos Doze para se absterem de ministrar aos gentios e samaritanos (Mt 10.5).
Por outro lado, Lc inclui muitas características que demonstram universalidade. Ele enquadra o nascimento de Jesus em um contexto romano (2.1-2; 3.1), mostrando que o que ele registra tem significado para todas as pessoas. Ele enfatiza ainda, as raízes judaicas de Jesus. De todos os escritores dos Evangelhos só ele registra a circuncisão e dedicação de Jesus (2.21-24), bem como sua visita ao Templo quando menino (2.41-52). Somente ele relata o nascimento e a infância de Jesus no contexto de judeus piedosos como Simeão, Ana, Zacarias e Isabel, que estavam entre os fiéis restantes “esperando a consolação de Israel” (2.25). Por todo o Evangelho, Lc deixa claro que Jesus é o cumprimento das esperanças do AT relacionadas à salvação.
Um versículo chave do evangelho de Lc é o 19.10, que declara que Jesus “veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Ao apresentar Jesus como Salvador de todos os tipos de pessoas, Lc inclui material não encontrado nos outros evangelhos, como o relato do fariseu e da pecadora (7.36-50); a parábola do fariseu e o publicano (18.9-14); a história de Zaqueu (19.1-10); e o perdão do ladrão na cruz (23.39-43).
Lc ressalta as advertências de Jesus sobre o perigo dos ricos e a simpatia dele pelos pobres (1.53;4.18; 6.20-21, 24-25; 12.13-21; 14.13; 16.19-31; 19.1-10).
Este evangelho tem mais referências à oração do que os outros evangelhos. Lc enfatiza especialmente a vida de oração de Jesus registrando sete ocasiões em que Jesus orou que não são encontrados em mais nenhum outro lugar (3.21; 5.16; 6.12; 9.18,29; 11.1; 23.34,46). Só Lc tem as lições do Senhor sobre a oração ensinada nas parábolas do amigo importuno (18.9-14). Além disso, o evangelho é abundante em notas de louvor e ação de graças ( 1.28,46-56,68-79; 2.14,20,29-32; 5.25-26; 7.16; 13.13; 17.15; 18.43)

Cristo Revelado
Além de apresentar Jesus como o Salvador do mundo, Lc dá os seguintes testemunhos sobre ele:

Jesus é o profeta cujo papel equipara-se ao Servo e Messias (4.24; 7.16,39; 919; 24.19)
Jesus é o homem ideal, o perfeito salvador da humanidade. O título “Filho do Homem” é encontrado 26 vezes no evangelho.
Jesus é o Messias. Lc não apenas afirma sua identidade messiânica, mas também tem o cuidado de definir a natureza de seu messianismo. Jesus é, por excelência, o Servo que se dispõe firmemente a ir a Jerusalém cumprir seu papel (9.31.51). Jesus é o filho de Davi (20.41-44), o Filho do Homem (5.24) e o Servo Sofredor (4.17-19, que foi contado com os transgressores (22.37).
Jesus é o Senhor exaltado. Lc refere-se a Jesus como “Senhor” dezoito vezes em seu evangelho.
Jesus é o amigo dos proscritos humildes. Ele é constantemente bondoso para com os rejeitados.

O Espírito Santo em Ação
Há dezesseis referências explicitas ao ES, ressaltando sua obra tanto na vida de Jesus quanto no ministério continuo da igreja.
Em primeiro lugar: a ação do ES é vista na vida de várias pessoas fiéis, relacionadas ao nascimento de João Batista e Jesus (1.35,41,67; 2.25-27), bem como no fato de João ter cumprido seu ministério sob a unção do ES (1.15). O mesmo Espírito capacitou Jesus para cumprir seu ministério.
Em segundo lugar: O ES capacita Jesus para cumprir seu ministério—o Messias ungido pelo ES. Nos caps 3-4, há cinco referencias ao Espírito, usadas com força progressiva. 1) O Espírito desce sobre Jesus em forma corpórea, como uma pomba (3.22); 2) Ele leva Jesus ao deserto para ser tentado (4.1); 3) Após sua vitória sobre a tentação, Jesus volta para a Galiléia no poder do mesmo (4.14) 4) Na sinagoga de Nazaré, Jesus lê a passagem messiânica: “O Espírito do Senhor está sobre mim...”(4.18; Is 61.1-2), reivindicando o cumprimento nele (4.21). Então, 5) evidência seu ministério carismático está repleta (4.31-44) e continua em todo seu ministério de poder e compaixão.
Em terceiro lugar: O ES, através de oração de petição leva a cabo o ministério messiânico. Em momentos críticos daquele ministério, Jesus ora antes, durante ou depois do acontecimento crucial (3.21; 6.12; 9.18,28; 10.21). O mesmo ES que foi eficaz através de orações de Jesus dará poder as orações dos discípulos (18.1-8) e ligará o ministério messiânico de Jesus ao ministério poderoso deles através da igreja (24.48.49).
Em quarto lugar: O ES espalha alegria tanto a Jesus como à nova comunidade. Cinco palavras gregas denotando alegria ou exultação são usadas duas vezes com mais freqüência tanto Lc como Mt ou Mc. Quando os discípulos voltam com alegria de sua missão (10.17), “Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no ES e disse...” (10.21). Enquanto os discípulos estão esperando pelo Espírito prometido (24.49), “adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a DEUS” (24.52-53)

Esboço de Lucas

I. Prólogo 1.1-4
II. A narrativa da infância 1.5-2.52

Anúncio do nascimento de João Batista 1.5-25
Anúncio do nascimento de Jesus 1.26-38
Visita das duas mães 1.39-56
O nascimento de João Batista 1.57-80
O nascimento de Jesus 2.1-40
O menino Jesus no templo 2.41-52

III. Preparação para o ministério público 3.1-4.13

O ministério de João Batista 3.1-20
O batismo de Jesus 3.21-22
A genealogia de Jesus 3.23-38
A tentação 4.1-13

IV. O ministério galileu 4.14-9.50

Em Nazaré e Carfanaum 4.14-44
Do chamamento de Pedro ao chamamento dos doze 5.1-6.16
O Sermão da Montanha 6.17-49
Narrativa e diálogo 7.1-9.50

V. A narrativa de viagem (no caminho para Jerusalém) 9.51-19.28
VI. O ministério de Jerusalém 19.29-21.38

Acontecimentos na entrada de Jesus em Jerusalém 19.29-48
História de controvérsias 20.1-21.4
Discurso escatológico 21.5-38

VII. A paixão e glorificação de Jesus 22.1-24.53

A refeição de Páscoa 22.1-38
A paixão, morte e sepultamento de Jesus 22.39-23.56
A ressurreição e a ascensão 24.1.53

Isaías

Autor: Isaias
Data: Entre 700 - 690 aC
Autor
O primeiro versículo deste livro coloca Isaías, o filho de Amoz, como o seu autor. O nome “Isaias” significa “O SENHOR é salvação”. A visão e a profecia são reivindicadas quaro vezes por Isaías; seu nome é mencionado mais doze vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2Rs e quatro vezes em 2Cr.
O Livro de Is é citado diretamente no NT vinte e uma vezes sendo atribuído em cada caso ao profeta Isaías. Argumentos diversos favorecem a autoria única: 1) palavras– chave e frases-chave estão igualmente distribuídas através de todo o livro; 2) referências à paisagem e as cores locais são uniformes. A beleza de estilo superior na poesia hebraica nos últimos capítulos de Is pode ser explicada pela mudança de assunto, de julgamento e súplica para consolo e segurança.

Data
O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido feito no ano que o rei Uzias morreu, que foi em cerca de 740 aC (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a ultima década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria, Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 aC (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias por alguns anos. A tradição diz que Isaías foi martirizado durante o reinado de Manassés, filho de Ezequias. Muitos acreditam que a forma “serrados” em Hb 11.37 é uma referência à morte de Isaías. A primeira parte do livro pode ter sido escrita nos primeiros anos de Isaías, e oca capítulos posteriores, após a sua retirada da vida pública.
Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 aC, o seu ministério pode ter se sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o de Miquéias em Judá.

Contexto Histórico
Isaias profetizou no período mais crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel, governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, manteve uma conformidade exterior à ortodoxia, mas, gradualmente, caiu num sério declínio moral e espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14). Embora estivesse para vir mais uma avivamento a Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para Isaías que a aliança registrada por Moisés em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente violada, que o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como o era para Israel.
Isaías entrou em seu ministério aproximadamente na época da fundação de Roma e dos primeiros Jogos Olímpicos dos gregos. As forças européia ainda não estavam preparada para grandes conquistas, mas diversas potências asiáticas estavam olhando para além de sua fronteiras. A Assíria, particularmente, estava inclinada a conquistas ao sul e ao oeste. O profeta, que era um estudioso dos assuntos mundiais, podia ver que o conflito era iminente. A Assíria conquistou Samaria em 721 aC.

Cristo Revelado
Depois de sua ressurreição, Jesus caminhava com dois de seus discípulos e “explicava-lhes o que dele se achava em todas a Escrituras” (Lc 24.27). Para fazer isso, ele deve ter extraído muita coisa do Livro de Is, porque dezessete capítulos contém referências proféticas a Cristo.
Cristo é citado como o “Senhor, Renovo do Senhor, Emanuel, Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, Raiz de Jessé, Pedra Angular, Rei, Pastor, Servo do SENHOR, Eleito, Cordeiro de Deus, Líder e Comandante, Redentor e Ungido”
O Cap. 53 é o grande capítulo do AT que profetiza a obra expiatória do Messias. Nenhum texto em ambos os testamentos expõe de um modo tão completo o propósito da morte vicária de Cristo na cruz. Ele é citado diretamente nove ou dez vezes por escritores do NT: 52.15 (Rm 15.21); 53.1 (Jo 12.38; Rm 10.16); 53.4 (Mt 8.17); 53.5 (Rm 4.25; 1Pe 2.24); 53.7-8 (At 8.32-33); 53.9 (1Pe 2.22); 53.10 (1Co 15.3-4); 53.12 (Lc 22.37). Também existem muitos cumprimentos de detalhes no cap. 53 em adição às citações diretas.

O Espírito Santo em Ação
O ES é mencionado especificamente quinze vezes, sem contar as referências ao poder, efeito ou influência do Espírito que não citam seu nome. Há três categorias gerais sob as quais a obra do ES pode ser descrita:

A unção do Espírito sobre o Messias pra fortalece-lo, para seu domínio e governo como Rei no trono de Davi (11.1-12); como o Servo sofredor do Senhor, que irá fazer cura, libertação, iluminação e justiça às nações (42.1-9); como o Ungido (Messias) em seus dois adventos (61.1-3; Lc 4.17-21).
O derramamento do Espírito sobre Israel para lhes dar triunfo em sua reabilitação conforme o padrão do Êxodo (44.1-5; 63.1-5), para protegê-los de seus inimigos (59.19) e para preservar Israel em relacionamento de concerto com o SENHOR (59.21). Entretanto, Israel deve ser cuidadoso para não se rebelar e contristar o ES (63.10; Ef 4.30)
A operação do ES na criação e na preservação da natureza (40.30; ver também 48.16)

O Senhor Jesus, que teve seu ministério terreno realizado no poder e unção do ES, como Isaías havia profetizado, prometeu derramar seu Espírito sobre a Igreja, pra fortalecê-la para o ministério no cumprimento da Grande Comissão.

Esboço de Isaías

I. Profecia de denúncia e convite ( parte I) 1.1-35.10

Mensagem de Julgamento e promessas 1.1-6.13
Mensagem concernentes ao Emanuel 7.1-12.6
Mensagem de Julgamento sobre as nações 13.1-24.23
Mensagem de Julgamento, louvor, promessa 25.1-27.13
Os infortúnios dos descrentes imorais em Israel 28.1– 33.24
Resumo 34.1-35.10

II. O procedimento de Deus com Ezequias 36.1-39.8

Deus liberta Judá 36.1-37.38
Deus cura Ezequias 38.1-22
Deus censura Ezequias 39.1-8

III. Profecia de consolo e paz (parte II) 40.1-66.24

A garantia de consolo e paz 40.1-48.22
O Servo do Senhor, o Autor do consolo e da paz 49.1-57.21
A realização do consolo e da paz 58.1-66.24

Cantares

Autor: Salomão
Data: Entre 970 a 930 aC

Autor e Data
A autoria de Salomão é contestada, mas a glória do simbolismo salomônico é essencial em Cantares. Jesus referiu-se duas vezes à glória e sabedoria de Salomão (Mt 6.29; 12.42). Como filho real de Davi, Salomão tece um lugar singular na história da aliança (2Sm 7.12,13). Seus dois nomes de nascimento, que simbolizam paz (Salomão) e amor (Jedidias), aplicam-se diretamente a Ct (2Sm 12.24-25); 1Cr 22.9). O glorioso reino de Salomão foi como uma restauração do jardim do Éden (1Rs 4.20-34), e o templo e o palácio que construiu personificam as verdades do tabernáculo e a conquista da Terra Prometida (1Rs 6.7). Salomão encaixa-se perfeitamente como a benção personificada do amor da aliança, visto que ele aparece em Ct com toda a sua perfeição real (1.2-4; 5.10-16).
Embora Ct não forneça informações precisas sobre o contexto, Salomão reinou em Israel de 970 a 930 aC. Linguagem e ideais similares também são encontrados na oração que Davi fez no templo por Salomão e pelo povo durante a entronização de Salomão (1Cr 29)

é a melhor de todas as canções, um trabalho literário de arte e uma obra– prima teológica. No séc. II, um dos maiores rabinos, Akida bem Joseph, disse: “No mundo inteiro, não há nada que se iguale ao dia em que o Cântico dos Cânticos foi entregue a Israel.” O livro de Ct, em si, é como a sua fruta favorita, a romã, em cores vivas e repleto de sementes. Bastante diferente de qualquer outro livro bíblico. Ele merece consideração especial como arquétipo bíblico que apresenta, de um modo novo, as realidades básicas das relações humanas. Ct emprega linguagem simbólica pra expressar verdades eternas, em semelhança ao Livro de Apocalipses.
Ct contém descrições da mulher sulamita juntamente com uma exibição completa dos produtos de seu jardim. Isso deve ser entendido como um paralelo poético do amor conjugal e como bênçãos ao povo da aliança, em sua terra.
Claras indicações são dadas na descoberta das bênçãos da aliança: “sai-te pelas pisadas das ovelhas” (1.8). Aqui, o termo “pisadas” é, literalmente, “marcas de calcanhar”, e pode ser uma alusão a Jacó, o patriarca cujo nome conota “um calcanhar”. A função pastoril de Jacó e a sua constante luta pela bênção de Deus e do homem são citadas como a norma bíblica para o povo de Deus (Os 12.3-4,12,14). Ele nasceu segurando o calcanhar do seu irmão, um manipulador congênito. Foi “desconjuntado” com ardil no âmago de seu ser, como ilustrado por seu mancar em Maanaim (Gn 32). Foi forçado a viver fora de sua terra sob a ameaça de uma irmão irado. Retornou pra sua terra depois de 20 anos com uma instituição familiar defeituosa. Ardil, falta de amor, ciúme, raiva e amor de aluguel (de mandrágora, um suposto afrodisíaco) entraram nessa fraca estrutura. Os próprios nomes das Doze Tribos mostram a necessidade de uma nova história familiar.
A sulamita ajuda e reescreve essa história. Ela executa a dança memorial de Maanaim (6.13); ver Gn 32.2). Quando encontra a quem ama, ela o detém e não o deixa partir (3.4; ver Gn 32.26). Mandrágoras perfumadas crescem nos campos dela (7.11-13; ver Gn 30.14). Quando as filhas vêem, chama-na bem– aventurada ou feliz (6.9; ver Gn 30.13). Na sulamita, a corrompida árvore familiar produz “frutos excelentes”, os melhores (7.13; ver Dt 33.13-17). As bênçãos da aliança que havia sido distorcidas são redimidas.
Os mesmos acontecimentos também podem ser visto como retratos do amor conjugal. Dessa maneira, ela detém o seu marido e não o deixa partir (3.4). É o seu marido que elogia sua beleza (6.4-10). E a procissão de um casamento real e a alegria recíproca do noivo e da noiva aparecem retratadas em 3.6-5.1.

O Espírito Santo em Ação
De acordo com Rm 5.5, “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo ES”. Baseado em Jesus Cristo, o ES é o poder de ligação e união do amor. A feliz unidade revelada em Ct é inconcebível à parte do ES. A própria forma do livro como cântico e símbolo é adaptada especialmente ao Espírito, pois ele mesmo faz uso de sonhos, linguagem figurada e o canto (At 2.17; Ef 5.18,19). Um jogo de palavras sutil, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o ES, Sl 104.29,30) de Gn 2.7 parece vir à tona em Ct. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8).

Esboço de Cantares

I. Cenas de abertura 1.1-2.7

Lembrando o amor do rei de bom nome 1.1-4
A morena e agradável guarda de vinhas 1.5,6
Procurando amor nas pisadas do rebanho 1.7,8
Removendo as marcas da escravidão 1.9-11
A linguagem do amor 1.12-17
O espírito e a árvore 2.1-6
A primeira súplica 2.7

II. A busca por abertura 2.8-3.5

Começando a busca 2.8-15
A alegria do amor no frescor do dia 2.16,17
A procura determinada pelo objetivo principal 3.1-4
A segunda súplica 3.5

III. A busca por mutualidade 3.6-5.8

A carruagem matrimonial real do amor da aliança 3.6-11
Conhecendo sulamita 4.1-7
Uma visão sobre a terra de cima do monte Hermom 4.8
Uma vida de união íntima num banquete no jardim 4.9-5.1
A queda da sulamita 5.2-7
A terceira súplica 5.8

IV. A busca por unidade 5.9 –8.4

Conhecendo Salomão 5.9-6.3
A glória triunfante da sulamita 6.4-10
O nobre povo da sulamita 6.11-12
A dança memorial de Maanaim 6.13-7.9
O início do novo amor de iguais 7.9 –8.3
A quarta súplica 8.4

V. Últimas cenas com resumo de realizações 8.5-14

alcançando o objetivo principal 8.5
Alcançando o amor autêntico 8.6,7
Alcançando ao maternidade e a paz 8.8-10
Obtendo uma vinha igual a de Salomão 8.11-12
Obtendo a herança 8.13-14

Salmos

Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros
Data: entre 1000 e 300 aC
Autor
O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”.

Data
O salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo de Ezequias (2Cr 29.30); e durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo de compilação ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.
O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo.
Os texto Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de Israel.


Salmos
Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros
Data: entre 1000 e 300 aC
Autor
O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”.

Data
O salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo de Ezequias (2Cr 29.30); e durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo de compilação ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.
O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo.
Os texto Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de Israel.

Conteúdo
O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os títulos gregos, Psalmoi ou Psalterion, denotam um poema que deve ser acompanhado por um instrumento de cordas. Entretanto, o Saltério contém mais do que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui elegias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções, antífonas histporicas e tributos em acrósticos sobre temas nobres.
Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido em cinco livros menores. Cada livro é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi colocada pelos editores no final de cada livro. No livro I (Sl 1-41), a maioria dos cânticos são atribuídos a Davi. O Livro II (Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos. O Livro III (Sl 73-89) é marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7). Embora a maioria dos salmos no Livro IV (Sl 90-106) não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram também. No Livro V (Sl 107-150) registram-se vários cânticos de Davi. A série de cânticos chamada de Hallel Egípcio (Sl 113-118) também está no Livro V. Os cânticos finais nesse livro (Sl 146-150) são conhecidos como o “Grande Hallel”. Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”.
Títulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A preposição hebraica usada em muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras: “a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado a”, “para o uso de” e “pertecente a”. Todos os títulos que descrevem a situação histórica do salmo tratam da vida de Davi. Os salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos durante o problemático relacionamento de Davi com Saul; o salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem o período em que Davi reinou sobre Judá e Israel.
Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados no acompanhamento; à melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar (por exemplo, soprano, tenor, baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo: meditação, oração). Alguns dos significados destas anotações musicais e litúrgicas são hoje desconhecidas.
Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos são marcados pelo paralelismo, ou rima de idéias. A maioria dos paralelismo são dísticos que expressam pensamentos sinônimos em cada linha (36.5). Outros são antíteses, em que a segunda linha expressa a negativa da linha precedente (20.8). Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os quais tendem a adicionar ou a fortalecer um pensamento (19.8,9). Alguns poucos paralelismos são causais, apresentando a justificativa da primeira linha (31.21). Às vezes, o paralelismo envolve três linhas (1.1), quatro (33.2,3) ou mais linhas.

O Espírito Santo em Ação
O livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem à alma do homem e ao coração de Deus, pois são produto da obra do ES. Davi, o principal colaborador do livro dos Salmos, foi ungido pelo ES (1Sm 16.13). Essa unção não foi apenas pra o reinado, mas para o oficio de profeta (At 2.30); e as suas afirmações proféticas foram feitas pelo poder do ES (Lc 24.44; At 1.16). Na verdade, as letras desses cânticos foram compostas por inspiração do Espírito (2Sm 23.1,2), como também os planos de escolher maestros e corais com orquestras de acompanhamentos (1Cr 28.12,13).
Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferente das obras de compositores seculares. Ambas podem refletir a profundidade da agonia experimenta pelo espírito humano atormentado, com toda a sua comoção, e expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os Salmos chegam a um plano superior através da unção criativa do ES.
Relatos específicos mostram que o ES opera criando vida (104.30); que acompanha fielmente os crentes (139.7); que guia e instrui (143.10); que sustém o penitente (51.11-12); e que interage com o rebelde (106.33).

Esboço de Salmos

I. Livro I 1.1-41.13

Cânticos introdutórios 1.1-2.12
Cânticos de Davi 3.1-41.12
Doxologia 41.13

II. Livro II 42.1-72.20

Cânticos dos filhos de Corá 42.1-49.20
Cânticos de Asafe 50.1-23
Cânticos de Davi 51.1-71.24
Cânticos de Salomão 72.1-17
Doxologia 72.18,19
Versículo de conclusão 72.20

III. Livro III 73.1-89.52

Cânticos de Asafe 73.1-83.18
Cânticos dos filhos de Corá 84.1-85.13
Cânticos de Davi 86.1-17
Cânticos dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos de Etã 89.1-51
Doxologia 89.52

IV. Livro IV 90.1-106.48

Cânticos de Moisés 90.1-17
Cânticos anônimos 91.1-92.15
Cânticos “O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos de Davi 101.1-8; 103.1-22
Cânticos anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia 106.48

V. Livro V 107.1-150.6

Cânticos de ação de graças 107.1-43
Cânticos de Davi 108.1-110.7
Hallel Egípcio 111.1-118.29
Cânticos Alfabético sobre a lei 119.1-176
Cânticos dos degraus 120.1-134.3
Cânticos anônimos 135.1-137.9
Cânticos de Davi 138.1-145.21
Cânticos “Louvai ao Senhor” 146.1-149.9
Doxologia 150.1-6

Provérbios

Autor: Salomão, Agur e rei Lemuel
Data: Cerca de 950 aC

Autor
Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a 930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade.
Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do que qualquer outro escritor do AT, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder; Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas— e talvez mais cínico. Se poder não se mostrava em campos de batalha, mas no domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização.
A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que todos os homens”, seguindo um citação de vários nomes de homens sábios para comparação.
A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe, exceto que, pelos seus nomes, não são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.

Data
Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período, com a obra principal datada de cerca de 950 aC. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos pelos “homens de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 aC, embora o material em si fosse de Salomão, talvez retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.


Salmos
Autor: Davi, Asafe, filhos de Coré e outros
Data: entre 1000 e 300 aC
Autor
O Livro de Salmos é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poesias próprias para o uso tanto no culto congregacional quanto para a devoção particular. Em algumas coleções, os compiladores antigos reuniram a maior parte dos maravilhosos cânticos de Davi. Em outras, eles coletaram salmos de uma variedade de autores, como Moisés, Asafe, Hemã, os filhos de Corá, Salomão, Etã e Jedutum. Muitos são de fonte desconhecida. Os estudiosos judeus os chamam de “salmos órfãos”.

Data
O salmos, considerados individualmente, podem ter sido escritos em datas que vão desde o êxodo até a restauração depois do exílio babilônico. Mas as coleções menores parecem haver sido reunidas em períodos específicos da história de Israel: o reinado do rei Davi (1Cr 23.5); o governo de Ezequias (2Cr 29.30); e durante a liderança de Esdras e Neemias (Ne 12.24). Esse processo de compilação ajuda a explicar a duplicação de alguns salmos. Por exemplo 14 é similar ao 53.
O Livro dos Salmos foi editado em sua forma atual, embora com diversas variações, na época em que a Septuaginta Grega foi traduzida do hebraico, alguns séculos antes do advento de Cristo.
Os texto Ugaríticos, quando contrastados com os recentes escritos do mar Morto, mostram que as imagens, o estilo e o paralelismo de alguns salmos refletem um vocabulário e estilo cananeus muito antigos. Assim, o Livro dos Salmos reflete o culto, a vida devocional e o sentimento religioso de cerca de mil anos da história de Israel.

Conteúdo
O título hebraico deste livro, Sepher Tehillim, significa “Livro de Louvores”. Os títulos gregos, Psalmoi ou Psalterion, denotam um poema que deve ser acompanhado por um instrumento de cordas. Entretanto, o Saltério contém mais do que cânticos para o templo e hinos de louvor. Ele inclui elegias, lamentações, orações pessoais e patrióticas, petições, meditações, instruções, antífonas histporicas e tributos em acrósticos sobre temas nobres.
Em sua forma final no cânon das Escrituras, o Livro dos Salmos é subdividido em cinco livros menores. Cada livro é uma compilação de diversas coleções antigas de cânticos e poemas. Uma doxologia apropriada foi colocada pelos editores no final de cada livro. No livro I (Sl 1-41), a maioria dos cânticos são atribuídos a Davi. O Livro II (Sl 42-72) é uma coleção de cânticos por, de, ou para os filhos de Corá, Asafe, Davi e Salomão; nessa coleção, quatro escritos permanecem anônimos. O Livro III (Sl 73-89) é marcado por uma grande coleção de cânticos de Asafe. Asafe foi o chefe dos cantores do rei Davi (1Cr 16.4-7). Embora a maioria dos salmos no Livro IV (Sl 90-106) não tenha os seus autores citados, Moisés, Davi e Salomão colaboraram também. No Livro V (Sl 107-150) registram-se vários cânticos de Davi. A série de cânticos chamada de Hallel Egípcio (Sl 113-118) também está no Livro V. Os cânticos finais nesse livro (Sl 146-150) são conhecidos como o “Grande Hallel”. Cada cântico começa e termina com a exclamação hebraica de louvor, “Hallelujah!”.
Títulos informativos são encontrados no começo de muitos dos salmos. A preposição hebraica usada em muitos títulos pode ser traduzida de três maneiras: “a”,”para”, e “de”. Ou seja, “dedicado a”, “para o uso de” e “pertecente a”. Todos os títulos que descrevem a situação histórica do salmo tratam da vida de Davi. Os salmos 7, 34, 52, 54, 56, 57, 59 e 142 referem-se aos eventos ocorridos durante o problemático relacionamento de Davi com Saul; o salmos 3, 18, 51, 60 e 63 cobrem o período em que Davi reinou sobre Judá e Israel.
Outros títulos precedentes aos salmos referem-se aos instrumentos usados no acompanhamento; à melodia ou música apropriada; que parte do coral deve guiar (por exemplo, soprano, tenor, baixo); ou que tipo de salmo é (por exemplo: meditação, oração). Alguns dos significados destas anotações musicais e litúrgicas são hoje desconhecidas.
Poesia Hebraica. Em lugar de rima de sons, a poesia e o cântico hebraicos são marcados pelo paralelismo, ou rima de idéias. A maioria dos paralelismo são dísticos que expressam pensamentos sinônimos em cada linha (36.5). Outros são antíteses, em que a segunda linha expressa a negativa da linha precedente (20.8). Também há dísticos construtivos ou sintéticos, os quais tendem a adicionar ou a fortalecer um pensamento (19.8,9). Alguns poucos paralelismos são causais, apresentando a justificativa da primeira linha (31.21). Às vezes, o paralelismo envolve três linhas (1.1), quatro (33.2,3) ou mais linhas.

O Espírito Santo em Ação
O livro dos Salmos e os princípios de culto que eles refletem atendem à alma do homem e ao coração de Deus, pois são produto da obra do ES. Davi, o principal colaborador do livro dos Salmos, foi ungido pelo ES (1Sm 16.13). Essa unção não foi apenas pra o reinado, mas para o oficio de profeta (At 2.30); e as suas afirmações proféticas foram feitas pelo poder do ES (Lc 24.44; At 1.16). Na verdade, as letras desses cânticos foram compostas por inspiração do Espírito (2Sm 23.1,2), como também os planos de escolher maestros e corais com orquestras de acompanhamentos (1Cr 28.12,13).
Portanto, os Salmos são únicos e imensamente diferente das obras de compositores seculares. Ambas podem refletir a profundidade da agonia experimenta pelo espírito humano atormentado, com toda a sua comoção, e expressar a alegria extasiante da alma libertada, mas apenas os Salmos chegam a um plano superior através da unção criativa do ES.
Relatos específicos mostram que o ES opera criando vida (104.30); que acompanha fielmente os crentes (139.7); que guia e instrui (143.10); que sustém o penitente (51.11-12); e que interage com o rebelde (106.33).

Esboço de Salmos

I. Livro I 1.1-41.13

Cânticos introdutórios 1.1-2.12
Cânticos de Davi 3.1-41.12
Doxologia 41.13

II. Livro II 42.1-72.20

Cânticos dos filhos de Corá 42.1-49.20
Cânticos de Asafe 50.1-23
Cânticos de Davi 51.1-71.24
Cânticos de Salomão 72.1-17
Doxologia 72.18,19
Versículo de conclusão 72.20

III. Livro III 73.1-89.52

Cânticos de Asafe 73.1-83.18
Cânticos dos filhos de Corá 84.1-85.13
Cânticos de Davi 86.1-17
Cânticos dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos de Etã 89.1-51
Doxologia 89.52

IV. Livro IV 90.1-106.48

Cânticos de Moisés 90.1-17
Cânticos anônimos 91.1-92.15
Cânticos “O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos de Davi 101.1-8; 103.1-22
Cânticos anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia 106.48

V. Livro V 107.1-150.6

Cânticos de ação de graças 107.1-43
Cânticos de Davi 108.1-110.7
Hallel Egípcio 111.1-118.29
Cânticos Alfabético sobre a lei 119.1-176
Cânticos dos degraus 120.1-134.3
Cânticos anônimos 135.1-137.9
Cânticos de Davi 138.1-145.21
Cânticos “Louvai ao Senhor” 146.1-149.9
Doxologia 150.1-6


--------------------------------------------------------------------------------

Provérbios
Autor: Salomão, Agur e rei Lemuel
Data: Cerca de 950 aC

Autor
Salomão, rei de Israel, era filho de Davi e de Bate-Seba. Ele reinou por quarenta anos, de 970 a 930 aC, assumindo o trono quando tinha cerca de vinte anos de idade.
Sem dúvida influenciado pelos Salmos escritos por seu pai, Salomão nos deixou mais livros do que qualquer outro escritor do AT, excetuando-se Moisés. Parece provável que Cantares de Salomão tenha sido escrito quando ele era um jovem romântico; Provérbios, quando estava mais maduro e no auge de seu poder; Eclesiastes, quando já estava mais idoso, mais inclinado a conclusões filosóficas— e talvez mais cínico. Se poder não se mostrava em campos de batalha, mas no domínio da mente: meditação, planejamento, negociação e organização.
A reputação de Salomão para a sabedoria provém não apenas de seus resultados práticos, como no caso da disputa de um bebê (1Rs 3.16-27), mas também de declarações diretas das Escrituras. Em 1Rs 3.12 Deus diz: “Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará.” Em 1Rs 4.31 ele é considerado “mais sábio do que todos os homens”, seguindo um citação de vários nomes de homens sábios para comparação.
A respeito de Agur e do rei Lemuel (301; 31.1) nada se sabe, exceto que, pelos seus nomes, não são israelitas. A sabedoria é universal, não nacional.

Data
Uma vez que o Livro de Pv é uma compilação, sua composição estendeu-se por um longo período, com a obra principal datada de cerca de 950 aC. Os caps. 25-29 são identificados como transcritos pelos “homens de Ezequias”, o que situa a cópia em cerca de 720 aC, embora o material em si fosse de Salomão, talvez retirado de um documento separado encontrado no tempo de Ezequias.

Conteúdo
Sob a liderança de Salomão, Israel alcançou sua maior extensão geográfica e desfrutou da menor violência de todos o período monárquico. “Pacifico”, o significado de seu nome, descreve o reinado de Salomão. E paz, com sabedoria, trouxe prosperidade sem precedentes para a nação, o que se tornou motivo de respeito e admiração para o rainha de Sabá (1Rs 10.6-9) e pra outros governantes da época. Palavras sábias, como música ou outras formas de arte, tendiam a florescer em tal época, e então durar pelas gerações seguintes.
O livro de Pv não é apenas uma coleção de provérbios, mas uma coleção de coleções. Seu pensamento ou tema unificador é: “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria” (9.10), aparecendo de outra maneira como: “O temor do SENHOR é o principio (ou parte principal) da ciência” (1.7). Dentre a diversidade de exemplos, algumas verdades se repetem:

A sabedoria (a habilidade de julgar e agir conforme as orientações de Deus) é o mais valioso dos bens.
A Sabedoria está disponível para qualquer um, mas o preço é alto.
A Sabedoria tem sua origem em Deus, não na própria pessoa e vem por meio da atenção à instrução.
A Sabedoria e a justiça andam juntas. É bom ser sábio, e é sábio ser bom.
O homem mau sofre as conseqüências de seus atos maus.
O ingênuo, o tolo, o preguiçoso, o ignorante, o orgulhoso, o libertino e o pecador nunca devem ser admirados.

Muitos contrastes se repetem ao longo do livro. A antítese ajuda a clarear o sentido de muitas palavras-chaves. Entre várias ideias que são colocadas em contraste estão:

Sabedoria em oposição a Loucura
Justiça em oposição a Impiedade
Bem em oposição ao Mal
Vida em oposição a Morte
Prosperidade em oposição a Pobreza
Honra em oposição a Desonra
Permanente em oposição a Transitório
Verdade em oposição a Falsidade
Ação em oposição a Preguiça
Amigo em oposição a Inimigo
Prudência em oposição a Precipitação
Fidelidade em oposição a Adultério
Paz em oposição a Violência
Boa Vontade em oposição a Ira
Deus em oposição ao Homem

O Espírito Santo em Ação
O ES não é mencionado diretamente no Livro de Pv. Mas a sabedoria se refere ao seu espírito (1.23), que é, sem dúvida, o ES. De fato, um ponto principal do livro é que a sabedoria sem Deus é impossível; assim, nesse sentido, seu espírito tem destaque em toda parte. No entanto, a palavra predominante traduzida por “espírito” no livro tem quase sempre o sentido de “atitude” ou “comportamento”, nunca implicando uma personalidade.
Em nosso época, um tempo de ação especial do ES, é o Espírito que nos ajuda a garimpar as riquezas de Pv, mais do que Pv nos ajuda a entender o Espírito. Foi dito a respeito do AT e do NT. “O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está revelado no Novo”.
No caso do Livro de Pv, o Espírito Santo no NT demonstra como a sabedoria do Livro (que vem apenas através da justiça) é colocada em prática.

Esboço de Provérbios

I. Introdução 1.1-7

Título, propósito e introdução 1.1-6
Tema ou lema 1.7

II. Avisos de um pai e advertências da Sabedoria 1.8-8.36

Avisos de um pai, parte um 1.8-19
Advertências da Sabedoria, parte um 1.20-33
Avisos de um pai, parte dois 2.1-7.27
Advertências da Sabedoria, parte dois 8.1-36

III. O caminho da Sabedoria em oposição ao caminho da Loucura 9.1-18
IV. Provérbios de Salomão e palavras do sábio 10.1-29.27

Provérbios de Salomão— primeira coleção 10.1-22.16
Palavras do sábio— primeira coleção 22.17-24.22
Palavras do sábio— segunda coleção (pelos homens de Ezequias) 25.1-29.27

V. Provérbios de Agur 30.1-33

A vida de moderação temente a Deus 30.1-14
As maravilhas da vida observadas sobre a terra 30.15-31
A insensatez do orgulho e da ira 30.32,33

VI. Provérbio do rei Lemuel 31.1-31

Conselhos de uma mãe para um filho nobre 31.1-9
Um poema acróstico sobre a esposa perfeita 31.10-31

1º Reis

Autor: Desconhecido, ( Jeremias}
Data: Entre 560 e 538 aC.
Autor
Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC.
O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito, provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos em 1 Rs abrangem um período de cerca de 120 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em cerca de 971 aC, até ao reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel), em cerca de 853 aC. Esse foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um líder forte, dividiu-se em dois.

Conteúdo
1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período.
Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que 1 e 2 Sm interrompem. No entanto, Reis é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47 capítulos). Ao contrário, 1 e 2 Rs são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e religioso. Em 1 e 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.

O Espírito Santo em Ação
1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o ES algumas vezes transportou Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 2.16) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar.
Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do ES em capacitar Elias para operar milagres, A fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à inspiração dos profetas pelo Espírito de Deus (ver 2Rs 3.15 e Ez 1.3; comparar com 1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao ES que dotou Elias com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente.
Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse versículo se refere a um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com 1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma manifestação do ES.

Esboço de 1º Reis

I. O reino unido 1.1-11.43

O estabelecimento de Salomão como rei 1.1.-2.46
A consagração de Salomão como rei 3.1-8.66
O erro de Salomão como rei 9.1-11.43

II. O reino dividido 12.1-22.53
A) A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel 12.1-14.20

O reinado de Roboão em Judá 14.21-31
O reinado de Abdias em Judá 15.1-8
O reinado de Asa em Judá 15.9-24
O reinado de Nadabe em Israel 15.25-32
O reinado de Baasa em Israel 15.33-16.7
O reinado de Elá em Israel 16.8-14
O reinado de Zinri em Israel 16.15-20
O reinado de Onri em Israel 16.21-28
O reinado de Acabe em Israel 16.29-22.40
O reinado de Josafé em Judá 22.41-50
O reinado de Acazias em Israel 22.51-53

2º Reis

Autor: Desconhecido, ( Jeremias}
Data: Entre 560 e 538 aC.

Autor
2 Rs era originalmente a segunda metade de um livro que incluía 1 e 2Rs. Esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 aC. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de 1 e 2 Rs era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 aC. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Rs. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.

Data
Apesar de que a data exata para a composição de 1 e 2 Rs seja incerta, acredita-se que a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte do séc. VI aC.
O último acontecimento mencionado em 2 Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 aC, os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 aC para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Rs teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 aC, caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há menção dessa importante notícia em Rs, conclui-se, então, que Rs tenha sido escrito, provavelmente antes de 538 aC, embora os eventos registrados em 1 Rs tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo,

Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos em 2 Rs abrangem um período de cerca de 300 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde o reinado de Acazias (o nono rei Israel) ao redor de 853 aC., incluindo a queda de Israel para a Assíria em 722 aC, passando pela deportação de Judá para a Babilônia em 586 aC e terminando com a libertação do rei Joaquim em 560 aC. Esse foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso na história do povo de Deus: colapso e conseqüente cativeiro de ambas as nações.

Conteúdo
1 e 2 Rs eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de 1 e 2 Sm. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “3 e 4 Reinos” (1 e 2 Sm eram 1 e 2 Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período.
Os livros de 1 e 2 Rs começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que 1 e 2 Sm interrompem. No entanto, 2Rs é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (300 anos em 25 capítulos). Ao contrário, 2 Rs são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e religioso. Em 2 Rs, Deus é apresentado como Senhor da história.
2Rs retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono de Israel e Josafá governando sobre Judá. Assim como 1Rs, é dificil seguir o fluxo da narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve 19 governantes, todos ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais apenas oito foram bons. 2Rs recorda a história do últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes de Judá. Alguns desses 26 governantes são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram em colapso.

Cristo Revelado
O fracasso dos profetas, sacerdotes, e reis do povo de Deus aponta para a necessidade do advento de Cristo. Cristo é a combinação ideal desses três ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do ofícios. Como profeta, a palavra de Cristo ultrapassa largamente à do grande profeta Elias (Mt 17.1-5), Muitos dos milagres de Jesus são reminiscências das maravilhas que Deus fez através de Elias e Eliseu em Reis. Além disso, Cristo é um sacerdote superior a qualquer daqueles registrados em Reis (Hb 7.22-27). 1Rs ilustra vivamente a necessidade de Cristo como o nosso Rei em exercício de suas funções. Quando perguntado se era rei dos judeus, Jesus afirmou que era (Mt 27.11). No entanto, Jesus é um Rei maior do que o maior dos seus reis (Mt 12.42). O reinado de cada um desses 26 governantes já terminou, mas Cristo reinará sobre o trono de Davi pra sempre (1Cr 17.14; Is 9.6), pois ele é “REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16).

O Espírito Santo em Ação
1 Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As vezes transportava Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 18.12) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar.
Há uma referência indireta ao ES na frase “Espírito de Elias” em 1.9,15. Aqui Eliseu tenta receber o mesmo poder de Elias para levar adiante o ministério profético do seu antecessor. O espírito enérgico ou o poder que capacitava Elias a profetizar era o Espírito de Deus. 2Rs 2.9,16 fornece um paralelo interessante entre o AT e At 1.4-9 e 2.1-4. Elias foi elevado ao céu, Eliseu procurou a promessa de que receberia poder para levar adiante o ministério do seu mestre, e a promessa foi cumprida. Da mesma maneira, Jesus ascendeu, os discípulos aguardaram o cumprimento da promessa, e o ES desceu para capacitá-los a levar adiante a obra que seu mestre começou.
Uma alusão final ao ES aparece em 2Rs 3.15. Aqui a “mão do Senhor” veio sobre Eliseu, capacitando-o a profetizar ao rei Josafá. A formula “a mão do SENHOR” se refere à inspiração divina dos profetas.

Esboço de 2º Reis

I. I reino dividido 1.1-17.41

O reinado de Acazias em Israel 1.1-18
O reinado de Jorão em Israel 2.1-8.15
O reinado de Jeorão em Judá 8.16-24
O reinado de Acazias em Judá 8.25-9.29
O reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36
O reinado da rainha Atalia em Judá 11.1-16
O reinado de Joás em Judá 11.17-12.21
O reinado de Jeocaz em Israel 13.1-9
O reinado de Jeoás em Israel 13.10-25
O reinado de Amazias em Judá 14.1-22
O reinado de Jeroboão II em Israel 14.23-29
O reinado de Azarias em Judá 15.1-7
O reinado de Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca em Israel 15.8-31
O reinado de Jotão em Judá 15.32-38
O reinado de Acaz em Judá 16.1-20
O reinado de Oséias em Israel 17.1-5
O cativeiro de Israel para a Assíria 17.6-41

II. Somente o reino de Judá 18.1-25.30

O reinado de Ezequias 18.1-20.21
O reinado de Manassés 21.1-18
O reinado de Amon 21.19-26
O reinado de Josias 22.1-23.30
O reinado de Joacaz 23.31-34
O reinado de Jeoaquim 23.35-24.7
O reinado de Joaquim 24.8-16
O reinado de Zedequias 24.17-20
A queda de Jerusalém 25.1-7
O cativeiro de Judá pra a Babilônia 25.8-26
A libertação de Joaquim 25.27-30

Gênesis

Autor: Moisés, comumente aceito.

QUANDO FOI ESCRITO: 1450 - 1410 a.C

O LIVRO DAS ORIGENS

É um registro da origem do nosso Universo, do gênero humano, do pecado, da redenção, da vida em família, da corrupção da sociedade, das nações, dos diferentes idiomas, da raça hebraica, etc.

Os primeiros capítulos do livro têm estado continuamente sob fogo da crítica moderna, mas os fatos que apresentam, quando corretamente interpretados e entendidos, jamais têm sido negados.

Não é propósito do autor de Gênesis dar um relato detalhado da criação. Ele dedica somente um capítulo a esse tema (só um esboço contendo alguns fatos fundamentais), enquanto dedica trinta e oito capítulos à história do povo escolhido.

TEMA PRINCIPAL. O pecado do homem e os passos iniciais destinados à sua redenção, mediante uma aliança divina feita com uma raça escolhida, cuja história primitiva ali se descreve.

PALAVRA CHAVE. Começo

PRIMEIRA PROMESSA MESSIÂNICA, Gen. 3.15

SINOPSE

I. A história da criação
Do nosso Universo, 1:1-25
Do homem, 1:26-31; 2:18-24
II. A história do homem primitivo
A tentação e a queda, a personalidade e o caráter do tentador, o castigo do pecado, e a promessa do Redentor vindouro, cap. 3.
A história de Caim e Abel, cap. 4
A genealogia e morte dos patriarcas, cap. 5
Os sucessos relacionados com o dilúvio, caps. 6-8
A aliança do arco-íris e o pecado de Noé, cap. 9
Os descendentes de Noé , cap. 10
A confusão da língua em Babel, cap. 11
III. A história do povo escolhido
A vida de Abraão
Seu chamado divino, cap. 12
A história de Abraão e Ló, caps. 13-14
As revelações divinas e as promessas a Abraão, particularmente a promessa de um filho, da posse da Terra Santa, e de uma grande posteridade, caps. 15-17.
Sua intercessão em favor das cidades da planície, e a destruição delas, caps. 18-19
Sua vida em Gerar, e o cumprimento da promessa de um filho no nascimento de Isaque, caps. 20-21
A prova da sua obediência por ocasião da ordem divina de sacrificar a Isaque, cap. 22
A vida de Isaque
Seu nascimento, 21.3
Seu casamento, cap. 24
O nascimento de seus filhos Jacó e Esaú, 25:20-26
Seus últimos anos, caps. 26-27
A vida de Jacó
Sua astúcia para adquirir o direito de primogenitura 27:1-29
Sua visão da escada celestial, 28:10-22
Os incidentes relacionados com o seu matrimônio e sua vida em Padã-Arã, caps. 29-31
A vida de Esaú
A vida de José, os últimos dias de Jacó, e a descida ao Egito da família escolhida, caps. 37-50
NOME PREEMINENTES RELACIONADOS:

Adão e Eva, Caim e Abel
Abraão e Ló, Isaque e Ismael,
Esaú e Jacó, José e seus filhos.

CINCO GRANDES PERSONAGENS ESPIRITUAIS

Enoque, o homem que "caminhou com Deus"
Noé, o construtor da arca
Abraão, o pai dos fiéis
Jacó, o homem cuja vida foi transformada pela oração
José, o filho de Jacó, que de escravo se tornou em governador do Egito.
A LIÇÃO DAS IDADES. A Bíblia começa com a humanidade arruinada:
- O paraíso Perdido, cap. 3.
- A instituição do plano de salvação, cap. 3.
- A Bíblia termina com a promessa cumprida: o paraíso. Recuperado.

Atos

Autor: Historicamente Lucas
Data: Cerca de 62 dC
Autor
O livro de At não menciona especificamente seu autor, mas muitos apontam para Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14). O autor é o mesmo que escreveu o Evangelho de Lucas.

Data
Lucas conta a história da igreja antiga dentro da estrutura de detalhes geográficos, políticos e históricos que podiam encaixar-se apenas no séc. I, portanto , por causa desses fatos e porque o livro não registra a morte de Paulo, apesar de deixá-lo prisioneiro em Roma, pode-se datar a redação de At como próxima à prisão do apóstolo naquela cidade por volta de 62 dC.

Conteúdo
Atos é uma seqüência da vida de Cristo nos Evangelhos, registrando a disseminação da cristandade de Jerusalém a Roma. É a iniciação da Grande Comissão de Jesus pra formar discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20; Lc 24.46-49)
At 1.8 é a chave do livro. Esse versículo prediz o derramamento do ES e seu poderoso testemunho., Em geral, At relaciona a expansão da cristandade passo a passo para o oeste, desde a Palestina até a Itália. O livro portanto, começa em Jerusalém (caps 1-7) Como Pedro assumindo o papel principal e os judeus como receptores do evangelho.
Depois da morte de Estevão (7.60-8.1), a perseguição espalhou-se conta a igreja, e os crentes se dispersaram (Caps. 8-12). Durante esse período da história, ocorreu a conversão de Saulo (cap 9), um acontecimento de tamanha importância que Lucas inclui três longas descrições sobre o incidente (caps 9; 22; 26)
A maior seção de Atos enfoca o desenvolvimento e expansão do ministério gentio comandado por Paulo e seus colaboradores (13.28). O livro termina abrupta, pois tudo indicava que Lucas tinha atualizado o assunto, e não havia mais o que escrever.

Cristo Revelado
Atos registrou vários exemplos da proclamação apostólica do evangelho de Jesus Cristo, e o modelo é uniforme. Em primeiro lugar, Jesus é apresentado como uma figura histórica (2.22; 10.38). Em seguida a morte de Jesus é atribuída igualmente à crueldade do home e ao objetivo de Deus. Por outro lado, os judeus o haviam “crucificado” por “mãos de injustos” (2.23). Por outro lado, Jesus tinha sido “entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus” (2.23; 17.3). Então a ressurreição de Jesus é enfatizada, especialmente como cumprimento da profecia do AT e como revogação de Deus do veredicto do homem sobre Jesus (1.3; 2.24-32; 4.10; 5.30; 10.40-41; 13.30-37; 17.31). Os apóstolos declaram que Jesus fora exaltado a uma posição de domínio único e universal (2.33-36; 3.21; 5.31). Desse lugar de honra suprema e poder executivo, Jesus havia derramado o prometido Espírito Santo (2.33), que dá testemunho dele (5.32) e habilita os crentes (1.8). Jesus “por Deus foi constituído juiz dos vivos e dos mortos” (10.42) e retornará triunfante no final dos tempos (1.11). Enquanto isso, aqueles que acreditam nele receberão perdão dos pecados (2.21; 3.19; 4.12; 5.31; 10.43; 13.38,39) e o “dom do ES” (2.38). Àqueles que não acreditam nele serão destinadas coisas terríveis (3.23).

O Espírito Santo em Ação
O poder do ES através da igreja é característica mais surpreendente de Atos. O livro foi até mesmo chamado de Os Atos do Espírito Santo . A sua obra no livro, entretanto, não pode ser compreendida sem que se veja a relação entre Atos e os Evangelhos, que demonstra um continuidade essencial. Tanto o ministério público de Jesus nos Evangelhos quanto o ministério público da igreja em Atos começaram com um encontro com mo Espírito capaz de mudar vidas; em ambos os relatos essenciais os resultados desse acontecimento.
O poder do Espírito na vida de Jesus o autorizou a pregar o Reino de Deus e a demonstrar o poder do Reino mediante a cura de doente, a expulsão de demônios e a libertação dos cativos (Lc 4.14-19 M7 4.23). O mesmo poder em At 2 deu a mesma autoridade aos discípulos.
Lucas observa que as pessoas eram “cheias pelo ES” (2.4; 9.17), que “recebiam o ES” (8.17), que “caiu o ES sobre todos”(10.44), que “o ES se derramasse sobre também os gentios” (10.45) e que “veio sobre eles o ES” (19.6) Todas essas passagens são equivalentes à promessa de Jesus de que a Igreja seria “batizada com o ES” (1.5; 2.4).
Três destes cinco exemplos registram manifestações específicas do ÉS em que as próprias pessoas participavam. Os presente nos dia de Pentecostes e os gentios da casa de Cornélio falara outras línguas (2.4; 10.46); os efésios “falavam línguas e profetizavam” (19.6). Embora não esteja especificado, normalmente concorda-se que também houve algum tipo de manifestação na qual os samaritanos participaram, pois Lucas diz que Simão viu que “era dado o ES” (8.18).

Esboço de Atos

Prólogo 1.1-14
I. Prefácio 1.1-3
II. A promessa do ES 1.4-8
III. A ascensão de Cristo 1.9-11
IV. O encontro pra a oração no cenáculo 1.12-14

Primeira Parte: Pedro e o ministério da Igreja Judaica em Jerusalém 1.15-12.24
I. A seleção de Matias como o décimo segundo apóstolo 1.15-26
II. A descida do ES no Pentecostes 2.1-47
III. A cura de um coxo 3.1-4.31
IV. Autoridade apostólica na igreja antiga 4.32-5.42
V. O ministério de Estevão 6.1-7.60
VI. O primeiro ministério a não Judeus 8.1-40
VII. A conversão de Saulo 9.1-31
VIII. Enéias e Dorcas curados através do ministério de Pedro 9.32-43
IX. A história de Cornélio 10.1-11.18
X. O testemunho da igreja antiga 11.19-12.24

Segunda Parte: Paulo e a extensão internacional da igreja em Antioquia 12.25-28.31
I. A primeira viagem missionária de Paulo 12.25-14.28
II. O concerto em Jerusalém para discutir lei e graça 15.1-35
III. A segunda viagem missionária de Paulo 15.36-18.22
IV. A terceira viagem missionária de Paulo 18.23-21.14
V. A viagem de Paulo a Roma através de Jerusalém 21.15-28.31

João

Autor: Apóstolo João
Data: Cerca de 85 dC

Autor
A antiga tradição da igreja atribui o quarto evangelho a João “o discípulo a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20), que pertencia ao “círculo íntimo” dos seguidores de Jesus (Mt 17.1; Mc 13.3). De acordo com escritores cristãos do séc. I , João mudou-se para Éfeso, provavelmente durante a guerra Judaica de 66-70dC, onde continuou seu ministério.

Data
A mesma tradição que localiza João em Efeso sugere que ele escreveu seu evangelho na última parte do séc. I. Na falta de provas substanciais do contrário, a maioria dos eruditos aceitam esta tradição.

Conteúdo
Enquanto era bem provável que João conhecesse as narrativas dos outros três Evangelhos, ele escolheu não seguir a seqüência cronológica de eventos dos mesmos como uma ordem tópica. Nesse caso, eles podem ter usado as tradições literárias comuns e/ou orais. O esquema amplo é o mesmo, e alguns acontecimentos em particular do ministério de Jesus são comuns a todos os quatro livros. Algumas das diferenças distintas são: 1) Ao invés das parábolas familiares, João tem discursos extensos; 2) Em lugar dos muitos milagres e cura dos sinóticos, João usa sete milagres cuidadosamente escolhidos a dedo que servem como “sinais”; 3) O ministério de Jesus gira em torno das três festas da Páscoa, ao invés de uma, conforme citado nos Sinóticos; 4) Os ditos “Eu sou” são unicamente joaninos.
João divide o ministério de Jesus em duas partes distintas: os caps 2-12 dão uma visão de seu ministério público, enquanto os caps 13-21 relatam seu ministério privado aos seus discípulos. Em 1.1-18, denominado “prólogo”, João lida com as implicações teológicas da primeira vinda de Jesus. Ele mostra o estado preexistente de Jesus com Deus, sua divindade e essência, bem como sua encarnação.

Cristo Revelado
O livro apresenta Jesus como ó único Filho gerado por Deus que se tornou carne. Para João, a humanidade de Jesus significava essencialmente uma missão dupla: 1) como o”Cordeiro de Deus (1.29), ele procurou a redenção da humanidade; 2) Através de sua vida e ministério, ele revelou o Pai. Cristo colocou-se coerentemente além de si mesmo perante o Pai que o havia enviado e a quem ele buscava glorificar. Na verdade, os próprios milagres que Jesus realizou como “sinais”, testemunham a missão divina do Filho de Deus.

O Espírito Santo em Ação
A designação do ES como “Confortador” ou “Consolador” (14.16) é exclusiva de João e significa literalmente. “alguém chamado ao lado”. Ele é “outro consolador”, isto é, alguém como Jesus, o que estendeu o ministério de Jesus até o final desta era. Seria um grave erro, entretanto, compreender o objetivo do Espírito apenas em termos daqueles em situações difíceis. Ao contrário,João demonstra que o papel do Espírito abrange cada faceta da vida. Em relação ao mundo exterior de Cristo, ele trabalha como o agente que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8-11). A experiência de ser “nascido no Espírito” descreve o Novo Nascimento (3.6). Como, em essência, Deus é o Espírito, aqueles que o adoram devem fazê-lo espiritualmente, isto é, conforme comandado e motivado pelo ES (4.24). Além disso, em antecipação do Pentecostes, o Espírito torna-se o capacitador divino para o ministério autorizado (20.21-23).
João revela a função do ES em continuar a obra de Jesus, guiando os crentes e a um entendimento dos significados, implicações e imperativos do evangelho e capacitando-os a realizar “obras maiores” do que aquelas realizadas por Jesus (14.12). Aqueles que crêem em Cristo hoje podem, assim, enxergá-lo como um contemporâneo, não apenas como uma figura do passado distante.

Esboço de João

Prólogo 1.1-8
I. O ministério público de Jesus 1.19-12.50

Preparação 1.19-51
As bodas em Caná 2.1-12
Ministério em Jerusalém 2.13-3.36
Jesus e a mulher de Samaria 4.1-42
A cura do filho de um oficial do rei 4.43-54
A cura de um paralítico em Betesda 5.1-15
Honrando o Pai e o Filho 5.16-29
Testemunhas do Filho 5.30-47
Ministério na Galiléia 6.1-71
Conflito em Jerusalém 7.1-9.41
Jesus, o bom Pastor 10.1-42
Ministério em Batânia 11.1-12.11
Entrada triunfal em Jerusalém 12.12-19
Rejeição final: descrença 12.20-50

II. O ministério de Jesus aos discípulos 13.1-17.26

Servir— um modelo 13.1-20
Pronunciamento de traição e negação 13.21-38
Preparação para a partida de Jesus 14.1-31
Produtividade por submissão 15.1-17
Lidando com rejeição 15.18-16.4
Compreendendo a partida de Jesus 16.5-33
A oração de Jesus por seus discípulos 17.1-26

III. Paixão e ressurreição de Jesus 18.1-21.23

A prisão de Jesus 18.1-14
Julgamento perante o sumo sacerdote 18.15-27
Julgamento perante Pilatos 18.28-19.16
Crucificação e sepultamento 19.17-42
Ressurreição e aparições 20.1-21.23

Epílogo 21.24-25

Malaquias

Autor: Malaquias
Data: Cerca de 450 aC

Autor
Embora alguns atribuam Malaquias a um escritor anônimo, considerado por alguns ter sido Esdras, usando o pseudônimo Mal’aki (“Meu mensageiro”), é melhor considerar o livro como escrito pelo próprio profeta. Malaquias não é mencionado em mais nenhum lugar na Bíblia, mas, de seus escritos, podemos aprender que ele teve um grande amor pelo povo de Judá e pelas cerimônias do templo. Ele foi, provavelmente, um contemporâneo de Neemias.

Data
A falta de menção de qualquer rei ou de incidentes históricos identificáveis torna a datação um tanto difícil. O uso de várias palavras persas no texto e a referência a um templo reconstruído (1.10) tornam a data pós– exílica simultânea com Neemias mais provável ( cerca de 450 aC).

Contexto Histórico
Como já foi mencionado, Malaquias é o último de muitos homens divinamente inspirados que, num período de uns mil anos, predisseram a vinda do Justo. Não somente eles profetizaram acerca da vinda do Messias, mas também explicaram detalhadamente ao povo seus pecados e os advertiram a respeito do justo julgamento de Deus.

Conteúdo
Na sua declaração de abertura, Malaquias salienta o amor imutável de Deus por seu povo, devido à sua misericórdia, que dura para sempre. Este é o fundo paras as reprovações e exortações que se seguem. Primeiro, o profeta salientam o desdém aberto e arrogante dos sacerdotes pela Lei e sua influência negativa sobre o povo. O profeta mostra que eles provocam muita queda no pecado. Portanto, ele os adverte de que o Senhor não será um espectador inativo, mas, a não ser que eles se arrependam, serão castigados severamente.
Depois, ele salienta, em termos não –ambíguos, a traição dos sacerdotes leigos no divórcio de esposas fiéis e casamento de mulheres pagãs que praticam adoração de ídolos. Isso é seguido por uma súplica fervorosa para vigiarem suas paixões e serem fieis às esposas da sua mocidade, dadas a eles pelo Senhor.
O profeta, além disso, censura as práticas não-religiosas do povo, sua recusa da justiça de Deus e sua defraudação ao Senhor, por reterem os dízimos e as ofertas exigidas.
Numa linguagem fervorosa e brilhante, Malaquias continua a descrever o tipo original do sacerdócio. Ele profetiza sobre o Sol da Justiça, sobre o Mensageiro do concerto e o grande e terrível dia do julgamento divino, no qual o justo será galardoado, e o ímpio, castigado.
Finalmente, ele exorta o povo a observar as Leis dadas a Israel através de Moisés e promete a vinda do Messias e do seu precursor, Elias (João Batista). Essa declaração conclui o AT e o liga à boas-novas da provisão de Deus no Sol da Justiça descrita no NT.

Cristo Revelado
No último livro do AT, nós encontramos claras elocuções proféticas com respeito ao repentino aparecimento de Cristo—o anjo do (novo) concerto (3.1). Aquele dia será um tempo de julgamento. “Quem subsistirá, quando ele aparecer?” (3.2) Ninguém , por suas próprias forças pode, mas, para aqueles que temem ao Senhor, “o Sol da Justiça, Jesus (3.1) nascerá e salvação trará debaixo das suas asas”, isto é, um triunfo vitorioso (4.2).

O Espírito Santo em Ação
A Obra do ES em Malaquias é evidente na sua pessoa e no ministério profético. Seus escritos demonstram que ele foi um profeta dedicado— Uma pessoa nitidamente em sintonia com o ES. Como tal, ele podia ser efetivamente usado para advertir o povo sobre seu comportamento pecaminoso e persuadi-lo a conformar sua vida com a lei do Senhor. O ES, além disso, outorgou a ele o privilégio de levar a linhagem de profetas escritores fiéis e dedicados a um término, permitindo a ele proclamar com clareza e fervor a sua visão da vinda de Cristo.

Esboço de Malaquias

O Título 1.1
I. O amor do Senhor por Israel 1.2-5
II. O fracasso dos sacerdotes 1.6-2.9
III. A infidelidade do povo 2.10-16
IV. O dia do Julgamento 2.17-3-5
V. Bênção no dar 3.6-12
VI. O destino do ímpio e do Justo 3.13-4.3
VII. Exortação e Promessa 4.4-6

Zacarias

Autor: Zacarias
Data: 520—475 aC
Autor
Zacarias, cujo nome significa “O Senhor se Lembra”, foi um dos profetas pós – exílicos, um contemporâneo de Ageu. Com Ageu, ele foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de reconstruir o templo (ver Ed 6.14). Como filho de Baraquias, filhos de Ido, ele era de umas das famílias sacerdotais da tribo de Levi. Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do AT, dado referências distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

Data
O ministério de Zacarias começou em 520 aC, dois meses após Ageu haver completado sua profecia. A visão dos primeiros capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem (2.4). Os caps 7-8 ocorrem dois anos mais tarde, em 518 aC. A referência à Grécia em 9.13 pode indicar que os caps. 9-14 foram escritos depois de 480, quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande poder mundial. As profecias que abrangem o Livro de Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 aC.

Contexto Histórico
Os exilados que retornaram à sua terra natal em 536 aC sob o decreto de Ciro, estavam entre os mais pobres dos judeus cativos. Cerca de cinqüenta mil pessoas retornaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e Josué. Rapidamente, reconstruíram o altar e iniciaram a construção do templo. Logo, todavia, a apatia se estabeleceu, à medida que eles foram cercados com a oposição dos vizinhos samaritanos, que, finalmente foram capazes de conseguir uma ordem do governo da Pérsia para interromper a construção. Durante cerca de doze anos a construção foi obstruída pelo desânimo e pela preocupação com outras atividades. Zacarias e Ageu persuadiram o povo a voltar ao Senhor e aos seus propósitos para restaurar o templo. Zacarias encorajou o povo de Deus indicando-lhe um dia, quando o Messias reinaria de um templo restaurado, numa cidade restaurada.

Conteúdo
O livro de Zc começa com a veemente palavra do Senhor para o povo se arrepender e se voltar novamente para seu Deus. O livro está repleto de referências de Zc à palavra do Senhor. O profeta não entrega sua própria mensagem, mas ele, fielmente, transmite a mensagem dada ele por Deus. O povo é chamado para se arrepender de sua apatia e completar a tarefa que não foi terminada.
Deus, então, assegura ao seu povo o seu amor e cuidado por eles, através de oito visões. Avisão do homem e dos cavalos lembra ao povo o cuidado de Deus. A Visão dos quatros chifres e dos quatro ferreiros trazem à memória o julgamento de Deus. A Visão do homem com um cordel de medir, existe uma olhada apocalíptica na vele e pacífica cidade de Deus. A visão grandiosa do castiçal todo revestido de ouro entre os vasos de azeite assegura a Zorobabel que os propósitos de Deus serão cumpridos somente pelo seu Espírito. A visão do rolo voante emite o pronunciamento de Deus contra o furto e contra o juramento falso. A visão da mulher num efa significa a santidade de Deus e a remoção do pecado. A visão dos quatro carros retrata o soberano controle de Deus sobre a Terra.
As visões são seguidas por uma cena de coroação na qual Josué é coroado tanto como rei como sacerdote. Isso é poderosamente um simbolismo da vinda do Messias.
Nos caps 7-9, Deus usa a ocasião de uma questão sobre o jejum para reforçar sua ordem para justiça e juízo, para substituir as formalidades religiosas.
Os caps 9-14 Contêm muita escatologia. (Estudos das últimas coisas)

Cristo Revelado
Zacarias é, às vezes, referido como o mais messiânico de toso os livros do AT. Os caps 9-14 sãos as seções mais citadas dos profetas nas narrativas dos Evangelhos. No apocalipse, Zacarias é citado mais do que qualquer profeta, exceto Ezequiel.
Ele profetizou que o Messias virá como o Servo do Senhor, o Renovo (3.8), como o homem cujo nome é Renovo (6.12); tanto como Rei como sacerdote 96;13), e como o verdadeiro Pastor (11.4-11). Ele dá um expressivo testemunho sobre a traição de Cristo por trinta moedas de prata ( 11.12-13), sua crucifixão (12.10), seus sofrimentos (13.7) e sua segunda vinda (14.4).
Duas referências a Cristo são de profundo significado. A entrada triunfante de Jesus em Jerusalém é descrita com detalhes em 9.9, quatrocentos anos antes do acontecimento (ver Mt 21.4; Mc 11.7-10). Um dos versículos mais dramáticos das Escrituras proféticas é encontrado em 12.10, quando, na maioria dos manuscritos a primeira pessoa é usada: “E olharão para mim, a quem traspassaram.” Jesus Cristo, pessoalmente, profetizou sua definitiva recepção pela cada de Davi.

O Espírito Santo em Ação
O versículo mais freqüentemente citado do AT em referência à obra do ES é 4.6. Zorobabel é confortado na segurança de: 1) que a reconstrução do templo não será por força militar ou por proeza humana, mas pelo ministério do ES; 2) que o ES removerá cada obstáculo que está no caminho, que impede a conclusão do templo de Deus.
Um triste comentário em 7.12 recorda ao povo sua rebelião contra as palavras do Senhor pelos profetas. Essas palavras foram transmitidas pelo ES.

Esboço de Zacarias

I. O chamado ao arrependimento 1.1-6
II. As oito visões 1.7-6.15

O homem e os cavalos 1.7-17
Os quatro chifres e o ferreiro 1.18-21
O homem com um cordel de medir 2.1-13
O sumo sacerdote 3.1-10
O castiçal e o vaso de Azeite 4.1-14
O rolo voante 5.1-4
A mulher no meio do efa 5.5-11
Os quatro carros 6.1-8

III. A coroação do sumo sacerdote 6.9-15
IV. Ritual religioso ou arrependimento verdadeiro ? 7.1-14
V. A restauração de Sião 8.1-23
VI. O triunfo de Sião 8.1-23

A primeira profecia: O Messias rejeitado 9.1-11.17
A Segunda profecia: O Messias Reina 12.1-14.21

Ageu

Autor: Ageu
Data: Cerca de 520 aC

Autor
Ageu, cujo nome significa “Festivo”, foi um dos profetas pós-exílicos, um contemporâneo de Zacarias. Ageu tinha as qualidades de um bom pastor. Em encorajador cuja palavra estava em sintonia com o coração do povo e a mente de Deus, ele foi o mensageiro do Senhor, com a mensagem do Senhor, levando ao seu grupo desanimado a segurança da presença de Deus.

Data
O ministério de Ageu cobriu um período de um pouco menos de quatro meses, durante o segundo reinado do rei Dario, que governou a Pérsia de 522 a 486 aC, Isso localiza Ageu na história em 520 aC.

Contexto Histórico
Ageu em 520 aC, ajuntou aos exilados que haviam retornada à sua terra natal em 536 aC, para reconstruir o templo do Senhor. Eles haviam começado bem, construindo um altar e oferecendo sacrifícios, estabelecendo, então, o fundamento para a Casa do Senhor no ano seguinte. A construção havia cessado, todavia quando os inimigos zombaram dos esforços dos construtores . Mas, o ministério de Ageu e o de Zacarias fizeram com que o povo se reanimasse e completasse a tarefa em cinco anos. O templo reconstruído foi dedicado em 515 aC

Conteúdo
O livro de Ag trata de três problemas comuns a todos os povos em todos os tempos oferecendo soluções inspiradores. O primeiro problema: o desinteresse (1.1-15) Para despertá-los da sua atitude de indiferença, Deus fala duas vezes ao povo. Primeiro, eles precisam perceber que são infrutíferos (1.5-6), porque eles tinham abandonado a Casa de Deus e ido para sua própria casa (1.7-9). Todo esforço deles para construir seu próprio reino nunca produzirá resultados permanentes. Após ver seu problema, o povo, então, precisa entender que Deus irá aceitar o que eles fazem a fim de que Deus seja glorificado, se eles entregarem a ele o que eles têm (1.8)
O Segundo problema: Desencorajamento (2.1-9) Ageu leva uma mensagem destinada a tratar decisivamente do desencorajamento. A solução tem duas partes: uma trata do problema urgente; a outra trata de uma solução a longo alcance. Por hora, basta ao povo esforçar-se e trabalhar (2.4). A outra chave para combater o mal é para os construtores saberem que eles estão construindo para o dia em que Deus encher essa Casa com a glória que será maior do que a Glória do templo de Salomão (2.9)
O terceiro problemas: Insatisfação (2.10-23) Agora que o povo está trabalhando, eles esperam uma inversão imediata de todos os seus anos de inatividade. Então o profetas vai com uma pergunta aos sacerdotes (2.12-13) acerca das coisas limpas e imundas e da influência deles sobre a outra. A resposta dos sacerdotes é que a imundície é infecciosa, enquanto a santidade não é. A aplicação é obvia: Não espere que o trabalho de três meses desfaça a negligência de dezesseis anos. A próxima palavra do Senhor ao povo é uma surpresa: “Mas desde este dia vos abençoarei” (2.19). O povo precisava entender que as bênçãos de Deus não podem ser ganhas como pagamento, mas vão como dádivas graciosas de um Deus doador. Deus escolheu Zorababel para ser um anel de sela (2.23), isto é, para representar a natureza do servo a ser cumprida, finalmente, no mais importante Filho de Zorababel, Jesus. Notar o nome de Zorobabel em ambas as listas genealógicas dos Evangelhos (Mt 1; Lc 3), indicando que a benção final, a maior delas, é uma Pessoa, seu Filho Jesus Cristo.

Cristo Revelado
Duas referências a Cristo no Livro de Ag são destacadas. A primeira é 2.6-9, que começa explicando que o Deus irá fazer no novo templo um dia ganhará uma atenção internacional. Após um transtorno entre os povos da terra, as nações serão levadas ao templo para descobrir o que elas estavam procurando: Aquele que todas as nações desejaram será mostrado em esplendor no templo. A presença dele irá fazer com que a memória do glorioso templo de Salomão decaia, para que somente a glória de Cristo permaneça. Junto com a glória da presença de Cristo virá grande paz, uma vez que o próprio resplendente Príncipe da Paz estará lá.
A segunda referência á vinda do Messias é 2.23. O livro finaliza com uma menção de Zorobabel, que liga esse livro, perto do final do AT, ao primeiro do NT: Zorobabel é uma pessoa listada nas genealogias de Jesus.

O Espírito Santo em Ação
Uma breve mas bonita referência ao ES é encontrada em 2.5. Os versículos anteriores mostram o povo de Deus desencorajado, enquanto comparam o templo que eles estão, agora, construindo com o glorioso templo de Salomão, que o novo templo vai substituir. A palavra do Senhor a eles é: “Esforça-te... E esforçaí-vos.” A motivação para fazer isso também está mencionada: “Porque eu sou convosco.”
Ag 2.5, então explica como o ES vai interagir com o espírito do povo, a fim de ter o trabalho concluído.
O v. 5 inclui estes importantes pontos:

O ES é uma parte vital no concerto de Deus com o seu povo, “segundo a palavra que concertei convosco.”
O ES é um dom constante para o povo de Deus: “E o meu Espírito habitava no meio de vós.”
A presença do ES remove o medo do coração do povo de Deus. Portanto: “não temais.”

No centro do concerto de Deus com seu povo, está a constante operação do ES, operando para os libertar do medo, a fim de que eles possam se mover corajosamente no cumprimento da comissão divina.

Esboço de Ageu

I. A primeira mensagem do Senhor: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos 1.1-15

Considerai o que tendes feito: negligenciastes a Casa de Deus 1.1-6
Considerai o que devíeis fazer: edificar a Casa de Deus 1.7-11
Os resultados de considerar vossos caminhos 1.12-15

II. A segunda mensagem do Senhor: Esforçaí-vos e trabalhai 2.1-9

A comparação do novo Templo com o templo de Salomão 2.1-3
Chamado para esforçar 2.4-5
A glória vindoura do novo templo 2.6-9

III. A terceira mensagem do Senhor: Eu vos abençoarei 2.10-23

Um pergunta aos sacerdotes 2.10-19
Uma promessa para Zorobabel 2.20-23

Sofonias

Autor: Sofonias
Data: Cerca de 630 aC
Autor
O nome “Sofonias” significa “O Senhor escondeu” , foi um profeta de Judá. Ele se indentificou melhor do que qualquer outro dos profetas menores, remontando sua linhagem quatro gerações até Ezequias, um bom rei que levou o povo de volta a Deus durante o tempo do profeta Isaías. Sofonias foi contemporâneo ao rei Josias e seu parente distante, há uma possibilidade que eram amigos.
A intimidade de emoção bom como a familiaridade de lugar, quando Sofonias escreve a respeito de Jerusalém (1.10-11), indicam que ele havia crescido lá. De acordo com o arranjo das Escrituras hebraicas, Sofonias foi o último profeta a escrever antes do cativeiro.

Data
Sofonias dá o período de tempo geral do seu escrito como sendo “nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá” (1.1), cerca de 640 a 609 aC. O auge da reforma de Josias foi nos anos 620. Visto que a queda de Nínive em 612 aC ainda não havia acontecido (2.13,15), a maioria dos estudiosos estabelece a data dos ecritos entre 630 3 627 aC. Seus contemporâneos incluem Jeremias e Naum.

Contexto Histórico
Aproximadamente 100 ano antes dessa profecia, o Reino do Norte ( Israel) havia sido derrotado pela Assíria. O povo havia sido levado cativo, e a terra havia sido recolonizada por estrangeiros. Sob o reinado de Manassés e do rei Amom, pai do rei Josias, tributos haviam sido pagos para se evitar que a Assíria invadisse o Reino do Sul.
A aliança com a Assíria não somente afetou a Judá politicamente , mas também as práticas religiosas, sociais e de comportamento da Assíria impuseram sua tendências em Judá. Proteção oficial foi dada em Judá para as artes mágicas e adivinhados e encantadores. A religião astral se torno tão popular, que o rei Manassés , construiu altares para adoração do sol, lua , estrelas, signos do zodíaco e todos os astros dos céu, à entrada da Casa do Senhor (2Rs 23.11). A adoração da deusa– mãe da Assíria se tornou uma prática que envolvia todos os membros das famílias de Judá (Jr 7.18). Todavia à medida que o jovem Josias foi tomando conta das rédeas do governo, a ameaça assíria foi diminuindo. O golpe final ao seu poder veio com uma revolta de uma Babilônia em ascensão, que resultou, finalmente, na destruição de Nínive.

Conteúdo
Sofonias considerava o desenvolvimento político de Israel, de Judá e todas as nações circunvizinhas da perspectiva de que o povo devia aprender que Deus estava envolvido em todos os assuntos da história. Falando como um oráculo de Deus, ele entende que Deus usa governos estrangeiros pra levar julgamento sobre se rebelde povo escolhido. Sf está apavorado com o fato de que, após a catástrofe das tribos do Norte, o povo de Judá ainda mantinha a absurda noção de que Deus fosse incapaz de fazer bem ou mal ( 1.12).
Os escritos de Sofonias tem três componentes: 1) o pronunciamento de um julgamento específico e, freqüentemente, o julgamento universal do pecado; 2) um apelo ao arrependimento, porque Deus é justo e deseja perdoar; 3) uma promessa segundo a qual o restante que fez de Deus seu refúgio será salvo.

Cristo Revelado
O significado do nome de Sofonias “ O Senhor Encobriu” conduz ao ministério de Jesus. A verdade da Páscoa no Egito, onde aqueles que foram encobertos pela marca de sangue nas portas foram protegidos do anjo da morte, é repetida na promessa de 2.3, onde aqueles mansos da Terra que preservaram a justiça de Deus serão encoberto no Dia da ira do Senhor. Cl 3.2-3 explica esse aspecto do ministério de Cristo: “Pensai nas coisas que são de cima e não na que são terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. “
O regozijo sobre um restante salvo (3.16-17) está relacionado com a Obra de Jesus. Ele disse:” Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lc 15.7) A figura de um alegre Redentor que aguarda receber os seus é, novamente, descrita em Hb 12.2.

O Espírito Santo em Ação
Jesus disse que uma das obras do ES seria convencer o mundo do julgamento, porque já o príncipe deste mundo está julgado (Jo 16.8-11). Desde a sua vinda, o ES tem estado proclamando ao mundo, como Sofonias fez: “Congrega-te... Antes que saia o decreto, e o dia passe como a palha; antes que venha sobre vós a ira do Senhor”. (2.1-2).
Uma obra mais prazerosa do Es é encontrada na promessa de que Deus irá restaurar nos lábio puros, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo espírito (3.9).

Esboço de Sofonias

Introdução 1.1

A identificação do autor 1.1
O tempo do escrito 1.1

I. O dia do julgamento contra Judá 1.2-13

O julgamento sobre toda a criação 1.2-3
Contra os líderes religiosos 1.4-7
Contra os líderes políticos 1.8-9
Contra os líderes do comércio 1.10-11
Contra os descrentes 1.12-13

II. O dia do Senhor 1.14-18

Próximo e se aproxima rapidamente 1.14
Um dia de indignação 1.15-16
A terra inteira para ser destruída 1.18

III. Um chamado ao arrependimento 2.1-3

Um chamado para congregar 2.1-2
Um chamado pra buscar o Senhor 2.3

IV. O dia do julgamento contras as nações circunvizinhas 2.4-15

Aos da borda do Mar—filisteus 2.4-7
Aos do oriente—Moabe e Amom 2.8-11
Aos do sul—Etiópia 2.12
Aos do Norte—Assíria 2.13-15

V. O dia do Julgamento contra Jerusalém 3.1-7

Contra os líderes 3.1-4
O Senhor é justo, no meio dela 3.5
Jerusalém não mudou 3.6-7

VI. Um remanescente fiel 3.8-20

Falar com pureza e honestidade 3.8-13
Os juízos são afastados, e os inimigos são exterminados 3.4-15
O Senhor se regozijando 3.16-17
O povo restaurado 3.18-20

Habacuque

Autor: Habacuque
Data: Cerca de 600 aC

Autor
O nome “Habacuque” significa “abraço” ou significando que ele foi “abraço por Deus” e, desse modo, fortalecido por ele para sua difícil tarefa, ou “abraçando outros”, dessa maneira encorajando-os nos tempos de crise nacional. A notação musical encontrada em 3.19, pode indicar que Habacuque era qualificado para liderar a adoração no templo como um membro da família levítica. O profeta está imbuído de um senso de justiça, o qual não o deixará ignorar a violenta injustiça existente em volta dele. Ele também aprendeu a necessidade de levar as questões mais importantes sobre a vida para Aquele que criou e redime a vida.

Contexto Histórico
Habacuque viveu durante um dos períodos mais críticos de Judá. Seu país havia caído do auge das reformas de Josias para as profundezas do tratamento violento de seus cidadãos, medidas opressoras contra o necessitado e a ruína do sistema legal. O mundo localizado ao redor de Judá estava em guerra, com a Babilônia levantando-se em ascensão sobre a Assíria e Egito. A ameaça de invasão do Norte foi adicionado à desordem interna de Judá. Habacuque , provavelmente, tenha escrito durante o intercalo entre a queda de Nínive, em 612 aC e a queda de Jerusalém, em 586 aC.

Conteúdo
O Livro de Hc dá um relato de uma jornada espiritual, contando sobre a trajetória de um homem da duvida à adoração. A diferença entre o início do Livro (1.1-4) e o final do livro (3.17-19) é impressionante.
Nos primeiros quatro versículos, Hc é oprimido por circunstância existente ao redor dele. Ele não consegue pensar em nada além da iniqüidade e da violência que ele vê entre o seu povo. Embora Hc se dirija a Deus (1.2), ele crê que Deus se retirou do cenário da terra: as palavras de Deus foram esquecidas; suas mãos não se manifestam; Deus não pode ser encontra em lugar algum. Os homens estão na direção, e os homens vis, por isso mesmo, também. E eles agem como seria esperado que agissem os homens sem o controle de Deus. Estas palavras e frases descrevem a cena: “iniqüidade... Vexação... Destruição... Violência... Contenda... Litígio... A lei se afrouxa... A sentença nunca sai... O ímpio cerca o justo... Sai o juízo pervertido”.
Quão diferente é a cena nos três últimos versículos do livro (3.17-19)! Tudo mudou. O profeta não é mais controlado, nem ansioso por causa das circunstâncias, pois sua visão foi elevada. Questões temporais não mais ocupam seus pensamentos, mas seus pensamentos estão nas coisas do alto. Ao invés de estar sendo regido por considerações mundanas, Hc fixou sua esperança em Deus, pois ele percebe que Deus tem interesse em suas criaturas. Ele é a fonte da alegria e força do profeta. Hc descobriu que ele foi feito para algo acima: “E me fará andar sobre as minhas alturas” (3.19). As palavras do último parágrafo contrastam vividamente com aquelas no primeiro: “... Me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor, é a minha força... Pés como os das cervas... Andar sobre as minhas alturas” (3.18,19). Assim, Hc foi da queixa à confiança, da dúvida à confiança, do homem a Deus , dos vales aos montes altos.
Se o centro do evangelho é a mudança e a transformação, o Livro de Hc demonstra essa renovação evangélica. No centro da mudança e no centro do livro, está este nítido credo da fé: “O justo, pela sua fé, viverá (2.4). Para o profeta, a promessa é para proteção física em tempo de grande sublevação. Quando a invasão, que foi predita, pelas forças estrangeiras se tornar uma realidade, aquele remanescente justo cujo Deus é o Senhor, cuja confiança e dependência estão nele, será liberto, e eles viverão. Para os escritores do NT, tais como Pauo e o autor de Hebreus, essa afirmação de fé confiante se torna uma demonstração do poder do evangelho para dar a segurança da salvação eterna. Par

Cristo Revelado
Os termos usados em Hc 3.13 ligam a idéia de salvação com mo ungido do Senhor. As raízes hebraicas dessas palavras refletem os dois nomes do nosso Senhor: Jesus, que significa “salvação”, e Cristo “o ungido”. O contexto aqui é o grande poder de Deus manifestado em favor do seu povo, através de um Rei davídico, que lhes traria libertação dos seus inimigos. O Messias veio no tempo determinado (2.3; Gl 4.4), foi dado a ele o nome de “Jesus” como a profecia pré-natal de seu ministério (Mt 1.21), e nasceu “na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.11).
Enquanto Hc espera pela resposta às suas perguntas, Deus lhe concede o presente de uma verdade que satisfaz suas ansiedades não-expressas, bem como apresenta a solução para sua situação presente: “ O justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O Apóstolo Paulo vê essa afirmação da Hc como a pedra fundamental do evangelho de Cristo (Rm 1.16-17). Cristo é a resposta para as necessidades humanas, incluindo a purificação do pecado, o relacionamento com Deus e a esperança para o futuro.

O Espírito Santo em Ação
Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Hc, existem sugestões da sua vida operando no profeta. À medida que o profeta examina a destuição causada pelos exércitos invasores, ele, contudo, expressa uma alegria inabalável que nem mesmo um desastre de tão ampla escala pode roubar dele, nos lembrando que “o futuro do Espírito é... Gozo” (Gl 5.22).

Esboço de Habacuque

I. As perguntas de Hc 1.1-17

Uma pergunta acerca da preocupação de Deus 1.1-11

1) A pergunta declarada: “Por que Deus não faz alguma coisa? 1.1-5
2) A resposta dada: “Porque eis que suscito os caldeus” 1.6-11

Uma pergunta acerca dos métodos de Deus: “Por que Deus usa ímpios?” 1.12-17

II. A resposta de Deus 2.1-20

O profeta à espera 2.1
A resposta do Senhor 2.2-20

1) O alcance da resposta 2.2-3
2) A verdade central para os crentes 2.4
3) As conseqüências da verdade para os incrédulos 2.5-20

III. A oração de Hc 3.1-19

O poder do Senhor 3.1-16

1) Um grito de misericórdia 3.1-2
2) O poder da natureza 3.3-11
3) O poder contra as nações 3.12-16

A fé do profeta 3.17-19

1) Confiança apesar das circunstâncias 3.17-18
2) Confiança por causa de Deus 3.19

Naum

Autor: Naum
Data: Pouco antes de 612 aC
Autor
Naum, cujo nome significa “confortador” ou “cheio de conforto”, é desconhecido, a não ser pelo breve título que inicia sua profecia. Sua identificação como um “elcosita” não ajuda muito, visto que a localização de Elcose é incerta. Carfanaum, uma cidade da Galiléia, tão proeminente no ministério de Jesus, significa “Aldeia de Naum”, e alguns têm especulado mas, sem prova concreta, que seu nome deriva do profeta. Ele profetizou a Judá durante os reinados de Manassés, Amom e Josias. Seus contemporâneos foram Sofonias, Habacuque e Jeremias.

Data
Em Na 3.8-10, o profeta narra o destino da cidade egípcia de Tebes, que foi destruída em 663 aC. A queda de Nínive, ao redor da qual todo o livro gira, aconteceu em 612 aC. A profecia de Naum deve ser datada entre esses dois acontecimento, visto que ele olha para trás para um e à frente para outro. É mais provável que sua mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez quando os inimigos da Assíria estavam colocando suas forças em ordem de batalha para o ataque final.

Contexto Histórico
O reino dos assírios, havia sido uma nação próspera durante séculos, quando o profeta Naum entrou em cena. Seu território, se mudou com o passar dos anos por causa das conquistas e derrotas dos seus governantes, localiza-se ao norte da Babilônia, entre e além dos rios Tigre e Eufrates. Documentos antigos atestam a crueldade dos assírios contra outras nações. Os reis assírios vangloriam-se de sua brutalidade, celebrando o abuso e a tortura que eles impuseram sobre os povos conquistados.
A queda do império Assírio, cujo clímax foi a destruição da cidade de Nínive, em 612 aC, é o assunto da profecia de Naum. O juízo que cai sobre o grande opressor do mundo é o único motivo para o pronunciamento de Naum. Conseqüêntemente, o profeta é judicial em seu estilo, incorporando antigos “oráculos de julgamento”. A linguagem é poética, vigorosa e figurada, sublinhando a intensidade do tema com o qual Naum luta.

Conteúdo
O livro de Naum focaliza-se num único interesse: a queda da cidade de Nínive. Três seções principais, correspondentes aos três capítulos, abrangem a profecia. A primeira descreve o grande poder de Deus e como aquele poder opera na forma de proteção pra o justo, mas de julgamento para o ímpio. Embora Deus nunca seja rápido em julgar, sua paciência não pode ser admitida sempre. Toda a Terra está sob o seu controle; e, quando ele aparece em poder, até mesmo a natureza treme diante dele (1.1-8). Na sua condição de miséria e aflição (1.12), Judá podia facilmente duvidar da bondade de Deus e até mesmo questionar os inimigos de seu povo (1.13-15) e remover a ameaça de uma nova angústia (1.9). A predição do juízo sobre Nínive forma uma mensagem de consolação para Judá (1.15)
A segunda seção principal, descreve a ida da destruição para Nínive (2.1-3). Tentativas de defender a cidade contra seus atacantes serão em vão, porque o Senhor já decretou a queda de Nínive e a ascensão de Judá (2.1-7). As portas do rio se abrirão, inundando a cidade e varrendo todos os poderosos, e o palácio se derreterá (2.6). O povo de Nínive será levado cativo (2.7); outros fugirão com terror (2.8). Os tesouros preciosos serão saqueados (2.9); toda a força e autoconfiança se consumirão (2.10). O covil do leão poderoso será desolado, porque “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos” (2.11-13).
O terceiro capítulo forma a seção final do livro. O julgamento de Deus parece excessivamente cruel, mas ele é justificado em sua condenação. Nínive era uma “cidade ensangüentada” (3.1), uma cidade culpada por espalhar o sangue inocente de outras pessoas. Ele era uma cidade conhecida pela mentira, falsidade rapina e devassidão (3.1,4). Tal vício era uma ofensa a Deus; portanto, seu veredicto de julgamento era inevitável (3.2-3, 5-7). Semelhante a Nô-Amom, uma cidade egípcia que sofreu queda, apesar de numerosos aliados e fortes defesas. Nínive não pode escapar do julgamento divino (3.14-15). Tropas se espalharão, os líderes sucumbirão e o povo se derramará pelos montes (3.16-18). O julgamento de Deus sobreveio, e os povos que a Assíria fez outrora vítimas tão impiedosamente baatem palmas e celebram em resposta às boas-novas (3.19).

O Espírito Santo em Ação
Nenhuma referência especifica acerca do ES ocorre no Livro de Naum. Todavia, a obra do Espírito na produção da profecia e na direção dos acontecimentos descritos no livro deve ser admitida.
O cabeçalho do livro descreve-o como “visão de Naum “ (1.1). O ES funciona aqui como o Revelador, Aquele que abre pra Naum o drama que revela diante e comunica a mensagem do Senhor que ele está encarregado de entregar.
O ES também deve funcionar como o Grande Instigador na queda de Nínive. Os inimigos, dentre eles os filhos da Babilônia, os medos e os citas, juntam suas forças contra os assírios e saqueiam a cidade. Deus usa agentes humanos para executar seu julgamento, mas atrás disso tudo está a obra do seu Espírito, instigando, impelindo e punido de acordo com a vontade de Deus. Pela obra do Espírito, o Senhor convocou suas tropas e as levou para a batalha vitoriosa.

Esboço de Naum

I. Título
II. O veredicto de Deus 1.1-15

O zelo de Deus 1.2-6
A bondade de Deus 1.7
O julgamento de Nínive 1.8-14
A alegria de Judá 1.15
A vingança de Deus 2.1-13
A destruição de Nínive 2.1-12
A declaração do Senhor 2.13

IV. A vitória de Deus 3.1-19

Os pecados de Nínive 3.1-4
O cerco de Nínive 3.5-18
A celebração sobre Nínive 3.19

Miquéias

Autor: Miquéias
Data: Entre 704 e 696 Ac

Autor
Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram seu ministério no Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no objetivo das sua profecias. Durante alguns anos, no começo da sua carreira, Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.
O Nome de Miquéias, pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti”. Miquéias era tão sincero e completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com que sua mensagem fosse compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e citada (Jr 26.17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2.1-6; Jo 7.41-43).

Data
Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1.1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 aC), Acaz (731-716 aC), e Ezequias (716-686 aC). Visto que ele morreu durante a administração de Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 aC), uma data entre 704 e 696 aC parece ser provável.

Contexto Histórico
No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a destruição do templo, muitos “altos” haviam sido introduzidos em Judá através da influência de Samaria. Isso colocou a idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo do Senhor (1.5). Miquéias mostra como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente o julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava presstes a cair, a não se que a nação se voltasse para Deus, arrependendo-se de todo coração.

Conteúdo
O Livro de Mq é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3.4), seu louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus pensamentos (4.12), sua força (5.4), suas justiças (6.5; 7.9) e sua conseqüente ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as formas de rebelião moral.
Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra o povo (1.2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda (6.2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além disso, aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7.9)
Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que podia permanecer independente da Assíria, o cativeiro babilônico (mais de um século depois) foi claramente predito como o julgamento de Deus contra a rebelião feita contra ele (1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías, colega de Miquéias, a esperança foi estendida pra um restante a ser restaurado, que seja desse cativeiro ou de um povo espiritualmente restaurado ( a igreja) nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-7; 5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o restante (2.12-13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)
Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que lhes foi confiado. Entretanto, a grande compaixão de Deus colore cada uma das sua atitudes e ações em relação ao seu povo, representando-o como uma filha extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua compaixão, que, uma vez, redimiu a Israel do Egito 96.4), irá também redimir Judá da babilônia (4.10). Sua fidelidade compassiva a Abraão e aos pais (7.20) é atualizada a cada nova geração. Essa mensagem está focalizada num única pergunta central para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e que re esqueces da rebelião do restante da tua herança?” (7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a que nenhuma deidade pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são exclusivos a Deus. A esperança do povo de viver sob a completa bênção de Deus estava ligada à vinda de Messias. Deus, em seu amor, prevendo as glórias da sua graça a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando aquele Dia e reino futuros como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.

Cristo Revelado
As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.
A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos.
Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e especifica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.
A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade (“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra”) e a sua posição como líder de um reino de paz (“E este será a nossa paz”).
O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que “subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.

O Espírito Santo em Ação
Um referência singular ao ES ocorre no contraste feito por Mq da autoridade que está por trás de seu ministério com aquela dos profetas falsos de seus dias. Enquanto outros homens eram feitos corajosos pelos tóxicos para fabricar contos na forma de profecias, o verdadeiro poder, a força e justiça que estão por trás da mensagem de Mq vieram da sua unção pela “força do Espírito do Senhor” (3.8).

Esboço de Miquéias

Tema: Quem é como o Senhor?
I. A dramática cinda do Senhor em Julgamento 1.1-2.13

Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém 1.1-9
Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém 1.10-16
Sobre os crimes que trazem ocupação estrangeira 2.1-11
Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 2.12-13

II. A condenação dos líderes feita pelo Senhor 3.1-12

Sobre os líderes que consomem o povo 3.1-4
Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8
Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas 3.9-12

III. A vinda do reino universal do Senhor 4.1-5.15

Atração de todas as nações pelo nome do Senhor 4.1-5
Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado 4.6-13
O lugar de nascimento e a administração do Messias 5.1-6
A restauração de um restante num lugar sem ídolos 5.7-15

IV. A apresentação da contenda do Senhor 6.1-7.6

O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5
Suas expectativas para uma reação apropriada 6.6-8
Seu fundamento para o julgamento do ímpio 6.9-7.6

V. A salvação do Senhor como a esperança do povo 7.7-20

Apesar do julgamento temporário 7.7-9
Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
Por causa da sua incomparável compaixão 7.18-20


Nenhum comentário:

Postar um comentário

;